Fui ao Brasil ao trabalho e voltei travada. Foram três voos até chegar em casa, mais de 24 horas em aeroportos, tensão emocional (pela correria, por ter ido pra longe da família novamente, pela pandemia que ainda não acabou).
No dia seguinte à minha volta fui fazer uma aula de yoga. Que beleza. O yoga sempre foi meu porto seguro, na gravidez, no mestrado, antes de casar, no doutorado, nas minhas mudanças de país. Além disso, quando estou praticando regularmente também fico mais consciente sobre meus atos, meu humor, como melhor, durmo melhor.
Na cabeça de muita gente yoga serve pra gente jovem, branca, magra, flexível. Mas não, yoga é pra todo mundo. A prática é altamente adaptável e podemos praticar em casa, na rua, presencialmente com um professor, assistindo a um vídeo do youtube ou um curso online.
Indico muito para meus pacientes nervosos, ansiosos, que possuem arritmias ou fibrilação atrial (como eu). Muitos estudos mostram que a prática ajuda a relaxar, a a baixar a pressão arterial, os níveis de colesterol e triglicerídeos, o peso corporal e melhorar a qualidade de vida. Estudos mostram que a prática ajuda a regularizar o ritmo cardíaco, a reduzir o risco de depressão e melhorar o bem-estar geral.
Isso tudo acontece pela prática em si (que envolve meditação, práticas corporais, exercícios respiratórios, atividades de limpeza e muito mais) ou pela mudança geral no estilo de vida? Pra mim não importa. O que importa é que o yoga é uma porta de entrada para muitos hábitos de saúde saudáveis, gerando benefícios duradouros e uma uma maior consciência mente-corpo.
A medicina moderna geralmente se concentra no tratamento dos sintomas, mas precisamos sempre melhorar o estilo de vida como um todo, comer bem, entrar em contato com a natureza, parar, respirar, mover o corpo, dormir bem. Tomar remedinhos para dormir, outro remedinho pra ansiedade, outro para agitação em geral não deixa ninguém melhor. Pelo contrário, sem indicação geram mais problemas, geram efeitos colaterais que precisam ser tratados com outros medicamentos e, quando a pessoa se dá conta, está tomando 10 a 12 remédios por dia (esse é a média entre idosos - alguns tomam mais de 20!). Tomar muito remédio também impacta o bolso. As finanças sofrem já que remédios são caros.
Está chegando o fim de ano e as pessoas começam a pensar nas resoluções de fim de ano. Pense em rotinas saudáveis que possam ser mantidas e que irão te beneficiar a longo prazo. Comecei a fazer yoga aos 20. Parei. Voltei aos 30. Parei. Pratiquei muito entre os 30 e 35 anos. Parei. Voltei aos 40, pratiquei bastante até os 44. Parei. E, agora, com quase 47 estou novamente a todo vapor. Quando nosso corpo entende os benefícios a gente foge mas sempre volta.
