Tratamento da doença de Crohn com dieta de exclusão IgG4

A doença de Crohn é uma doença intestinal em que há inflamação crônica principalmente da parte inferior do intestino delgado, podendo envolver também o intestino grosso. As perturbações no microbioma intestinal estão implicadas em todas as doenças inflamatórias intestinais. Bactérias, incluindo aquelas que aderem às células epiteliais, bem como várias espécies de Clostridium, podem alterar a diferenciação de células T auxiliares 17 e células T reguladoras. Da mesma forma, produtos microbianos, como ácidos graxos de cadeia curta e esfingolipídios, também influenciam as respostas imunológicas.

Estudos de metagenômica e cultura bacteriana identificaram cepas de Ruminococcus gnavus e Escherichia coli invasiva aderente que estão ligadas à doença de Crohn. Alterações na composição do microbioma intestinal durante a doença incluem diversidade microbiana reduzida e expansão de anaeróbios facultativos devido ao aumento do estresse nitrosativo e oxidativo no intestino. Os tratamentos padrão atuais, como ácido 5-aminossalicílico, corticosteroides, imunomoduladores e terapia biológica do fator de necrose anti-tumoral, enfocam o tratamento e o controle dos sintomas da doença, em particular a inflamação crônica. Mas na fase de remissão, uma flora saudável precisará ser reconstituída com o uso de probióticos selecionados.

Dietoterapia

Na fase ativa da doença a dieta enteral parece ser a mais eficaz para a remissão, especialmente em crianças. Em adultos a dieta de exclusão IgG4 funciona muito bem para induzir a remissão (Franqui & Hewlings, 2019).

O exame para anticorpos IgG4 para 14 antígenos alimentares específicos e os quatro alimentos mais reativos de cada indivíduo é muito útil pois guia a dieta de exclusão e leva a uma queda objetiva de marcadores inflamatórios (Rajendran & Kumar, 2010).

Como é feito o exame igG4?

Quinze mililitros de sangue são obtidos do paciente. O sangue é centrifugado a 700 x g por 10 minutos para separar o soro. Os títulos de IgG4 no soro para 14 alimentos comuns são medidos usando um ensaio de radioimunofluorescência disponível comercialmente. São testados clara de ovo, gema de ovo, batata, tomate, queijo cheddar, arroz, carne, cordeiro, porco, soja, amendoim, trigo, fermento e frango.

O soro é incubado com uma tampa de celulose contendo o alimento de interesse. O excesso de anticorpos é analisado. As medidas variaram entre 1,5 e 30 000 mcg ⁄ l. Resultados:

  • Valor maior ou igual a 250 mcg ⁄ l - reação leve;

  • 500 mcg ⁄ l - reação moderada

  • 1000 mcg ⁄ l - reação forte.

O uso da tributirina é outra estratégia recomendada nas doenças inflamatórias intestinais:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/