O que é nutritional yeast (levedura nutricional)?

Levedura nutricional (Nutritional Yeast)

Levedura nutricional (Nutritional Yeast)

Vegetarianos vivem deixando mensagens pra mim aqui no site e também lá no Facebook. Os tipos de dúvida variam mas a suplementação é uma delas. Recentemente, mais e mais pessoas me perguntam sobre a levedura nutricional (nutritional yeast). Você sabe o que é isso?

Leveduras são fungos, assim como os cogumelos e bolores. A levedura nutricional é o nome dado a um organismo com uma única célula: o Saccharomyces Cerevisiae. Talvez seu médico já tenha prescrito para você outro tipo de levedura, o Saccharomyces boulardii (presente em medicamentos como o floratil e várias outras marcas). Ela é muito usada no tratamento de diarreia, como a do viajante. Nunca aconteceu com você? Viajar, comer algo na rua e passar mal? Bem, anota aí: nesse caso o Saccharomyces boulardii é super eficiente.

No caso da levedura nutricional, o fungo (Saccharomyces Cerevisiae) cresce em um meio rico em carboidratos, depois é lavado e seco, na indústria. No processo de fermentação dos carboidratos, as leveduras produzem vitaminas do complexo B, como a cobalamina (B12), tão importante para vegetarianos. Também fornece selênio, zinco e proteína. É pobre em gorduras, não contém açúcares adicionados, preservativos ou glúten. Na culinária, a levedura nutricional dá um sabor especial, amendoado. A adição de 1 a 2 colheres de sopa deixa sopas e outros pratos mais cremosos, como se queijo houvesse sido adicionado à preparação. Pode ser adicionado também sobre a pipoca, batata assada ou purê de batata, massas...

Mas atenção, pacientes com doença de Crohn não devem consumir a levedura nutricional pois existem indícios de que estes pacientes possuem mais reações adversas ao seu consumo, com maior produção de anticorpos específicos e piora da inflamação intestinal.

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Conheça mais sobre soja, tomate, berinjela, brócolis, mel, açafrão, chá verde, maçã, mirtilo, açaí, dentre tantos outros alimentos. Conversaremos também sobre nutrientes e não nutrientes que podem ser destacados nos rótulos dos alimentos por seu potencial benefício à saúde, incluindo ácidos graxos, carotenóides, fibras e probióticos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Primeira infância: uma fase crítica para o desenvolvimento

O lançamento no Brasil da série The Lancet sobre os avanços no desenvolvimento infantil foi feito nesta quarta-feira, 09/11/16, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília.

A publicação demonstra que, no período desde a concepção até os 2 a 3 anos de vida, as crianças respondem mais rapidamente às intervenções do que em qualquer outra fase da vida. É um momento único para focar em ações voltadas ao desenvolvimento integral e integrado, que incluem: saúde, nutrição, afeto, ambiente seguro, proteção e oportunidades de aprendizagem. A estimulação precoce e a criação de vínculos em ambiente domiciliar seguro e livre de stress, aumentam o potencial de aprendizagem da criança no ambiente domiciliar e estabelecem as bases para a aprendizagem na escola.

Deficiências nutricionais antes da concepção, ou seja, durante a gravidez e nos primeiros 2 a 3 anos da criança, por exemplo, podem resultar em atrasos no desenvolvimento ao longo da vida. O aleitamento materno até os dois primeiros anos traz significativos benefícios para mães e crianças, contribuindo para a saúde materna e infantil, a nutrição, a educação, a redução da pobreza e o crescimento econômico.

No Brasil, segundo dados da PNAD 2014, mais de 6 milhões de meninos e meninas de até 5 anos vivem em domicílios com renda per capita de até ½ salário mínimo. Além da renda familiar, existem outros fatores de exclusão, como a situação vivenciada por crianças indígenas, quilombolas, ribeirinhas e aquelas que vivem nas periferias dos grandes centros. Essas crianças correm o risco de não se desenvolverem integralmente devido à situação de vulnerabilidade em que se encontram. Desta forma, políticas integradas fazem-se necessárias.

Fonte: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5290:nova-serie-the-lancet-mostra-como-cuidados-na-primeira-infancia-sao-essenciais-para-desenvolvimento-dos-individuos-e-da-sociedade&Itemid=821

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como envolver as crianças no preparo dos alimentos?

O ensino da alimentação saudável para as crianças começa em casa, com a família. A dieta variada, rica em cores, diferentes texturas e sabores é muito importante. O exemplo é fundamental. Além disso, para que as crianças tenham uma relação próxima com a comida, envolva-as na compra e no preparo do alimento. Elas podem, desde pequenas, aprender a importância de lavar as frutas e verduras (e ajudar na tarefa), podem ajudar a temperar a salada com azeite, podem ajudar a cozinhar. Abaixo, indico uma série de atividades (lúdicas ou verdadeiras) para introduzir os pequenos na cozinha:

2 a 6 anos: sirva o chá às bonecas, faça comidinha de areia, deixe-as ajudar com comida de verdade medindo ou misturando ingredientes. Aproveite para ensinar o que é uma colher de chá, de café, de sobremesa, de sopa... Abra a geladeira e a despensa e peça a opinião das crianças sobre o que poderão fazer para o lanche ou para o jantar. Compre um vaso e plante alguma erva com seu filho. Brinque com uma massa. Você faz pães em casa? Deixe-os amassarem a massa ou fazerem pequenos pãezinhos. Existem na internet receitas fáceis com e sem glúten. Abra seus potinhos de ervas e outros temperos desidratados e deixe-os sentir o aroma do açafrão, do orégano, do gengibre, do alho, da pimenta, da camomila, do alecrim... Você pode começar com dois. Depois de observarem a cor, aroma (e até o sabor) faça um jogo de adivinhação. "Que erva é essa?" E de olhos fechados, conseguem saber o que é o quê? Crianças pequenas também podem gostar de decorar os pratos.

6 a 10 anos: quando for fazer a lista de compras peça a contribuição de suas crianças. Peça para que chequem na fruteira e na geladeira os itens que acabaram. Ensine-os a escolher frutas no supermercado ou na feira. Peça que eles o ajudem a ler as letras minúsculas dos rótulos dos alimentos. Ensine-os o que é mais saudável. Por exemplo, se o primeiro ingrediente de um produto for o açúcar ele não é recomendado para uma família saudável. Peça a eles que provem a comida que está preparando. Depois adicione algum tempero ou erva e peça que provem novamente. O sabor da comida melhorou com a adição do tempero? Ensine-os a quebrar ovos para fazer omeletes ou panquecas. Peça para que arrumem a mesa de forma bonita para que todos possam comer juntos. Por fim, peça ajudar para recolher ou lavar a louça.

10 a 14 anos: seus filhos estão crescendo e já conseguem executar tarefas mais complicadas como fazer panquecas, assar batatas ou brownies, cozinhar arroz. Eles continuam gostando a decorar os pratos, a escolher o recheio do sanduíche ou da pizza... Agora eles ja sabem lavar a louça sozinhos. Mas torne essa atividade agradável. Deixa que eles escolham a trilha sonora da lavação de louça. Esteja junto. 

Não temos tempo para estas atividades todos os dias, mas finais de semana, feriados e férias são ótimos momentos para começar a integrar crianças e adolescentes em atividades relacionadas à comida. Aprendem a ser membros da família mais participantes (e isso deve ser natural), capazes de fazer contribuições positivas e que são valorizadas pelos pais e irmãos. Com o tempo, tarefas mais complicadas vão ficando mais fáceis e eles um dia te surpreenderão, preparando uma refeição saudável, alegremente e sem ninguém solicitar.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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