Pontos positivos e negativos da suplementação de probióticos no câncer

A microbiota é fundamental para uma boa imunidade. Cerca de 70% das células imunes do corpo encontram-se no intestino e a microbiota influencia a receptividade do hospedeiro à imunoterapia.

Os microorganismos podem induzir respostas imunossupressoras, contribuindo para eficácia do tratamento (Garret, 2015). Em modelo experimental de tumor subcutâneo em camundongo, foi observado que a administração de antibiótico oral piorava a resposta à imunoterapia. Isto porque o antibiótico reduz a diversidade da microbiota intestinal.

Em humanos, a qualidade da microbiota também influencia a resposta à imunoterapia (Routy et al., 2018; Cong, & Zang, 2018). Os microorganismos mais associados à melhor resposta terapêutica são bifidobactérias, Faecalibacterium prausnitzii, Akkermansia municiphila e lactobacilos, produtores de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), especialmente butirato. AGCC regulam inflamação e imunidade local.

Algumas bactérias podem ser suplementadas como probióticos. Os probióticos são microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem algum benefício para a saúde. Esses micro-organismos pertencem a diferentes gêneros e espécies, tanto de bactérias como de leveduras.

Há muita controvérsia em relação à suplementação de probióticos em pacientes oncológicos. Este artigo destaca pontos positivos e negativos trazidos pelas pesquisas.

Pontos positivos da suplementação de probióticos

  • Probióticos podem ter um efeito sinérgico à quimioterapia citotóxica. Por exemplo, L. acidophilus potencializa o efeito da cisplatina e oxaliplatina. Lactobacillus johnsonii potencializa o efeito da ciclofosfamida. Já bifidobactérias (fragilis, breve, longum, adolescentis) potencializam o efeito da imunoterapia Anti-CTLA4 e Anti-PDL1 (Roy, & Trinchieri, 2017).

  • Probióticos aumentam células NK, as quais possuem efeito antitumoral (Aziz, &. Bonavida, 2016), reduzem a incidência de diarreia em pacientes com câncer (Hassan et al., 2018) e melhoram a eficácia terapêutica na imunoterapia e aumentam sobrevida global (Routy et al., 2018).

Probióticos também ajudam a restaurar a microbiota e lutar contra bactérias patogênicas, além de terem efeito antiinflamatório (Vivarelli et al., 2019)

Contraindicações do uso de probióticos

O paciente com câncer deve estar sempre sendo reavaliado, pois o probiótico pode ser prescrito em alguns momentos, mas não em outros. Quando não é possível usar probiótico podemos usar biomamps.

O consenso nacional de nutrição oncológica indica que, em casos de neutropenia (neutrófilos ≤ 1.000 células/mm3) não é indicado o uso de probióticos e nem mesmo vegetais fermentados e sementes germinadas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/