Suplementação de ácido fólico na gestação como fator de risco para autismo

As mulheres que planejam engravidar são informadas de que precisam de ácido fólico (vitamina B9) suficiente para garantir o desenvolvimento neurológico adequado de seus bebês e prevenir má formação da medula.

Contudo, níveis muito altos de alto de folato logo após o parto aumentam em quatro vezes o risco de uma criança desenvolver o transtorno do espectro do autismo (TEA). Muitas mães possuem níveis elevados de B9 pois estão comendo alimentos contendo farinha fortificada ou suplementando em excesso e da forma errada.

Mulheres com polimorfismos (variações) para o gene MTHFR não usam com eficiência o ácido fólico que acaba “sobrando na corrente sanguínea”. O adequado é suplementar sempre a B9 na forma ativa (metilfolato) e em quantidades adequadas (nem de menos, nem demais).

Níveis muito altos de vitamina B12 também podem ser prejudiciais, aumentando igualmente o risco de TEA. E, se ambos os níveis (B9 e B12) forem extremamente altos, o risco de uma criança desenvolver o transtorno aumenta 17,6 vezes!

Estes resultados foram apresentados no Encontro Internacional de Pesquisa do Autismo de 2016 em Baltimore. A suplementação adequada é protetora, mas não pense que sempre mais é melhor. Mais e mais pode ser muito pior.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de 1.391 pares mãe-filho na Boston Birth Cohort, uma população predominantemente minoritária de baixa renda. As mães foram recrutadas no momento do nascimento de seus filhos entre 1998 e 2013 e acompanhadas por vários anos, com os níveis de folato no sangue da mãe verificados uma vez dentro de um a três dias após o parto. Os pesquisadores descobriram que uma em cada 10 mulheres tinha o que é considerado uma quantidade excessiva de folato (mais de 59 nanomoles por litro) e 6% tinham uma quantidade excessiva de vitamina B12 (mais de 600 picomoles por litro).

A Organização Mundial da Saúde diz que entre 13,5 e 45,3 nanomoles por litro é uma quantidade adequada de folato para uma mulher no primeiro trimestre de gravidez. Ao contrário do folato, não existem limites bem estabelecidos para níveis adequados de vitamina B12. A grande maioria das mães no estudo relatou ter tomado multivitamínicos – que incluem ácido fólico e vitamina B12 – durante a gravidez (Wiens, & DeSoto, 2017).

CHANCE DE UM SEGUNDO FILHO SER TAMBÉM AUTISTA

Você já tem uma criança com diagnóstico de TEA e deseja engravidar novamente? Frequentemente recebo esta pergunta: “Qual é a chance do meu segundo bebê ser diagnosticado com o mesmo transtorno?”. No caso do autismo, os estudos mostram que o risco para o segundo filho é de até 17,7%. Mas há distinção entre os sexos feminino e masculino:

  • Quando um menino já tem diagnóstico de TEA e tem um irmãozinho novo a probabilidade é de 12,9%.

  • Quando um menino já tem diagnóstico de TEA e tem uma irmãzinha nova a probabilidade é de 4,2%.

  • Quando uma menina já tem diagnóstico de TEA e tem uma irmãzinha nova a probabilidade é de 7,6%.

  • Quando uma menina já tem diagnóstico de TEA e tem um irmãozinho novo a probabilidade é de 17,7%.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/