A teoria metabólica das doenças mentais propõe que os transtornos mentais são, na verdade, distúrbios metabólicos que afetam o cérebro. Essa teoria desafia a visão tradicional de que as doenças mentais são causadas exclusivamente por desequilíbrios químicos ou fatores psicossociais.
O Dr. Christopher Palmer, psiquiatra da Harvard Medical School, é um dos principais proponentes dessa teoria. Ele argumenta em seu livro Energia Cerebral que todos os fatores de risco conhecidos para transtornos mentais podem ser diretamente relacionados ao metabolismo. Disfunções metabólicas nas células cerebrais podem explicar os sintomas que vemos em pessoas com doenças mentais.
Evidências que Suportam a Teoria Metabólica
Diversas linhas de pesquisa convergem para a ideia de uma patofisiologia comum entre os transtornos mentais e os distúrbios metabólicos. Pessoas com transtornos mentais crônicos têm duas a três vezes mais chances de ter obesidade e diabetes, e um risco significativamente maior de desenvolver doenças cardiovasculares prematuras.
A depressão crônica está associada a um risco duas a três vezes maior de declínio cognitivo e Alzheimer (Wallensten et al., 2023). Pessoas com esquizofrenia que vivem até os 66 anos têm um risco 20 vezes maior de dedesenvolver demência (Stroup et al., 2021).
A relação é bidirecional: pessoas com obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e Alzheimer também apresentam taxas mais altas de transtornos mentais. Essas correlações bidirecionais sugerem uma forte ligação entre saúde mental e saúde metabólica, indicando a possibilidade de uma causa comum. É preocupante. As Doenças Mentais Encurtam a Vida:
Pessoas com transtornos mentais crônicos perdem de 10 a 20 anos de expectativa de vida, dependendo do diagnóstico (Adorjan, & Falkai, 2019). Um estudo publicado na revista The Lancet demonstrou que todos os diagnósticos do DSM-5 estão associados à mortalidade prematura (O´Connor et al., 2023).
A principal causa de morte entre pessoas com doenças mentais não é o suicídio, mas sim ataques cardíacos e derrames — ocorrendo anos ou décadas mais cedo do que na população em geral (Uchida, & Suzuki, 2015; Polcwiartek et al., 2024). Essa evidência reforça a conexão entre doenças mentais e problemas metabólicos, indicando que a disfunção metabólica pode estar na raiz da redução da expectativa de vida observada em pessoas com transtornos mentais.
Evidências de Disfunção Mitocondrial em Doenças Mentais:
A partir da década de 1930, pesquisas identificaram anormalidades no metabolismo da glicose e do lactato em pessoas com transtorno bipolar e esquizofrenia.
Estudos de neuroimagem, como PET scans e fMRI, que medem o metabolismo cerebral, revelam diferenças significativas entre pessoas com doenças mentais e controles saudáveis.
Essas diferenças são observadas em uma ampla gama de diagnósticos, incluindo depressão, ansiedade, TEPT, esquizofrenia, transtorno bipolar, anorexia e transtorno por uso de álcool.
A disfunção mitocondrial, a principal organela responsável pelo metabolismo celular, tem sido implicada como um fator crucial em várias doenças mentais (Daniels, Olsen, & Tyrka, 2021; Ni, Ma, & Chung, 2024).
Esses achados indicam que a disfunção mitocondrial pode ser o elo comum entre os diversos fatores de risco e as manifestações clínicas das doenças mentais. Uma das formas de tratamento é a dieta cetogênica. Assista às aulas sobre o tratamento metabólico dos transtornos mentais na plataforma https://t21.video.
A teoria metabólica oferece uma nova perspectiva sobre as doenças mentais, desafiando as concepções tradicionais e abrindo caminho para novas abordagens terapêuticas. As evidências crescentes apontam para a importância de se considerar a saúde metabólica como parte integral da saúde mental. A pesquisa sobre a disfunção mitocondrial e o desenvolvimento de tratamentos metabólicos direcionados prometem revolucionar a forma como compreendemos e tratamos as doenças mentais no futuro.
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