Neurociência nutricional

A neurociência nutricional é a disciplina científica que estuda os efeitos que vários componentes da dieta, como minerais, vitaminas, proteínas, carboidratos, gorduras, fitoquímicos, hormônios sintéticos e aditivos alimentares, têm na neuroquímica, neurobiologia, comportamento e cognição.

Pesquisas recentes sobre mecanismos nutricionais e seus efeitos no cérebro mostram que eles estão envolvidos em quase todas as facetas do funcionamento neurológico, incluindo alterações na neurogênese, fatores neurotróficos, vias neurais e neuroplasticidade, ao longo do ciclo de vida.

O cérebro consome uma imensa quantidade de energia em comparação com o resto do corpo. O cérebro humano tem aproximadamente 2% do seu peso total mas usa mais de 20% de toda a energia que você consome. Interrupção da chegada de energia ou nutrientes selecionados afetam neurogênese, sinaptogênese, neurotransmissão e os processos cognitivos.

É muito importante cuidar do cérebro. Cuidar do hipocampo, por exemplo, é fundamental pois é ali que acontece mais neurogênese e é uma área fundamental para a flexibilidade cognitiva. Vários fatores podem gerar atrofia de hipocampo como doença de Alzheimer e depressão. Por isso, prevenir e cuidar deve ser preocupação de todos. Quem tem mais flexibilidade cognitva sai mais fácil de situações difíceis.

Quando alguém te fecha no trânsito você consegue manter a calma ou já parte para a briga? Pois é, cada pessoa lida com o estresse de forma diferente. Mas é importante saber que a resiliência é um processo ativo e adaptativo. Podemos nos tornar mais resilientes e isso é muito importante para não adoecermos, não infartarmos, não desenvolvermos doenças psiquiátricas ou neurológicas. Ou para que possamos nos recuperar se isso acontecer. Você pode fortalecer vias de resiliência em seu cérebro.

É óbvio que uma pessoa que foi para a guerra, que passou por abusos, que perdeu um familiar vai sofrer. Mas depois do sofrimento precisamos nos recuperar. E para isso podemos estimular BDNF (por exemplo, com atividade física, reduzindo o consumo de alimentos inflamatórios, reduzindo carboidratos simples e aumentando proteína, consumindo mais polifenóis de plantas). Mais BDNF significa flexibilidade cognitiva melhorada que, por sua vez, ajuda a diminuir o comportamento do tipo ansiedade e do tipo depressivo.

A figura de cima mostra que pessoas que fazem mais neurogênese (a), em situações adversas, produzem menos hormônios relacionados ao estresse, sofrem com menos ansiedade, desespero e anedonia do que pessoas com baixa neurogênese. Além disso, recuperam-se mais rápido. É por isso, que duas pessoas que ficaram órfãs podem ter respostas diferentes, uma desenvolvendo depressão e outra não.

A neurogênese facilita o aprendizado com as situações e promove flexibilidade cognitiva, tornando mais fácil e rápida uma adaptação positiva a ambientes novos e ajudando a prevenir o desenvolvimento de psicopatologia induzida pelo estresse crônico.

A neurogênese é abundante em pacientes saudáveis neurologicamente e é muito reduzida no Alzheimer e em outras condições como a própria depressão e a neuroinflamação. A neurogênese também não acontece no cérebro inteiro, mas pode acontecer no hipocampo, área muito importante para a memória.

Para aprender mais sobre o cérebro acesse https://t21.video

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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