Estresse e dor de cabeça tensional

O estresse é gerado pela excitação emocional, que perturba o equilíbrio cerebral. Com o estresse há maior produção de neurotransmissores como a adrenalina (epinefrina) que gera diferentes respostas cognitivas, comportamentais e fisiológicas (incluindo a dor de cabeça).

Vários acontecimentos podem gerar estresse e tensão crônica. A resposta ao estresse depende, em grande medida, da genética e também da forma como cada pessoa filtra e processa a informação recebida. Por exemplo, com o enclausuramento gerado pelo coronavírus, cada pessoa está lidando com o estresse de uma forma.

No cérebro, o estresse também aumenta a liberação de, glutamato, dopamina e cortisol. Ao mesmo tempo, a serotonina e o GABA tendem a cair. Apesar desta resposta ser normal a mesma pode ser atenuada com estratégias de estilo de vida (terapia, meditação, uso de óleos essenciais, prática de yoga) e também com a alimentação e suplementação adequadas.

Por exemplo, L-teanina modula GABA. Esta via GABA/glutamato também é modulada por zinco, magnésio, antioxidantes, ômega-3, taurina, ácido lipóico e colina. Para modular serotonina podemos usar L-triptofano, 5-HTP ou Griffonia simplicifolia. Para modular dopamina podemos utilizar fitoterápicos como Mucuna pruriens ou Colleus forskolli, assim como diversos nutrientes (cromo, vitamina B1, B6, B2 e B5).

Vários adaptógenos também podem ser utilizados para regular a liberação de cortisol e outros hormônios do estresse, incluindo Ashwagandha, Rhodiola rósea, Crocus sativus, fosfatidilserina, beta-sitosterol, Urtiga dioica.

Dores de cabeça

Existem várias razões para ocorrência de dores de cabeça, o desequilíbrio emocional é uma delas. Mas podem acontecer também por alterações hormonais, deficiências nutricionais, disbiose intestinal, doenças (aneurisma, hipertensão), intolerâncias alimentares, contato com toxinas etc.

No caso do estresse, os picos de cortisol são um dos desencadeadores de dores de cabeça. O estresse também pode nos manter acordados à noite e o sono de baixa qualidade tem sido associado ao aumento da frequência da enxaqueca. Além disso, quando estamos estressados, tendemos a apertar os músculos dos ombros, pescoço e até couro cabeludo, aumentando o risco de dores de cabeça. Por isso, práticas como yoga são tão importantes em momentos de maior estresse e ansiedade.

O excesso de cafeína (mais de 400 mg ou quatro xícaras de café) também pode causar dores de cabeça, pois desencadeia uma resposta de abstinência no corpo quando você não está ingerindo café. Isso também acontece quando você combina cafeína e analgésicos se já tiver dor de cabeça, levando ao que é conhecido como dor de cabeça de rebote.

Para ajudar a controlar a inflamação cerebral, tente dormir bem, praticar yoga, cuidar do intestino consumindo frutas, verduras, kefir, alimentos antiinflamatórios. para aliviar a tensão você também pode fazer caminhadas e consumir boas fontes de ômega-3 (ou suplementar o óleo), evitar picos de açúcar no sangue e conversar com seu nutricionista sobre o melhor fitoterápico para seu caso.

ADAPTÓGENOS RECOMENDADOS NA EUROPA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Terapias clássicas e complementares no tratamento da enxaqueca

Dor de cabeça e enxaqueca são entidades diferentes. A dor de cabeça (cefaléia) é mais comum e menos intensa, sendo caracterizada por aquela sensação de peso que acomete toda a região. Pode ser gerada por tensão, estresse, má digestão, falta de sono, baixa acuidade visual, excesso de estímulos, irritabilidade ou doenças graves, como meningite. Acontece de maneira mais pontual e é mais facilmente tratada com a eliminação da causa e uso de analgésicos.

Já a enxaqueca é um tipo de dor de cabeça, só que muito mais intensa que a cefaléia comum. Ocorre como uma dor pulsante, geralmente em um só lado da cabeça. Dependendo da intensidade da dor, pode ser acompanhada de náuseas e vômitos, além de hipersensibilidade à luz, sons ou mesmo cheiros. Sem medicação, uma crise pode durar até 72 horas de maneira ininterrupta.

O tratamento clássico da enxaqueca pode incluir o uso de analgésicos, anti-náuseas, medicamentos para ansiedade ou depressão. Tudo vai depender da causa da enxaqueca. A suplementação dependerá do resultado da avaliação nutricional e poderá conter riboflavina (reduz excitabilidade), magnésio (relaxante muscular), coenzima Q10 (melhora na produção energégica), vitaminas antioxidantes. Outras associações que podem ser feitas pelo nutricionista são o ômega-3 (antiinflamatório), vitamina D e taurina (relaxante).

Além disso, terapias complementares como dieta antiinflamatória, práticas para gerenciamento do estresse (yoga e meditação) e ayurveda podem fazer parte do tratamento. Estudos da fitoterapia mostram que suplementos como Ginkgo biloba e matricária (Tanacetum parthenium) reduzem a dor. Isto porque a matricária acalma a musculatura lisa das veias do cérebro, enquanto o Ginkgo estimula a oxigenação e age como um varredor de radicais livres.

Óleos essenciais também podem ser utilizados para o combate à enxaqueca. Os mais indicados são erva-príncipe (cymbopogon citratus), também conhecida como lemongrass, manjericão, hortelã-pimenta, lavanda, camomila, gerânio e rosa. Aprenda a utilizar os óleos essenciais em meu curso online.

Para o Ayurveda, o tratamento envolve mudanças ambientais, como a redução na exposição à extremos de frio ou calor, excesso de esforços, estresse, álcool, fumo, cheiros fortes. Também envolve mudanças na rotina de sono e alimentação (Vasudha; Majunath & Nagendra, 2019).

DISBIOSE INTESTINAL É CAUSA DE ENXAQUECA

Quando a digestão não funciona bem podem surgir sintomas gastrointestinais (cólicas, gases, diarreia, constipação etc), mas também podem surgir questões fora do trato digestório. Muitas pessoas queixam-se de dores de cabeça ou mesmo enxaquecas sem explicação. Pois a causa pode estar na disbiose intestinal. O desequilíbrio da microbiota gera mais inflamação e maior permeabilidade intestinal. Esta combinação aumenta a ativação do eixo intestino-cérebro (Arzani et al., 2020).

Agora, por que é que a pessoa está com disbiose já é outra história. Pode ser pelo uso de medicamentos (antibióticos, antidepressivos, anticoncepcionais, antiinflamatórios). Pode ser por fatores emocionais que desregulam o pH intestinal (estresse, ansiedade, depresssão). Pode ser por dieta pobre em fibras ou por alto consumo de alimentos ultraprocessados ou bebidas alcoólicas. Pode ser por doença celíaca não diagnosticada, por doença inflamatória intestinal não tratada, por intolerância (como glúten, histaminas ou lactose) ou alergia alimentar (como proteínas do leite).

Anote o que come e como sente-se. Vários Itens alimentares podem ser gatilhos para a enxaqueca, como laticínios, alimentos processados, alimentos fermentados, em conserva e marinados e aqueles que contêm nitratos (cachorro-quente, salame e bacon), tiramina (queijo envelhecido, feijão, frutas cítricas, abacate, banana, cebola, vinho tinto) ) cafeína e histamina (frutos do mar). Existe tratamento sim, mas primeiro precisamos investigar causas e isso exige paciência e tempo. Que vale a pena, vale.

Hipometabolismo glicolítico cerebral e enxaqueca

Evidências crescentes também sugerem que a enxaqueca pode ser o resultado de um comprometimento do metabolismo cerebral da glicose. Vários estudos relataram disfunção mitocondrial cerebral, comprometimento do metabolismo cerebral da glicose e redução do volume da substância cinzenta em áreas cerebrais específicas de pacientes com enxaqueca. Além disso, a resistência periférica à insulina, uma condição demonstrada em vários estudos, pode estender-se ao cérebro, levando à resistência cerebral à insulina.

Pessoas com enxaqueca podem ter desregulação dos receptores de insulina, tanto nos astrócitos quanto nos neurônios, desencadeando uma redução na captação de glicose e na síntese de glicogênio, principalmente durante alta demanda metabólica (Moro et al., 2022)

A resistência cerebral à insulina pode ser definida como a incapacidade das células cerebrais (neurónios e células gliais) em responder à insulina. A gravidade e o impacto das crises de enxaqueca são maiores em pacientes com resistência à insulina do que naqueles sem resistência à insulina (Ali et al., 2022).

Na resistência cerebral à insulina, a isoforma IR-B do receptor de insulina pode ser regulada negativamente, desencadeando uma alteração do metabolismo da glicose nos neurônios e astrócitos. O lactato é um combustível alternativo para o cérebro e é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica. O lactato também pode ser gerado pelo piruvato nos astrócitos. Contudo, pouquíssima energia é produzida a partir de lactato.

Portanto, quando a demanda de energia cerebral não é satisfeita, seja pela resistência insulínica, seja por hipoglicemia pós-prandial, o cérebro passa a tentar usar mais corpos cetônicos. Por exemplo, pacientes com deficiência de GLUT1 são tratados de enxaquecas com dietas (Klepper et al., 2020). Aprenda mais sobre esta temática em https://t21.video.

Dicas do Ayurveda

  • Mantenha-se bem hidratado. Evite alimentos e bebidas contendo cafeína (café, chá preto, chá mate, chá verde, chocolate);

  • Faça um chá com semente de funcho;

  • Coma apenas quando tiver fome. Para o ayurveda, fazer uma refeição sem que a anterior tenha sido digerida, sobrecarrega o corpo e aumenta a susceptibilidade à uma nova crise de enxaqueca;

  • Aplique uma pasta com noz-moscada ou sândalo na testa e têmporas para aliviar a dor;

  • Aplique 2 a 3 gotas de ghee em cada narina, se a causa da enxaqueca for a sinusite;

  • Garanta 7 a 8 horas de sono por noite;

  • Faça atividade física regularmente;

  • Massageie o corpo com óleo antes do banho;

  • Mantenha o contato com a natureza e respire ar puro;

  • Consuma alimentos que facilitem a evacuação. Intestino preso e disbiose geram redução na serotonina e aumento das crises de enxaqueca.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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10 causas para a enxaqueca

A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça intensa, que atinge entre 8 e 15% da população. O fato de atingir as pessoas em fase produtiva gera grandes custos econômicos, sociais e familiares. Em geral, os primeiros episódios iniciam-se entre os 15 e os 40 anos, mas pode aparecer na infância ou logo após a primeira menstruação.

Outro fator que pode causar enxaqueca é a deficiência e insuficiência de nutrientes como vitamina D e magnésio. Faça um exame de sangue e verifique as dosagens. Se necessário, converse com um nutricionista sobre a suplementação.

Óleos essenciais também podem ser utilizados para o combate à enxaqueca. Os mais indicados são erva-príncipe (cymbopogon citratus), também conhecida como lemongrass, manjericão, hortelã-pimenta, lavanda, camomila, gerânio e rosa. Aprenda a utilizar os óleos essenciais em meu curso online.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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