O intestino é o lar de cerca 100 trilhões de microorganismos com uma variabilidade imensa. São aproximadamente 500 cepas diferentes de bactérias que competem por espaço e nutrientes. Estas bactérias, quando dentro deu ma composição adequada, beneficiam o corpo humano de várias formas. Falo um pouco sobre o tema neste vídeo:
80% do sistema imune está dentro do trato digestivo
Quando o seu intestino está cheio de bactérias boas você terá menos sintomas chatos como dor abdominal, inchaço, refluxo ácido, prisão de ventre ou diarreia. Isso acontece pois bactérias boas e ruins competem. Quanto mais bactérias ruins mais toxinas e gases você produzirá. Mas não é só o intestino que se beneficia de uma boa colonização. Uma microbiota saudável favorece a imunidade, contribui para melhor absorção de nutrientes, reduz o risco de alergias alimentares.
A microbiota para ser saudável deve ser diversa e rica, ou seja, com uma grande percentagem de cada bactéria benéfica ao hospedeiro. A partir do conhecimento da microbiota do indivíduo, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento de diversas doenças poderá ser individualizado e aperfeiçoado. Existem várias formas de analisarmos os microorganismos intestinais. Conheça 4 delas:
1) Rastreamento metabólico: inicia-se a investigação pela anamnese com coleta de informações sobre o trânsito intestinal e sintomas intestinais e extra-intestinais associados à disbiose intestinal.
2) Exame coprológico funcional: verifica nas fezes a presença de resíduos alimentares e parasitas, seu pH, produção de ácidos e outras substâncias, presença de sangue oculto etc.
3) Exame de metagenômica: anailisa o material genético contido nas fezes para identificação dos microorganismos ali presentes.
4) Painel nutrigenético da microbiota. O sistema imune tem uma grande influencia na microbiota. Dependendo das variações genéticas que herdamos conseguimos fixar melhor mais alguns tipos de bactérias do que outros. Saiba mais sobre estes exames aqui.
Quais são as categorias gerais de probióticos?
Existem cerca de 500 cepas de bactérias em seu intestino. Pense em uma cepa como o sobrenome da bactéria. Mas, quando se trata de sobrenomes, os membros da mesma família podem ter uma variedade deles. Por exemplo, o gênero lactobacilus contém várias espécies (L. rhamnosus, L.acidophilus, L. casei etc) e várias cepas. L. acidophilus LA02, L. acidophilus LA06 e assim por diante). Se você consome mais fibras derivadas de alimentos de origem vegetal você garante maior variedade de espécies e cepas em seu intestino e isso beneficia muito a saúde.
OS PROBIÓTICOS MAIS COMUNS
Quando observamos a embalagem de suplementos probióticos, percebemos que os gêneros mais comuns nestes produtos são os Lactobacillus e Bifidobacterias. Lactobacillus são encontrados no trato gastrointestinal, cavidade oral e vagina. São bactérias em forma de bastonete que convertem alimentos no produto final ácido lático. Também produzem a enzima lactase que ajuda o corpo a quebrar a lactose após a ingestão de alimentos que contenham leite. Alguns alimentos que naturalmente contêm Lactobacillus são iogurte, queijo, picles, kefir de leite e azeitonas.
As bifidobactérias também são bactérias em forma de bastonete que vivem no estômago, intestino delgado e intestino grosso. Desempenham um papel importante no metabolismo e também interagem com as células do seu sistema imunológico. A espécie Bifidobacterium bifidum compete com bactérias nocivas que causam infecções, como E. coli e estafilococos. Fazem isso produzindo ácido láctico e ácido acético para manter um equilíbrio saudável dos tipos de bactérias. Além disso, outra espécie deste grupo, Bifidobacterium lactis, ajuda a reduzir a permeabilidade intestinal / intestino permeável.
PROBIÓTICOS A BASE DE ESPOROS
Endosporos são altamente resistentes ao ácido estomacal, de forma que chegam ao intestino delgado mais facilmente do que lactobacillus e bifidobactérias. Sua resiliência também aparece porque eles podem até resistir aos antibióticos. São compostos de endossomos que também são estáveis em temperatura ambiente e podem fornecer uma grande quantidade de bactérias benéficas ao seu intestino delgado em comparação com um probiótico tradicional. Um exemplo comum de probiótico à base de esporos é o Bacillus subtilis (filo: firmicutes, classe: bacilli, ordem: Bacillales).
O uso mais frequente é para indivíduos com níveis elevados de endotoxinas, intestino permeável / permeabilidade intestinal ou síndrome do intestino irritável. Embora os probióticos à base de esporos sejam favoráveis para a maioria das pessoas, não é recomendado para pessoas fazendo quimioterapia, radioterapia ou em uso de medicamentos que modulam o sistema imjune. Isso ocorre porque cepas estranhas de bactérias podem fazer mais mal do que bem ao seu corpo nesses casos.
SACCHAROMYCES BOULARDII
Em outro reino encontramos os fungos e o Saccharomyces boulardii, uma levedura, também possui propriedades probióticas (ou seja, probiótico não é apenas bactéria!). Saccharomyces boulardii ajuda a defesa imunológica do corpo ao se ligar e se livrar de certas bactérias e leveduras prejudiciais. Também ajuda a manter um revestimento intestinal saudável. Existem também suplementos probióticos completos que unem todas estas 3 categorias.