A disbiose está associada a um aumento da permeabilidade intestinal, levando à um quadro inflamatório crônico de baixo grau. Tal processo pode gerar manifestações sistêmicas, aumentando o risco de desenvolvimento de obesidade, resistência periférica à insulina, diabetes do tipo 2, processos alérgicos, doença inflamatória intestinal, doenças autoimunes e até neurodegenerativas.
Como a inflamação intestinal é muitas vezes silenciosa, ou apresenta sintomas inespecíficos (distensão e dor abdominal, flatulência, diarreia, constipação, azia etc) podemos solicitar exames para tentar entender melhor o problema.
Marcadores laboratoriais de inflamação intestinal
- zonulina: principal marcador de permeabilidade intestinal, um dos principais moduladores da expressão das junções celulares estreitas (tight juntions). Pessoas com intestino permeável (leaky gut) apresentam concentrações elevadas nas fezes.
- calprotectina fecal: é utilizada para diagnosticar doenças inflamatórias intestinais, sejam de origem autoimune, infecciosa ou neoplásica. Útil para diferenciar laboratorialmente síndrome do intestino irritado (valores normais) de doença inflamatória intestinal (valores aumentados).
- lactoferrina fecal: importante componente da barreira intestinal, seu aumento pode estar associado à perda de integridade da mucosa intestinal.
- IgA secretora: imunoglobulina responsável pelas defesas de mucosa, seu aumento pode estar associado à doenças inflamatórias intestinais crônicas.
Outros exames também podem ser associados à inflamação intestinal, como os usados para diagnosticar doença autoimunes (autoanticorpos), doenças infecciosas (coprocultura, testes moleculares), alergias intestinais (IgE), ou até mesmo mapeamento das bactérias intestinais (sequenciamento genético do 16S bacteriano). Já o PCR ultrassensível, apesar de ser um marcador sistêmico, é dinâmico e muito útil para avaliar a eficácia das intervenções utilizadas.
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Importância do gerenciamento do estresse
O estresse é um dos gatilhos para inflamação intestinal. Além de remover alimentos ultraprocessados da dieta, reduzir ao máximo o consumo de álcool e tratar a disbiose, faça yoga. Estudos mostram que a prática de yoga reduz estresse, melhora a qualidade de vida e contribui para a redução da atividade da doença (Cramer et al., 2017; D´Silva et al., 2020; Sun et al., 2019).