Disbiose, inflamação e doenças neuropsiquiátricas

O nosso microbioma é fundamental para a nossa vida. O microbioma é a comunidade de microrganismos que geralmente podem ser encontrados vivendo juntos em qualquer habitat. Foi definido em 1988 como "uma comunidade microbiana característica que ocupa um habitat razoavelmente bem definido que possui propriedades físico-químicas distintas”. A maior parte das bactérias do microbioma humano encontra-se em nosso intestino grosso.

Taxonomia das bactérias intestinais mais comuns (Checa-Ros et al., 2021)

Desequilíbrios provocados por infecções, alimentação inadequada (pobre em fibras e fitonutrientes), uso de medicamentos, estresse estão relacionados ao desequilíbrio do microbioma e ao aparecimento de doenças. Assim, cuidar do intestino é manter corpo e mente saudáveis ao longo da vida.

O microbioma humano é constituído por 25 filos, 2.000 gêneros, 5.000 espécies, 316 milhões de genes.

O desequilíbrio do microbioma do cólon também é conhecido como disbiose intestinal. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, sendo os mais comuns:

  • Constipação, fezes em cíbalos (bolinhas, pedaços ou formações fecais endurecidas);

  • Diarreia crônica;

  • Muco;

  • Fezes malformadas;

  • Dor abdominal;

  • Gases, distensão e desconforto abdominal;

  • Empachamento;

  • Assaduras;

  • Alterações na fisiologia e comportamento do cérebro.

A cognição é regulada por vários fatores

A cognição é o conjunto de processos usados no pensamento para que possamos reconhecer, organizar e compreender informações provenientes dos sentidos (visão, audição, olfato, tato, propriocepção, paladar), julgar, aprender, resolver problemas. Antigamente pensava-se que a cognição era controlada apenas pelo cérebro. Contudo, evidências crescentes mostram que as mudanças dinâmicas na microbiota intestinal podem alterar a fisiologia e o comportamento do cérebro.

As bactérias residentes no intestino regulam e influenciam a disfunção cognitiva, bem como o processo de neurodegeneração e doenças cerebrovasculares. Fatores extrínsecos e intrínsecos, incluindo hábitos alimentares, podem regular a composição da microbiota. Os micróbios liberam metabólitos e moléculas derivadas da microbiota que podem inflamar e gerar uma cascata ainda maior de citocinas pelo sistema imune. Isto contribui em grande medida para a patogênese de distúrbios cerebrais, como dor, depressão, ansiedade, autismo, doença de Alzheimer, doença de Parkinson e derrame. A alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica, fisiologia vascular cerebral e estrutura cerebral estão entre as causas mais críticas do desenvolvimento de disfunção neurológica.

Fatores extrínsecos e intrínsecos moldam a composição da microbiota intestinal e contribuem para o risco de distúrbios cerebrais, incluindo disfunção cognitiva, neurodegeneração e doenças cerebrovasculares (Zhu et al., 2020).

Um cérebro inflamado está na raiz das doenças neuropsiquiátricas

A disbiose intestinal não é a única causa da neuroinflamação. Em geral, há um somatório de fatores que inclui também estresse crônico, polimorfismos genéticos, carências nutricionais, privação de sono, obesidade visceral, sedentarismo, infecções como COVID-19, homocisteína alta, traumas encefálicos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/