Recupere a sua energia

Você sente-se cansado o tempo todo? Pois saiba que o problema pode estar em suas usinas energéticas celulares, as mitocôndrias. A principal função das mitocôndrias é a produção de energia na forma de trifosfato de adenosina (ATP). Se você tem mitocôndrias produtivas e saudáveis, você tem boa energia.

Nas consultas uma das grandes queixas das pessoas é justamente a falta de energia para realizarem todas as atividades que gostariam. Quando o cérebro não tem energia suficiente, você pode se sentir confuso ou desorientado. Quando nossos músculos não têm energia suficiente, a tolerância à atividade física é reduzida.

Ao alimentarmos as mitocôndrias com os nutrientes de que precisam, observamos melhorias na função muscular, na fala, na memória… E precisamos dar ainda mais suporte às mitocôndrias à medida que envelhecemos, especialmente a partir dos 40 anos. Quando o metabolismo energético é comprometido observamos maior declínio cognitivo e na vitalidade geral.

A disfunção mitocondrial tem sido implicada em inúmeras condições que afetam a saúde do corpo e da mente, como: autismo, TDAH, convulsões, demências, Parkinson, enxaquecas, fadiga crônica, obesidade, diabetes e muito mais.

Genética e disfunção mitocondrial

Alterações genéticas influenciam a função mitocondrial de muitas formas. Podemos os dividir os genes que afetam as mitocôndrias em 6 conjuntos, de acordo com seus papéis funcionais:

  1. subunidades OXPHOS, fatores de montagem e transportadores de elétrons,

  2. manutenção, expressão e tradução do DNA mitocondrial,

  3. dinâmica mitocondrial, homeostase e controle de qualidade,

  4. metabolismo de substratos,

  5. metabolismo de cofatores,

  6. metabolismo de compostos tóxicos.

Numerosos genes têm papéis duplos nessas categorias (indicados por um asterisco). A saúde mitocondrial também está indiretamente relacionada a outros genes como os que influenciam os processos de metilação, destacando-se o famoso MTHFR.

Como saber se minhas mitocôndrias funcionam bem?

O diagnóstico é feito por uma combinação de observações clínicas, avaliações laoratorias, imagens cerebrais e biópsia muscular. A sociedade de medicina mitocondrial orienta (Parikh et al., 2014):

Avaliação metabólica (sangue e urina) de todos os pacientes com sintomas ou doenças que sugiram alterações mitocondriais:

Testes bioquímicos básicos, hemograma, aminoácidos plasmáticos, acilcarnitina, enzimas hepáticas, amônia, ácidos orgânicos urinários, lactato, piruvato, razão lactato:piruvato, creatina quinase

Avaliação sistêmica de todos estes pacientes:

Ecocardiograma, teste audiológico, exame oftalmológico, eletrocardiograma, ressonância magnética do cérebro

Avaliação do fluido espinhal para pacientes com sintomas neurológicos:

Lactato, piruvato, aminoácidos, estudos de rotina incluindo contagem celular, concentração de proteína e glicose.

Avaliação neurogenética para pacientes com atrasos do desenvolvimento:

Cariótipo (estudo do pareamento dos cromossomos e presença ou ausência de anormalidades), consulta genética, avaliação neurológica.

Como melhorar o funcionamento mitocondrial?

Aqui estão algumas outras sugestões:

• Converse com seu médico sobre possíveis infecções ocultas (H. Pylori, Herpes simplex, Lyme, vírus Epstein-Barr), que roubam suas mitocôndrias de nutrientes e energia essenciais.

• Peça ao seu nutricionista análise de possíveis deficiências nutricionais, como B9, B12, B1, B2, zinco, magnésio, B6, coenzima Q10.

• Adote uma abordagem mente-corpo. Respire pela barriga várias vezes ao dia. Tente yoga e considere iniciar uma prática de meditação. Todos esses exercícios de atenção plena reduzem estresse e produção de radicais livres, melhorando a função mitocondrial.

• Faça jejum entre as refeições ou experimente a dieta cetogênica. Foi comprovado que a redução da ingestão calórica ajuda na função mitocondrial. Reduzir a ingestão de carboidratos também pode melhorar a produção de energia e reduzir os picos de insulina que causam inflamação.

• Reduza a exposição tóxica , filtrando a sua água, fazendo sauna, consumindo alimentos orgânicos, evitando adoçantes, consumindo algas (clorela ou espirulina).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/