Envelhecimento na Síndrome de Down

O envelhecimento é um acontecimento inevitável da vida. Manifesta-se de várias formas: rugas, perda de cabelos, redução do tamanho das gônadas, declínio visual e auditivo, hipotireoidismo, osteoporose, perda da capacidade reprodutiva e declínio cognitivo. Na síndrome de Down tais manifestações costumam aparecer consideravelmente mais cedo (Covelli, et al., 2016Zigman, 2013).

O tamanho dos telômeros também parece menor na Síndrome de Down (Jenkins, et al., 2006), contribuindo para o envelhecimento acelerado.

Cole e colaboradores (2017) publicaram estudo no qual avaliaram por meio de tomografias que na síndrome de Down há deposição precoce de placas de β-amilóide e atrofia cerebral contribuindo para o mal de Alzheimer e demência.

A neuroinflamação persistente e o estresse oxidativo precisam ser combatidos precocemente para reduzir os impactos cognitivos na Síndrome de Down (Wilcock, et al., 2016). Mecanismos epigenéticos regulam a longevidade e o envelhecimento.

Modificações epigenéticas relacionadas ao envelhecimento

Uma das marcas epigenéticas do envelhecimento é a perda de histonas, outra são as modificações diretas no DNA, como alteração nos níveis de metilação. Dietas hipercalóricas, de alto índice glicêmico ou pobres em micronutrientes aceleram esses processos (Sen et al., 2016). O painel nutrigenético da síndrome de Down é um exame feito a partir de co leta de saliva e que permite o estudo da individualidade da síndrome de Down. Para saber mais marque uma consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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"O mundo se acabando e eu preocupada com minha aparência" | Transtorno Dismórfico Corporal não é futilidade, é doença | Entenda, faça o teste

Recebi um e-mail que revela a angústia de uma mulher, tão similar à de muitas outras pessoas:

Aos 12 anos uma menina que parecia uma modelo de capa de revista entrou em minha sala de aula. Foi a primeira vez em que comecei fortemente a me comparar com os outros. A partir daquele momento comecei a pensar muito em minha imagem e decidi que não era bonita. Depois desse dia sempre me senti feia, mesmo quando os outros diziam o contrário, mesmo quando algum garoto interessante dizia que me achava linda. Virei uma adulta sem autoconfiança, já fiz diversas cirurgias plásticas, malho compulsivamente, vivo de dieta, não saio de casa sem maquiagem mas nada faz efeito, continuo achando-me feia. Faço de tudo para sentir-me melhor, mas quando saio à rua e me olham sei que estão vendo em mim todos os meus defeitos, que estão com nojo. E passo o dia pensando nisso. Sou uma mulher estudada, tenho uma carreira sólida, ganho bem, me interesso pelo mundo, me indigno com a corrupção. Mesmo assim, na maior parte do tempo estou simplesmente pensando e sofrendo por causa de minha aparência. Para piorar, morro de vergonha disso, sinto-me fútil. Ninguém sabe do meu problema, apesar dele atrapalhar tudo, meus relacionamentos, minha vida sexual, o trabalho. Sinto muita vergonha do meu corpo. Não tenho coragem de usar roupas curtas, de ir à praia no verão. Desmarco compromissos quando estou me sentindo mal demais com minha aparência. Já perdi inclusive reuniões importantes. Isso leva décadas, estou cansada, queria parar de me importar, mas não consigo. O que há de errado comigo, serei sempre assim?

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Pessoas com transtorno dismórfico corporal acreditam que tem uma ou mais imperfeições ou defeitos na aparência física, sem que ele exista ou importe para qualquer outra pessoa. Elas normalmente realizam determinadas atividades (como olhar no espelho, arrumar-se excessivamente ou comparar-se com outros) devido à grande preocupação com sua aparência. A maioria das pessoas com o transtorno dismórfico corporal não sabe que, na verdade, tem uma aparência normal ou são até atraentes.

O transtorno dismórfico corporal (TDC) geralmente começa durante a adolescência e possivelmente ocorre com um pouco mais de frequência em mulheres. Os sintomas do transtorno dismórfico corporal podem surgir de maneira gradativa ou súbita, variar de intensidade e costumam persistir se não forem adequadamente tratados. O rosto ou a cabeça costumam ser os principais motivos de preocupação, mas ele pode estar relacionado a qualquer outra parte ou várias partes do corpo, e pode mudar de uma parte do corpo para outra. Por exemplo, é possível que a pessoa esteja preocupada com supostos defeitos, como queda de cabelo, acne, rugas, cicatrizes, cor da pele ou excesso de pelo facial ou corporal. Uma pessoa também pode concentrar-se na forma ou no tamanho de uma parte do corpo, como o nariz, os olhos, as orelhas, a boca, os seios, as pernas ou as nádegas.

Alguns homens com constituição física normal, ou até mesmo atlética, sentem-se franzinos, e tentam obsessivamente aumentar o peso e os músculos: um transtorno chamado de dismorfia muscular. É possível que a pessoa descreva as partes do corpo de que não gosta como feias, pouco atraentes, deformadas, medonhas ou monstruosas.

A maioria das pessoas com transtorno dismórfico corporal tem dificuldade de controlar sua preocupação e gastam horas todos os dias preocupando-se com seus supostos defeitos. É possível que a pessoa pense erroneamente que os outros estão reparando nela ou ridicularizando-a devido aos defeitos de sua aparência. A maioria das pessoas inspeciona-se com regularidade no espelho, outras evitam os espelhos e outras alternam entre os dois comportamentos.

Muitas pessoas se arrumam de forma compulsiva e excessiva, cutucam a própria pele (para remover ou arrumar os supostos defeitos de pele) e buscam reafirmação sobre os supostos defeitos. Elas podem frequentemente mudar de roupa para tentar esconder ou camuflar seu defeito discreto ou inexistente ou tentar melhorar a aparência de outras formas.

A diferença entre o transtorno e a vaidade é que pessoas com TDC ocupam muito tempo e causam angústia significativa, prejudicando as atividades. Se a pessoa com transtorno dismórfico corporal sentir-se constrangida demais com a própria aparência, pode evitar aparecer em público, faltar ou trabalho ou compromissos importantes. Acaba causando muito sofrimento e fazendo a pessoa perder oportunidades, desgastar relacionamentos, ser demitida…

O diagnóstico pode ser feito por psicólogo, neurologista ou psiquiatra. Avaliarão o quanto a preocupação impacta a vida da pessoa, se esta passa muito tempo realizando atividades ou tendo pensamentos (por exemplo, olhar-se no espelho, arrumar-se excessivamente ou comparar-se com outros) devido à sua grande preocupação com sua aparência. Se sente muita angústia ou deixam de funcionar normalmente (no trabalho, na família ou com amigos).

O tratamento envolve o uso de medicamentos (como antidepressivos), terapia cognitivo comportamental, meditação, prática de yoga, alimentação que proporcione maior produção de serotonina. O acompanhamento nutricional na abordagem comportamental é fundamental para pacientes que tem além do transtorno dismórfico corporal, algum transtorno alimentar ou um comer transtornado (Dingemans et al., 2012).

Muitos fatores podem tornar difícil o controle metabólico, como sedentarismo, distúrbios dos sono, estresse, ansiedade, isolamento, tédio, falta de suporte social, baixa exposição solar, dentre tantos fatores que afetam a saúde. Não é fácil conciliar tantos fatores que afetam o consumo alimentar, o equilíbrio energético e metabólico.

King et al., 2020

King et al., 2020

Nossa equipe de nutrição e psicologia trabalha associando a terapia com a nutrição comportamental. Não sofra sozinho, não fique sem tratamento. Se você tem dúvida sobre a presença de transtorno dismórfico corporal pode fazer um teste inicial, preenchendo este questionário. Entraremos em contato.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Efeito do açúcar na saúde das crianças | Aprenda formas saudáveis de substituir o açúcar nas preparações

Os primeiros 1.000 dias de uma criança são cruciais para sua saúde e também para o ganho de muitas competências. O bebê começa a ter experiências com os alimentos e seus diferentes sabores desde a barriga da mãe. Estas experiências iniciais são muito importantes para a aceitação posterior de uma dieta variada. A preferência pela doçura começa cedo na vida e permanece durante toda a infância. Contudo, os açúcares devem vir prioritariamente das frutas, pois estas são doces mas fornecem também nutrientes importantes para melhoria do funcionamento intestinal, para prevenção de doenças e para garantia de um ótimo desenvolvimento.

Já doces e refrigerantes costumam ser fonte de muito açúcar e nada de nutrientes protetores. Pesquisas mostram que o consumo excessivo de açúcares aumentam o risco de cáries, obesidade, diabetes, síndrome metabólica, esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), distúrbios do sono. Pode também piorar os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) (Paglia, 2019).

É comum os pais quererem comemorar o primeiro ano com uma farra de bolo. Mas o bebê não precisa de açúcar nesta fase e a introdução precoce de alimentos extra açúcarados contribui para o paladar para sabores super doces. Que tal comemorar com uma fo…

É comum os pais quererem comemorar o primeiro ano com uma farra de bolo. Mas o bebê não precisa de açúcar nesta fase e a introdução precoce de alimentos extra açúcarados contribui para o paladar para sabores super doces. Que tal comemorar com uma foto com as frutas preferidas do bebê?

A maioria dos problemas de saúde crônicos (como hipertensão, intolerância à glicose, alterações nos níveis de gordura no sangue) podem ser evitados com uma dieta saudável e prática regular de atividade física. Crianças que comem muito açúcar tem mais dificuldade de largar o hábito posteriormente. Por isso, o ideal seria nem começar. Mas o que fazer quando a criança ama açúcar? Existem maneiras mais saudáveis de preparar alimentos (como bolos e sobremesas)?. A resposta é sim e isto gera benefícios para toda a família. O açúcar pode ser substituído por figos, tâmaras, passas (uvas desidratadas, ameixas desidratadas).

Para cada 1 xícara de açúcar, substitua por 1/2 xícara de frutas secas trituradas. O purê de maçã ou a banana madura também podem ser utilizados em receitas doces, substituindo o açúcar. Existem muitas receitas maravilhosas na internet.

10 estratégias para melhorar a saúde da criançada

(1) aprender de onde o alimento vem (levar à feira, à fazenda, à horta...),

(2) plantar,

(3) agradecer pelos alimentos,

(4) deixar alimentos saudáveis à vista,

(5) dar o exemplo,

(6) oferecer o alimento de várias maneiras (cozido, assado, grelhado, purê, amassado, batido, etc),

(7) consumir alimentos coloridos diferentes e da estação,

(8) beber água,

(9) ter paciênica - comer é um processo de aprendizagem complexo,

(10) comer junto - manter a rotina, com o horário de refeições da família.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/