A metabolômica é a área que estuda o perfil de metabólitos em organismos vivos, ou seja, as pequenas moléculas envolvidas em processos bioquímicos. Essa abordagem tem sido aplicada para investigar a depressão, uma condição psicológica complexa que afeta milhões de pessoas no mundo.
Estudos metabolômicos têm mostrado que indivíduos com depressão apresentam alterações em certos metabólitos no sangue, urina e cérebro. Alguns desses metabólitos estão envolvidos em processos como:
Energia celular: Alterações nos níveis de lipídios, carboidratos e aminoácidos podem afetar a função mitocondrial, que é crucial para a saúde mental.
Neurotransmissores: O metabolismo de neurotransmissores, como serotonina, dopamina e norepinefrina, pode ser alterado na depressão, influenciando o humor e o comportamento.
Estresse oxidativo e inflamação: A depressão tem sido associada a níveis elevados de marcadores inflamatórios e estresse oxidativo, o que pode afetar a saúde cerebral e agravar os sintomas.
Pacientes com transtorno depressivo maior frequentemente apresentam alterações metabólicas, como níveis mais altos de dimetilarginina assimétrica, tiramina, ácido 2-hidroxibutírico, fosfatidilcolina (32:1) e ácido tauroquenodesoxicólico e níveis mais baixos de l-acetilcarnitina, creatinina, l-asparagina, l-glutamina, ácido linoleico, ácido pirúvico, ácido palmitoleico, l-serina, ácido oleico, mio-inositol, ácido dodecanoico, l-metionina, hipoxantina, ácido palmítico, l-triptofano, ácido quinurênico, taurina e 25-hidroxivitamina D em comparação aos indivíduos sem depressão (controles).
O l-triptofano e o ácido quinurênico parecem consistentemente regulados negativamente em pacientes com transtorno depressivo maior, independentemente da exposição a medicamentos antidepressivos. As pontuações de classificação de depressão foram negativamente associadas com níveis reduzidos de l-triptofano. Análises de via e rede também revelaram metabolismo de aminoácidos e lipídios alterados.
Pu et al., 2021 - metabólitos alterados na depressão
A metabolômica também está ajudando a entender o papel da dieta e do microbioma intestinal na depressão. Por exemplo, alguns estudos mostraram que uma dieta rica em certos nutrientes pode influenciar a produção de neurotransmissores e a inflamação, afetando os metabólitos produzidos e os sintomas depressivos. Além disso, o microbioma intestinal tem um papel fundamental na modulação do humor, e sua interação com o metabolismo pode influenciar o risco de desenvolvimento de depressão.
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