Cuidado com o consumo excessivo de sal

O consumo excessivo de sal está associado à maior pressão arterial sanguínea, maior risco cardiovascular (Dickinson, Jennifer e Keogh, 20092014Dishy et al., 2003DuPont et al., 2013Suckling et al., 2012), aumento do risco de osteoporose, pedras nos rins, úlceras e câncer de estômago(Wang, Terry e Yan, 2009). Para reduzir o consumo é necessário evitar o uso do saleiro, usar outros temperos (alecrim, açafrão, alho, cebola, sálvia, manjericão, pimenta, orégano, gengibre, salsinha, cebolinha, coentro, estragão, hortelã, louro e tomilho).

Além disso, é fundamental reduzir o consumo de alimentos industrializados pois estes escondem muito sal, inclusive em alimentos de sabor mais doce como refrigerantes, bolachas, bolos e extrato de tomate.

O corpo até tenta eliminar o sal. Mesmo assim, quanto maior essa eliminação maior o risco de doenças. Ou seja, os rins nos ajudam mas devemos também ajudá-los.

Cook et al., 2014 - http://circ.ahajournals.org/content/129/9/981.figures-only

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Acordo para a redução do sódio dos alimentos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmundo Klotz, assinaram hoje acordo para redução da quantidade de sódio em alguns alimentos (requeijão cremoso, sopa instantânea, sopa pronta para consumo e para cozimento, queijo muçarela, empanados, hambúrguer, presunto embutido, linguiça, salsicha e mortadela). A meta do governo em relação ao sódio é de, por exemplo, passar de 587miligramas (mg) de sódio por 100g de requeijão cremoso em 2014 para 541mg por 100g em 2016. Esse é o quarto acordo firmado entre o Executivo federal e os fabricantes de alimentos desde 2011 com o mesmo objetivo. Nos tratados anteriores, alimentos como pão de forma, macarrão instantâneo, batata frita, maionese, biscoito recheado, margarina, cereais matinais e temperos para massa e arroz também tiveram a quantidade de sódio reduzida.

O sódio é o principal componente do sal de cozinha. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de sódio deve ser de menos de dois gramas por dia, equivalente a uma colher de chá ou cinco gramas de sal. Porém, o consumo médio de sal pelo brasileiro é de 12 gramas ao dia, mais que o dobro sugerido, elevando o risco de hipertensão (Dishy et al., 2003Suckling et al., 2012), estresse oxidativo, doenças cardiovasculares (como infarto) e câncer de estômago (Wang, Terry e Yan, 2009). Existem evidências de que dietas com menos sódio melhoram a função endotelial dos vasos (Dickinson, Jennifer e Keogh, 2009; 2014; DuPont et al., 2013).

O sódio, nos alimentos industrializados, está presente no sal, em conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico). O consumo de sódio também deve ser reduzido em casa, principalmente diminuindo-se o uso de sal nos alimentos, o qual pode ser parcialmente substituído por ervas e condimentos. Também é aconselhável evitar o uso do saleiro e aumentar o consumo de frutas e verduras, que contrabalanceiam os efeitos deletérios do sódio consumido excessivamente.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Potássio

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O potássio é um mineral importante para o funcionamento de todas as células. Por exemplo, é essencial para a contração do músculo cardíaco e para o funcionamento normal dos intestinos. Estudos mostram a relação entre o consumo adequado de potássio e a saúde óssea. Várias pesquisas também tem relacionado o baixo consumo de potássio com a hipertensão sanguínea. Assim, o consumo do mineral torna-se importante para a redução do risco cardíaco. Porém, enquanto o consumo de vegetais ricos em potássio mostram efeito negativo a suplementação não parece trazer os mesmos benefícios. Esta é mais comum na hipocalemia, situação em que os níveis do mineral estão diminuídos no sangue. Neste caso o uso do elemento trata sintomas como fraqueza, caibras, distúrbios gástricos e batimentos cardíacos irregulares. Boas fontes dietéticas de potássio incluem frutas e verduras como banana, laranja, abacate, tomate, feijão, batata, salmão, bacalhau e frango.

O uso de suplementos de potássio também deve ser monitorado pois aumentam o risco de diarréia, irritação estomacal e náuseas. Em doses altas podem provocar fraqueza e diminuição dos batimentos cardíacos. O suplemento pode ainda interagir com medicamentos devendo ser evitado junto ao uso de Drogas antiinflamatórias não esteroidais, Inibidores da ECA - Estas drogas são usadas para tratar a hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças renais crônicas, enxaqueca e tornam as pessoas mais vulneráveis à hipercalemia (aumento de potássio na corrente sanguínea).

São exemplos de inibidores da ECA: Benazepril (Lotensin), Captopril (Capoten), Enalapril (Vasotec), Fosinopril (Monopril), Peridopril (Aceon), Ramipril (Altace) - Heparina, Ciclosporina, Antibióticos como bactrim ou Septra, Betabloqueadores usados no tratamento da hipertensão como Atenolol, Metoprolol e propranolol (inderal), Diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida, clorotiazida, indapamida, metolzaone), Diuréticos de alça como Furosemida (Lasix), Bumetanida (Bumex), Torsemida  (Demadex), ácido Etacrínico (Ederin), Corticosteróides, Antiácidos, Insulina, Fluconazona, Theofilina e laxativos.

Assim, se estiver fazendo uso de qualquer um destes medicamentos é importante testar os níveis de potássio no sangue antes de tomar qualquer suplemento. Nunca comece a tomar suplementos por conta própria. O uso do suplemento com a digoxina - um medicamento usado no tratamento de arritmias - aumenta o risco de reações adversas e tóxicas. 

Além disso, se você é um paciente renal em tratamento dialítico tenha cuidado com o consumo de potássio pois este pode aumentar perigosamente entre uma sessão e outra. Neste caso o potássio deve ser mesmo evitado. 

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/