Práticas integrativas no tratamento das doenças autoimunes

A genética é responsável por apenas 10% do risco de desenvolver uma condição autoimune. O que conta mesmo são os gatilhos, os fatores ambientais inflamatórios, como dieta inadequada, infecções mal tratadas, péssima saúde intestinal, desequilíbrios hormonais, contato com toxinas e estresse. Por isso, mais do que um remédio, uma pílula, uma cápsula, o tratamento da doença autoimune sempre envolve a busca das causas e o combate aos problemas em sua raiz. Sem isso, o paciente permanece preso a um ciclo de medicação-remissão-crise-medicação-remissão-crise…

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Um dos primeiros passos é tratar o intestino. A hiperpermeabilidade intestinal perpetua o processo inflamatório dificultando o tratamento e o bem-estar. Quando o sistema digestivo funciona bem, é capaz de digerir, absorver e eliminar na velocidade certa, mantendo os níveis de imunidade elevados. Mas quando o intestino está permeável ou gotejante, alimentos não digeridos ou toxinas, que o Ayurveda chama de "Ama", caem na corrente sanguínea, inflamando e aumentando o risco de doenças como lúpus, tireoidite de hashimoto, artrite reumatóide, vitiligo e esclerose múltipla.

Para tratar o intestino e reduzir a inflamação fazem-se necessárias mudanças no estilo de vida. A dieta deve ser antiinflamatória, o exercício deve ser adequado ao corpo, os cosméticos devem ser substituídos por opções naturais, práticas redutoras do estresse, como a meditação devem ser incorporadas. A verdadeira cura leva em conta todos os aspectos do ser. Por isso, a abordagem deve ser holística. A medicina convencional é ótima em obter resultados de testes e fazer recomendações com base nesses resultados, mas não mostra realmente como alguém com uma doença crônica deveria conduzir a vida. A prática de atenção plena (mindfulness) ajuda no enfrentamento da doença, podendo ser praticada a qualquer momento, em qualquer lugar. Como dizem alguns alunos: “é algo que está sempre comigo, como todo o resto parece falhar”. Neste vídeo explico os benefícios da prática e proponho um primeiro exercício:

A prática de atenção plena cria mudanças hormonais que ajudam a reduzir a inflamação. Os pacientes praticantes também sentem-se mais fortalecidos e menos vítima da situação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/