Os tumores cerebrais primários afetam 7,14 pessoas a cada 100.000 indivíduos a cada ano, sendo os gliomas a forma mais comum de tumor cerebral maligno, afetando três a cinco pessoas por 100.000 a cada ano. Apesar das opções de tratamento atuais, incluindo ressecção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia, esses tumores permanecem incuráveis e o prognóstico é ruim.
As células tumorais dependem da glicose para obter energia. Mudar a fonte de energia dos gliomas de glicose para cetonas pode resultar na morte de células cancerígenas. A forma de fazer isso é com a dieta cetogênica, ou seja, uma dieta rica em gordura e pobre em carboidratos, que resulta na produção de cetonas como fonte primária de energia.
Uma revisão sistemática e meta-análise dos efeitos antitumorais da dieta cetogênica em camundongos demonstraram uma sobrevivência prolongada em relação aos animais que receberão dieta padrão não cetogênica (Klement et al., 2016).
Estudos em humanos também são promissores uma vez que os corpos cetônicos contribuem para a redução do crescimento do tumor, proteção das células saudáveis contra os efeitos da quimioterapia e radioterapia, aumento da sobrevisa, redução de convulsões e da necessidade de uso de esteróides, diminuição da inflamação, redução de edema peritumoral, melhoria do sono e humor.
Na maioria dos estudos, a aplicação da dieta cetogênica mostrou-se segura com a ocorrência de apenas efeitos adversos menores, como constipação, diarreia, náuseas/vômitos, hipercolesterolemia, hipoglicemia no início da dieta, fadiga, alopecia , nefrolitíase, tontura, cefaléia, hiperuricemia, redução dos níveis de carnitina, anorexia e recusa alimentar. Esses efeitos, no entanto, eram geralmente transitórios e frequentemente também relacionados a terapias padrão do próprio tratamento do câncer.
Contudo, alguns autores relatam uma possível plasticidade metabólica das células cancerígenas da seguinte forma: elas podem escapar da dependência de glicose de outras vias metabólicas por meio da reprogramação metabólica, alimentando-se também de corpos cetônicos após algum tempo de dieta.
Fora isso, a dieta cetogênica não pode ser a terapêutica única, devendo ser combinada com os tratamentos convencionais para o câncer (cirurgia, imuno, quimio e/ou radioterapia). Ainda é necessário um aprimoramento dos ensaios clínicos testando a dieta cetogênica em maior escala nos pacientes oncológicos.
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