Contaminação dos chás com chumbo

O chumbo é um metal pesado não necessário à vida humana. Contudo, pode entrar em nosso corpo por diferentes vias como pelos encanamentos de água feitos de chumbo, pelo consumo de alimentos enlatados ou ricos em agrotóxicos, pelo uso de panelas antigas de cerâmica, pelo consumo de ossos de animais ou pelo contato com tintas. 

A intoxicação por chumbo prejudica a metilação, comprometendo a aprendizagem. Também dificulta a eliminação de toxinas gerando irritabilidade, convulsões, hiperatividade e aumentando o risco de queda da imunidade e de infecções respiratórias. Falta de apetite, anemia, apatia, distúrbios visuais, hiperpermeabilidade intestinal, déficit de atenção, danos aos rins e ao coração, tremores nas mãos e gota também podem resultar da intoxicação por chumbo. A maior parte das pessoas possui chumbo acumulado nos ossos. O metal vai sendo liberado na corrente sanguínea aos poucos.

Para não absorver ainda mais chumbo a microbiota (flora intestinal) deve estar saudável e nutrientes devem ser consumidos em quantidades adequadas. A disbiose intestinal, a dieta deficiente em vitamina C, cálcio, ferro, manganês, fósforo, proteínas, zinco e vitamina E aumentam a absorção ou ou a toxicidade do chumbo. Além de ter uma dieta mais equilibrada ajustada nestes nutrientes alguns outros compostos também podem ajudar na eliminação do chumbo. Alho, cebola, gengibre e chá verde são ricos em compostos destoxificantes e que restauram a função hepática. 

Contudo, estudos mostram que o próprio chá verde pode ser uma das fontes de contaminação por chumbo. Desta forma, crianças, adolescentes e gestantes não devem ingerir mais do que 1 xícara de chá ao dia. Já o limite de chá verde orgânico para adultos é de 3 xícaras ao dia. No caso do chá verde não orgânico o limite cai para 2 xícaras ao dia.

A dieta variada é então a melhor alternativa. Chá é bom mas em excesso não. E isso vale também para os alimentos. Quanto aos alimentos ricos em vitamina C, importantes para a redução da absorção de chumbo e sua toxicidade do metal a regra é variar durante a semana. Exemplos de alimentos ricos em vitamina C incluem: pimentão, laranja, tomate, morango, mamão, kiwi, goiaba, abacaxi, limão, melão, manga, camu camu, brócolis, couve, lichia, acerola e caju. 

Estudos mostram que o alho contém substâncias que também aumentam a eliminação do chumbo (Bautista, Puschner e Poppenga, 2014). O consumo de alho diminui desconfortos associados à intoxicação por chumbo como dores de cabeça, irritabilidade, problemas nos tendões, além de regularizar a pressão arterial (Kianoush et al., 2012). Prefira sempre comidinha feita em casa, com condimentos naturais.

O ideal é variar os tipos de chá para reduzir o risco de intoxicação pelos fitoquímicos ou metais pesados presentes nas plantas. Saiba mais no curso online "Fitoterapia".

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Não existem fracassos, existem resultados

Quando um bebê cai de bunda no chão ninguém fala a ele: "desiste disso, você não nasceu para andar". Pelo contrário, continuamos torcendo por este bebê, fazendo festa a cada novo passo dado. Fizeram isso conosco também. E após cada queda, cada "erro", nos superamos. Cair de bunda no chão não foi considerado um fracasso, apenas o resultado de nossa ousadia. Para cada bebê, um dia andar fica tão fácil, tão natural, que a ambição aumenta e resolvem sair por aí correndo ou pulando.

Com crianças, adolescentes, adultos e idosos é o mesmo. Nossos erros são apenas um resultado e as consequências de qualquer ação tomada podem ser verificadas, avaliadas, melhoradas, aperfeiçoadas. Às vezes ouço pessoas falando: "não vou nem tentar emagrecer, pois não consigo". Mas será? Talvez o foco esteja errado ou apressado. Realmente não dá para emagrecer 10 kg até o próximo final de semana. O foco no curto prazo gera frustração pois o sucesso, neste caso, não é alcançado do dia para a noite. E aí, é fácil alguém se sentir fracassado. "Não comi, passei fome, passei mal e não emagreci. Sou um fracasso!". Este tipo de pensamento é chamado erro cognitivo. É o típico pensamento tudo ou nada onde a pessoa chega a uma conclusão negativa radical que vai muito além da situação atual.

Não conseguir emagrecer 10 kg em uma semana não faz de ninguém um fracasso. É a administração das emoções que fará a pessoa avaliar adequadamente o resultado, avaliar que tipo de estratégia dá certo e que tipo de estratégia dá errado. A administração das emoções facilita a tomada de pequenas decisões diárias que geram um resultado positivo e duradouro a longo prazo. Por isto insisto tanto que pacientes que desejem emagrecer devem começar a meditar. A prática relaxa, foca e coloca as coisas em perspectivas. Com isso, a neura com o corpo e com o peso diminui e escolher melhor os alimentos, programar o cardápio e emagrecer torna-se muito mais fácil.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Cada um pode ter o corpo que quer?

Queremos nos sentir bem com nós mesmos. Queremos ter energia para realizar nossos sonhos, vitalidade para que o dia seja bom, saúde para viver mais e melhor. Mas será que para termos tudo isso precisamos seguir um padrão de beleza? Claro que não! E que bom! Pois beleza não se discute. O que agrada aos meus olhos pode muito bem não agradar aos olhos dos demais. Fora isso, apesar do que as revistas de beleza e os posts do Instagram dizem mudar o corpo radicalmente não é possível para todo mundo. E na verdade somos lindos e especiais justamente pelo que temos diferente dos outros.

O que as pesquisas mostram é que todos podem ter mais energia, vitalidade e saúde. Para isto, precisamos dormir bem, comer alimentos saudáveis e praticar atividade física. Estudos também mostram que o excesso de gordura corporal pode comprometer a saúde e a longevidade. 

Isto significa que uma pessoa magra e que come mal, é sedentária ou abusa do álcool não está no caminho certo. Isto significa que uma pessoa acima do peso mas que não fuma, dorme bem, consome mais frutas e verduras e mantém-se fisicamente ativa pode ter mais saúde do que a primeira. E pode se sentir mais feliz do que a primeira. Mas também não é garantia já que nossa genética, nossos valores, nossa condição de vida e nossas escolhas também influenciam nossa saúde física e mental.

Assim, não há um modelo pré-definido que garanta felicidade ou bem estar ou saúde. O processo de autoaceitação nem sempre é fácil. Todo mundo julga todo mundo. É só entrar no Instagram e verá mil exemplos de exercícios ideais, dietas ideais para que o "corpo ideal" (sabe-se lá o que é isso) seja alcançado. Com milhares de seguidoras pessoas mostrando a barriga tanquinho influenciam uma geração inteira. Sim, as pessoas que valorizam a barriga tanquinho tem direito a ela, tem o direito à viverem a vida como quiserem. Tem o direito à escolha de onde vão passar mais tempo: na escolha, no trabalho, na academia, com os familiares ou amigos. O problema não é esse. O problema é quando quem não é assim "fica de fora".

A influência que algumas personalidades exercem na vida das pessoas é negativa, fazendo-as acreditar que sem tal corpo não serão felizes, amadas, valorizadas. Não é incomum que um adolescente desenvolva um distúrbio alimentar tentando se encaixar em um padrão apenas possível a poucos. Não é raro pessoas submeterem-se a procedimentos estéticos caros e perigosos na tentativa de serem aceitas. Emagrecer é importante para algumas pessoas, que estão com colesterol alto, hipertensão, diabetes e um risco aumentado à vida. Mas dietas loucas ou procedimentos estéticos mirabolantes não parecem ser a melhor solução. Quantas pessoas passaram por cirurgia bariátrica e voltam a engordar? Milhares! Quantas pessoas passaram por grandes cirurgias plásticas e continuam criticando ou mesmo odiando o próprio corpo? Atendi na clínica por mais de 10 anos e a insatisfação de mulheres e homens mesmo após tais procedimentos é enorme. 

Sabemos que isso acontece e precisamos parar de falar do nosso corpo, da nossa cor, do nosso formato e focar em coisas mais importantes. Se não fizermos isso continuaremos a vivem em uma sociedade que valoriza as gratificações imediatas. Com a lipoaspiração o culote desaparece instantaneamente. Com o jejum uma pessoa pode perder 4 kg ou mais em uma semana. Mas no final os problemas não se resolvem.

Mas quem tem baixa autoestima elimina o culote mas não ganha amor próprio, quem tem depressão coloca a prótese de silicone e o problema de saúde não some. Quem tem esteatose hepática e faz o jejum consegue, muitas vezes, agravar o problema, com a chegada de grande quantidade de gordura ao fígado. E o pior: o corpo sonhado nem sempre aparece. Ou aparece e depois some. Por quanto tempo podemos lutar contra a comida? Comer é uma necessidade fisiológica básica! Para emagrecer de forma eficiente precisamos conhecer os alimentos mas também precisamos nos conhecer, entender o que desencadeia episódios compulsivos, aprender a diferença entre fome emocional e fome física.

Bebês amam seus corpos do jeito que são. Vamos fazer o mesmo?

Bebês amam seus corpos do jeito que são. Vamos fazer o mesmo?

Nossa genética também não pode ser negada! Meço 1,64m en não posso ter o corpo da Gisele Bündchen que mede 1,80m. Não vou ter e muitas outras mulheres também não.

Nossa inspiração precisa ser o nosso padrão de beleza e não os padrões externos. E o mundo está cada vez mais aberto a isso. A valorizar a beleza única de pessoas com diferentes alturas, pesos, cores de pele, idades. Que tal parar de se comparar com modelos de beleza alheios à você? Que tal seguir nas redes sociais apenas pessoas que se amam como são, que possuem valores parecidos com os seus? E que tal adotar um estilo de vida saudável independentemente das consequências em sua aparência, mas apenas porque você se ama, se respeita e quer viver muito para fazer coisas fantásticas?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/