Dietas ricas em proteínas não são todas iguais

Revisão sistemática que incluiu 17 estudos com mais de 250.000 pessoas mostrou que dietas ricas em proteínas animais e pobres em carboidratos complexos aumenta o risco de mortalidade por diferentes causas (Noto et al., 2013). Contudo, se a dieta é rica em proteínas vegetais o risco de mortalidade é reduzido (Jenkins et al., 2009). Por isso, inclua mais hortaliças, frutas, castanhas, leguminosas, cereais integrais e cogumelos em suas refeições.

Mortalidade com diferentes dietas:

Uma das explicações é a alteração da microbiota intestinal e inflamação observada em indivíduos que consomem mais alimentos de origem animal (Wang e Jia, 2016).

Mais sobre alimentação e o risco de doenças:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Proteínas vegetais precisam ser combinadas?

Não! Este é um grande mito da nutrição. O consumo do dia deve ser adequado mas não há necessidade de se preocupar com refeições isoladas. Nosso organismo mantém pools de aminoácidos que são usados para toda e qualquer produção de proteínas necessárias ao organismo (enzimas, anticorpos, músculo etc). Isso já era relatado por Munro desde a década de 1970. Além disso, nosso organismo recicla proteínas e aminoácidos na proporção necessária ao organismo (Moughan & Rutherfurd, 2012).

Como bem mostram estudos populacionais brasileiros, o problema no país não é o consumo de proteínas e sim o consumo de fibras já que menos de 25% das pessoas atingem a recomendação diária de frutas e hortaliças (Brasil, 2015). E isso sim é um problema já que frutas e verduras fornecem os principais nutrientes fundamentais à preservação da saúde.

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Não se deixe enganar...

Muito já foi escrito sobre este tema mas sempre recebo mensagens e e-mails pedindo para eu falar mais. Há muita confusão pois muitos autores venderam milhões de livros falando sobre as dietas de nossos ancestrais, a dieta paleo. Contudo, alguns autores inventaram tanta coisa que os livros ficariam muito melhor na seção de ficção do que na de nutrição.

Muitos descrevem a dieta paleo como uma dieta rica em carnes. Da onde tiraram isso eu não sei. Vamos aos fatos. Os hominídios surgiram a cerca de 2 milhões de anos. Antes disso, vários de nossos ancestrais não hominídios passaram pela face da terra, tendo contribuído para nosso DNA (Eaton & Kooner, 1985). Desta forma, entender o que comiam nos ajuda a entender como evoluímos e chegamos até aqui. 

Há mais de 4 milhões de anos, no mioceno, divisão da era cenozóica, nossos ancestrais consumiam basicamente uma dieta baseada em plantas (Jenkins & Kendall, 2006). Anatomicamente o trato digestório de chimpanzés, gorilas e outros grandes macacos se parece muito com o dos seres humanos. De fato, o DNA dos seres humanos e dos gorilas possui uma semelhança de 98%. E o que eles consomem? Uma dieta baseada em vegetais com menos de 2% de alimentos de origem animal em sua composição (Oelze et al., 2011Popovich et al., 1997; Tutin & Fernandez, 1993; ). Obviamente, não tinha bacon, peito de peru e ovo frito no café da manhã.

Existem evidências de que nossos ancestrais hominídios consumiam entre 70 e 120 gramas de fibras vegetais ao dia (Tuohy et al., 2012). Muito mais do que a dieta ocidental típica (12 a 20 gramas ao dia) (Tuohy et  al., 2009) e do que as recomendações dos órgãos de saúde (25 a 30 gramas ao dia) (Jenkins et al., 2001). 

Várias populações da África ainda possuem um alto consumo de fibras e uma baixíssima incidência de doenças cardiovasculares, obesidade, câncer de cólon e outros problemas de saúde modernos (Jenkins et al., 2001). Resumo da ópera: caso queira adotar uma dieta hiperprotéica assuma os riscos e não culpe nossos ancestrais.

Assista outros vídeos sobre a importância da dieta na saúde em meu canal do YouTube.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/