Escrevi sobre dois casos em que crianças com TEA tiveram melhorias utilizando a associação de canabidiol (CBD) com THC (caso 1 e caso 2). Contudo, como THC possui efeitos psicoativos e sedativos, muitos pais optam por fornecer apenas produtos (geralmente óleos) contendo apenas CBD ou CBG.
Pais relatam que os seus filhos adquirem habilidades perdidas ou nunca manifestadas, como vestir-se sozinhos, melhor marcha, capacidade de parar, escutar ou responder. Outros dizem que as crianças passam a rejeitar menos a aproximação física e o contato visual melhora.
Muitas crianças com TEA grau 3 parecem estar infelizes e em constante dor ou sofrimento. No entanto, uma vez iniciado o tratamento, essa situação parece mudar – ou pelo menos melhorar. Questões como sorriso que estava ausente e manifesta-se podem parecer banais, mas na verdade são um avanço. Apesar dos pais não terem relatado efeitos colaterais, ainda faltam mais ensaios clínicos sobre o uso dos canabinóides no TEA.
Neste estudo, os pesquisadores analisaram a eficácia de 6 meses de tratamento com cannabis rico em CBD em crianças e adolescentes com TEA. Embora alguns participantes não tenham apresentado nenhuma melhora nos sintomas, houve melhorias globais significativas nas habilidades de comunicação social, conforme quantificado pelo ADOS, Escala de Responsividade Social e Vineland, com melhorias maiores nos participantes que apresentavam sintomas iniciais mais graves (Hacohen et al., 2022).
Ainda precisamos entender mais sobre eficácia, dose máxima possível, efeitos a curto, médio e longo prazo em diferentes graus de autismo, consequências inesperadas ou indesejáveis. Também é importante lembrar que não existem dois pacientes idênticos. Por isso, os resultados podem ser diferentes em cada caso. O CBD ou CBG usados de forma oral deve ser misturado a um óleo carregador e iniciado em pequena dosagem. Um médico neurologista com experiência na área deve ser consultado para início e acompanhamento do tratamento.