A hiperatividade é uma alteração neurológica, geralmente diagnosticada na infância, mas que pode durar até a fase adulta. Sintomas incluem atividade motora excessiva e impulsividade, que levam à distração e déficit de atenção significativo. O diagnóstico é feito quando esses os sintomas são mais graves e persistentes do que o esperado para o idade e fase de desenvolvimento. Parece ser 6 a 9 vezes mais comum em meninos do que meninas. As causas incluem fatores genéticos, neuronais e ambientais.
Algumas correlações entre os consumo de açúcar e a hiperatividade fazem sentido visto que carboidratos simples entram rapidamente na corrente sanguínea, gerando mudanças rápidas nos níveis de glicose e iniciando a produção de hormônios como insulina e adrenalina. A adrenalina é um dos hormônios produzidos em situações de estresse. A adrenalina é capaz de fornecer um rápido impulso de energia a curto prazo para lidar com situações críticas. Estudos mostram a conexão entre o consumo de grandes quantidades de açúcar e adrenalina. o estudo mostrou que em poucas horas crianças saudáveis que tomaram doses altas de açúcar, com o estômago vazio, produziu altos níveis de adrenalina. As variações nos níveis hormonais geram tremores, ansiedade, variação nas emoções e problemas de concentração (Paglia et al., 2019).
O açúcar pode viciar e é cansativo pois provoca variações bruscas de humor e exaustão, gerada pela hipoglicemia de rebote (já que a glicose também estimula a liberação de insulina). O pior é que o açúcar esconde-se em muitos alimentos.
Mais de 70% dos alimentos processados contêm açúcar adicionado, por isso é tão fácil consumir quantidades grandes demais. E o consumo excessivo de carboidratos simples associa-se também à maioria dos problemas crônicos de saúde atuais, incluindo diabetes, doenças cardíacas, inflamações e alguns tipos de câncer - para não mencionar problemas de saúde bucal, obesidade e envelhecimento prematuro da pele.
Um grande problema do açúcar é que quanto mais você come, mais você quer. E não adianta substituir por adoçantes pois causam o mesmo problema. Por isso, evite também esses “açúcares artificiais”. Eles vão aumentar a compulsão por doces em muitas pessoas (Explico aqui).
Existem carboidratos que promovem a saúde e carboidratos que prejudicam a saúde. Você precisa equilibrar sua dieta com proteínas, gorduras e carboidratos bons para que seja mais competitivo, para que tenha maior motivação e vitalidade. Reduzir o consumo de açúcares também reduz a gordura abdominal e o risco de doenças metabólicas.
Uma das estratégias para conseguir parar de comer açúcar é dormir bem pois um sono reparador reduz os níveis de adrenalina e cortisol, reduzindo a compulsão por doces. Se estiver difícil cortar de vez, comece devagar, vá trocando os doces por banana, maçãs, tâmaras, ameixas secas, uvas, damascos, amêndoas, chás de ervas, sementes e amoras. No almoço consuma alimentos doces como cenoura, beterraba, batata-doce, abobrinha e aspargos devem ser preferidos aos vegetais grelhados. Coma uma quantidade suficiente em intervalos regulares. Em vez de adicionar açúcar a cereais ou farinha de aveia, adicione frutas frescas (tente bananas, cerejas ou morangos) ou frutas secas (passas, cranberries ou damascos).
Outras estratégias também podem ajudar, como a aromaterapia (baunilha, laranja), atividades agradáveis (passeios com amigos divertidos, escutar múscicas legais, dançar, tomar chás e caprichar no uso de condimentos que reduzem a compulsão como gengibre, pimenta, canela e noz-moscada.
A canela, por exemplo, contém cromo, um componente do fator de tolerância à glicose. A pimenta-do-reino é uma parte útil de muitos tratamentos para diabetes, normalizando o tecido adiposo e evitando que as toxinas transbordem para o pâncreas. Pode ser facilmente adicionada à maioria das refeições e ajudará particularmente na digestão de alimentos mais pesados, como carne, queijo e ovos.
Yoga e meditação para redução da hiperatividade
Estudos recentes mostram que o treinamento da atenção pode ajudar crianças, adolescentes e adultos com déficit de atenção e hiperatividade. Yoga e meditação (ou práticas de atenção plena) contribuem ainda para a regulação hormonal, complementando a retirada de açúcar e outros tratamentos (como uso de medicamentos ou suplementos). Ninguém com déficit de atenção e hiperatividade vai conseguir entrar em uma sala e meditar por 1 hora, mas pode começar com 1 minuto, 2, 3 e ir progredindo até pelo menos 20 minutos diários.
Muitos profissionais de saúde e professores têm indicado a prática de yoga e meditação para toda a família. Isso mesmo, é uma jornada familiar. Pais que meditam e praticam yoga em casa estimulam os próprios filhos pelo exemplo. Mães que fazem o treinamento vêem o comportamento dos filhos melhorarem ao longo do tempo, resultando em uma melhor relação com os mesmos, o que por sua vez ajuda na melhoria dos sintomas de TDAH e também de autismo. Vamos praticar?