Disbiose intestinal aumenta o risco de Alzheimer

Neurônios comunicam-se entre si. Os neurônios são células nervosas compostas de três partes principais: dendritos, um corpo celular, e um axônio. Os sinais são recebidos através dos dendritos, viajam para o corpo celular e continuam para o axônio até atingir a sinapse (o ponto de comunicação entre dois neurônios).

Os axônios apresentam diversas ramificações e, no final delas, são encontradas expansões chamadas de botões pré-sinápticos. Dendritos possuem botões pós sinápticos. Uma das consequências da neuroinflamação é a perda das sinapses de dendritos. O que vamos visualizar no exame de imagem depois de anos ou décadas é a atrofia de partes do cérebro.

Um neurônio com menos sinapses é um neurônio que não funciona bem e isso significa um cérebro mais suscetível à depressão, Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla. Não temos como mudar a nossa genética mas temos como controlar a neuroinflamação. Um estudo recente mostrou que a disbiose intestinal aumenta o risco de doença de Alzheimer pois contribui para a inflamação (Marizzoni et al., 2022).

A inflamação gera uma perda de homeostasia de astrócitos, células do sistema nervoso que reduzem o excesso de glutamato no cérebro, protegendo neurônios (Mahmoud et al., 2019). O glutamato é um dos principais neurotransmissores, importante para neuroplasticidade e aprendizado. Contudo, seu excesso gera neurotoxicidade glutamatérgica. Homocisteína elevada, disbiose, falta de complexo B e magnésio, excesso de consumo de álcool, estão entre os fatores que contribuem para esta bagunça cerebral (aprenda tudo sobre nutrição e cérebro aqui).

“COMO BEM, MAS MEU INTESTINO FUNCIONA MAL”

Você provavelmente conhece alguém que come mal e tem um intestino ótimo e conhece pessoas que comem bem e tem um intestino irritável, que prende, solta, vive dando trabalho. Fibras, água, gordura, movimento, nível de estresse são alguns dos fatores que afetam o funcionamento intestinal. Outro fator é a genética. Muitos genes como FUT2, HLAB27, TLR4, VDR contribuem para alterações intestinais.

Podemos conhecer estas alterações por meio de exames nutrigenéticos e também pelo sequenciamento de DNA de bactérias intestinais. Neste outro artigo falo sobre 4 exames que nos ajudam a entender o que acontece na nossa barriga para que possamos melhorar o intestino, evitar doenças crônicas e também a evitar transtornos neurocognitivos sérios.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/