O cérebro mexe com o intestino. Muitas pessoas têm dor de barriga quando ficam nervosas. E o contrário é verdadeiro: o intestino também mexe com o cérebro. Aliás, o que acontece no intestino mexe com o cérebro. Você come mais ou menos fibras? Bebe mais ou menos água? Dependendo do que você ingere você pode alimentar mais bactérias protetoras ou mais bactérias produtoras de toxinas.
O que as bactérias fazem no intestino?
Produzem neurotransmissores que ajudam na sinalização de que está tudo bem, contribuindo para o equilíbrio de todo o corpo, inclusive do cérebro. Esta é a via humoral de sinalização com o cérebro (Strandwitz, 2019).
Produzem pequenas quantidades de vitaminas, como B1, B2, B9, biotina, ácido pantotênico e vitamina K, importantes para várias células, inclusive as cerebrais (Morowitz, Carlisle, & Alverdy, 2011).
Produzem ácidos graxos de cadeia curta, como butirato, que mantém a integridade intestinal, ajuda a regular o sistema imune (Stilling et al., 2016). É a via imunológica de comunicação com o cérebro.
Ajudam na digestão dos alimentos (Rowland et al., 2018). E com digestão ruim quem fica de bom humor. Por isso, com bactérias boas ficamos melhor, com bactérias ruins, pior.
Bactérias ruins como Clostridium produzem neurotoxinas como ácido propiônico (Abdelli et al., 2019). Daí a importância de tratar a disbiose uma vez que um cérebro inflamado aumenta risco de autismo, depressão e até Alzheimer.
Estimulam o nervos que chegam ao intestino, principalmente o vago. É a via neural de comunicação com o cérebro (Breit et al., 2018)