GABA: neurotransmissor com efeito calmante | Você produz em quantidades adequadas?

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O ácido gama-aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor inibitório que tem um efeito calmante e relaxante no cérebro. Sem ele ficamos sempre acelerados demais. O GABA é sintetizado a partir do aminoácido glutamato com a ajuda da enzima glutamato descarboxilase (GAD) e piridoxal fosfato (a forma ativa da vitamina B6) como o cofator principal.

Pessoas com níveis baixos de GABA apresentam sintomas como dificuldade de relaxar ou dormir, sensibilidade aumentada a barulhos e luzes, ansiedade ou transtorno do pânico, palpitações cardíacas, mãos e pés frios, cansaço. A redução de GABA também está associada a doenças como fibromialgia e síndrome do intestino irritável. Estes sintomas podem piorar quando a pessoa pula uma refeição ou tenta fazer jejum intermitente ou prolongado.

Estresse crônico está associado ao aumento de hormônios como cortisol, norepinefrina e epinefrina, com efeito contrário ao do GABA. O excesso desses hormônios ou de glutamato gera maior excitação celular e maior produção de radicais livres, que podem danificar células cerebrais e contribuir para uma redução ainda maior do GABA. A falta de sono, a disbiose intestinal, a hiperglicemia e carências nutricionais (zinco, vitamina B6, magnésio, taurina e glutamina) também contribuem para a redução do GABA.

As melhores estratégias para aumentar GABA são dieta antiinflamatória, suplementação adequada, estratégias de combate ao estresse, como yoga e meditação, tratamento da disbiose intestinal e atividade física regular. Aprenda mais sobre o cérebro e os nutrientes no curso online PSICONUTRIÇÃO.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Alimentação e suplementação para um cérebro poderoso na síndrome de Down.

Ao nascer, o bebê possui cerca de 100 bilhões de células cerebrais. Por volta dos 3 anos, essas células desenvolvem 1 quatrilhão de ligações, o dobro de conexões de um adulto. Aos 4, estima-se que a criança tenha atingido metade do seu potencial intelectual!

Para o desenvolvimento do potencial completo a criança precisa de estímulos, amor, companheirismo e nutrientes. A alimentação começa na barriga da mãe e por isto a gestante deve seguir uma dieta equilibrada e suplementada, conforme suas necessidades. Nutrientes como colina, glutamina, ômega 3 rico em DHA, metilfolato podem ser importantes.

Quando a criança nasce o ideal é que seja amamentada uma vez que o leite materno fornece todos os nutrientes que o bebê precisa. A mãe deve continuar com uma dieta adequada e suplementada com nutrientes adequados.

Aos 6 meses o bebê começará a receber a alimentação complementar. Estudos comprovam que alimentos inadequados prejudicam o QI das crianças. Por isso, a comida deve ser natural, feita em casa, sem alimentos ultraprocessados. Até os 2 anos de vida o desenvolvimento do cérebro é muito acelerado e continua depois de forma mais lenta por muitos anos. Esta fase, até os 2-3 anos é o que chamamos a “época de ouro” para a formação do bebê.

Depois, o trabalho maior é para contribuir nesse desenvolvimento neural, promover a neuroplasticidade e, após os 25 anos, para manter a cognição, não deixar acontecerem perdas. Neste sentido, a dieta deve manter características antiinflamatórias, antiglicantes. Nosso cérebro é guloso pois trabalha o dia todo e demanda aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas (como B9, B12) e minerais (como magnésio). Além disso, precisa estar desinflamado e fitonutrientes (como curcumina e EGCG), além de vitaminas antioxidantes continuam sendo importantes.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Leucemia e síndrome de Down

O câncer é o nome dado para um conjunto de mais de 300 doenças. Algumas são incomuns na síndrome de Down enquanto a leucemia, um tipo de malignidade hematológica, é muito comum em pessoas com trissomia do cromossomo 21 (T21), principalmente em crianças pequenas. Alterações genéticas envolvendo fatores de transcrição, efetores sinalizadores, modificadores epigenéticos e complexo coesina (para manutenção estrutural do cromossomo) são comuns na T21, aumentando o risco de leucemia mielóide (ML) e leucemia linfoblástica aguda (ALL).

a) leucemia mieloide em pessoas com SD   |     b) leucemia linfoblástica agudaLaurent, Kotecha, & Malinge, 2020

a) leucemia mieloide em pessoas com SD | b) leucemia linfoblástica aguda

Laurent, Kotecha, & Malinge, 2020

O risco de leucemia linfoblástica aguda chega a ser 20 vezes maior em pessoas com síndrome de Down (SD) do que em pessoas sem trissomia do cromossomo 21 (Kubota et al., 2019) e o de leucemia megacarioblástica (AMkL), um tipo de leucemia mielóide mais rara é 500 vezes mais comum na SD (Mateos et al., 2015), associada a alterações no gene GATA1. A leucemia gera um aumento do número de células brancas imaturas (blastos).

A leucemia mielóide aguda é mais comum em crianças entre o 1o e 4o ano de vida. A leucemia linfóide aguda é mais comum entre o 2o e 6o ano de vida. O tratamento é a quimioterapia e os cuidados com a alimentação devem ser redobrados antes, durante e depois uma vez que crianças com SD são mais sensíveis aos efeitos da medicação.

As chances de cura na SD são similares à de pessoas sem a trissomia. Contudo, como na SD há maior estresse oxidativo (Xavier, Ge, & Taub, 2009). A prevenção é o mais importante. Deve-se evitar a exposição à carcinógenos (cigarro, álcool, metais pesados, atividade física para redução do risco de obesidade, alimentação saudável e antiinflamatória). Estudos também mostram que a suplementação de antioxidantes na gestação pode reduzir o risco de leucemia nos filhos. Além disso, o aleitamento é efeito protetor contra a leucemia (Amitay; Keinan-Boker, 2015).

A detecção precoce também é muito importante. Por isso, as crianças não devem ficar desacompanhadas. Quando são muitos os blastos a pessoa desenvolve leucemia e apresenta sintomas como:

  • cansaço excessivo

  • palidez cutânea

  • febre ou suores noturnos

  • Dor nos ossos ou articulações

  • Feridas na pele

  • Sangramento fácil

  • Maior número de infecções

  • Perda de peso

  • Redução do apetite

Por outro lado, há maior expressão de DSCR1, gene que codifica um regulador negativo da sinalização de calcineurina, reduzindo a angiogênese e o desenvolvimento de outros tipos de tumores (Baek et al., 2009). Contudo, com o aumento da expectativa de vida na síndrome de Down, o risco de vários tipos de tumores pode aumentar. Assim, todos devem passar pelos rastreios adequados ao longo da vida, tanto nas mulheres, quanto nos homens. Deve-se seguir as diretrizes das sociedades de oncologia para prevenção do câncer de mama, colo uterino, próstata, coloretal, gástrico, pulmão (para fumantes passivos). A maioria dos rastreios para tumores sólidos começa entre os 40 e 50 anos de vida.

Em relação à dieta durante o tratamento quimioterápico, indica-se a restrição de carboidratos para indução de cetose leve:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/