A dieta cetogênica é é uma dieta rica em gordura e muito pobre em carboidratos. Estimula um estado metabólico chamado cetose, no qual o corpo queima gordura em vez de carboidratos como sua principal fonte de energia.
O processo de queima de gordura resulta na produção de subprodutos de ácidos graxos chamados cetonas. Essas são as substâncias que o corpo usa para obter energia quando os carboidratos estão em falta.
Indicações da dieta cetogênica
Síndrome de Dravet
Síndrome de Rett
Síndrome de Doose
Espasmos infantis (síndrome de West)
Síndrome de deficiência de GLUT-1
Deficiência de piruvato desidrogenase
Doenças mitocondriais
Complexo da esclerose tuberosa
Evidências emergentes apontam que a dieta cetogênica seria útil no tratamento de outras condições que afligem o cérebro, incluindo: doença de Alzheimer, transtorno afetivo bipolar, depressão, transtorno do espectro do autismo.
Especialistas acreditam que esses transtornos podem ser pelo menos parcialmente ocasionados por mudanças no metabolismo que afetam o cérebro. Estas mudanças geram:
mudanças na liberação de substâncias químicas cerebrais (neurotransmissores);
inflamação aumentada;
alteração do metabolismo da glicose no cérebro.
Pesquisas mostram que a dieta cetogênica e o uso de cetonas exógenas poderia ajudar no tratamento desses transtornos. As cetonas afetam os níveis de certos neurotransmissores no cérebro, diminuem inflamação e estresse oxidativo, fornecem uma fonte de energia alternativa à glicose, reduzindo assim alguns dos sinais e sintomas das condições que afligem o sistema nervoso (Tillery et al., 2021, Sethi et al, 2024; Uchio, & Silverman, 2024).
Transpondo dificuldades na dieta cetogênica
A dieta cetogênica é restritiva em carboidratos. Quando uma pessoa têm dificuldade em seguir a dieta, não consegue entrar em cetose. Existem estratégias como adaptações de receitas, uso de suplementos (TCM C8, L-carnitina e cetonas exógenas).
Nos Estados Unidos o uso de cetonas exógenas é livre. Ésteres de cetona são facilmente encontrados. O custo é alto e o sabor não é agradável, mas são muito usados por atletas quando desejam energia alternativa para um treino ou competição prolongada.
A atividade física prolongada pode resultar em falta de suprimento de oxigênio para os músculos, o que leva a um aumento na produção de ácido láctico. O excesso de ácido láctico pode fazer os músculos ficarem doloridos e fracos. Por serem fonte de energia, os ésteres de cetonas ajudam a manter níveis de ácido lático dentro de um padrão mais adequado. São mais potentes e geram períodos mais longos de cetose, do que os sais de cetonas.
Alguns países da Europa como Inglaterra e Polônia permitem os sais de cetonas, mas a maioria dos outros países não. Para produção de sais de cetona, eletrólitos (como cálcio, magnésio, potássio e sódio) são adicionados à cetonas artificiais. Podem ser disponibilizados como bebidas, cápsulas e pós (mais comum). São indicados para pessoas que não tenham distúrbios eletrolíticos, pois a adição de sais pode ser prejudicial, por exemplo, para pacientes com doença renal, que têm dificuldade de regular eletrólitos.
Também é importante considerar que, embora os sais de cetona induzam rapidamente a cetose, esse estado metabólico geralmente não dura tanto quanto com os ésteres de cetona. Por isso, indica-se que ao longo do dia a pessoa tente seguir a dieta e incorpore triglicerídeos de cadeia média ao cardápio.
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