Demência é um termo genérico para diferentes doenças progressivas que afetam o cérebro, o pensamento (memória, linguagem, comportamento, processamento visual). Afeta tanto a pessoa com demência, quanto seus familiares e amigos. É uma prioridade para a saúde, assistência social e pesquisa. O Alzheimer é o tipo de demência mais comum (50 a 75% das pessoas), seguida de demências vasculares (20 a 30%), corpos de Lewy (10 a 25%) e demência frontotemporal (10 a 15%).
A doença de Alzheimer tem causas ainda desconhecidas, com alta influência genética e caracterizada pela deposição de proteína beta amilóide no cérebro. A demência com corpos de Lewy tem sintomas similares aos do Alzheimer e pode combinar-se a este. A demência vascular é resultante de uma série de pequenos acidentes vasculares cerebrais (AVC) e a demência frontotemporal é, como o nome diz, a degeneração que ocorre no lóbulo frontal do cérebro e que pode se espalhar para o lóbulo temporal. Esta última parece ser fortemente influenciada por mutação no gene para a proteína TAU, localizado no cromossomo 17.
Para evitar derrames e a deposição de proteínas no cérebro, há necessidade de adoção de uma dieta antiinflamatória e rica em compostos antioxidantes. Alimentos ricos em flavonóides, como chás, cacau, frutas e verduras devem fazer parte da dieta. Por exemplo, para investigar as ligações entre dieta e doença de Alzheimer, pesquisadores da Rush University of Chicago analisaram a ingestão alimentar de 921 idosos com idade média de 81 anos, nenhum dos quais tinha a doença na época.
Os participantes do estudo foram divididos em cinco grupos, dependendo da quantidade de flavonóis em suas dietas. Os participantes do estudo que tiveram a menor ingestão consumiram uma média de 5,3 mg por dia, enquanto aqueles com a maior ingestão consumiram uma média de 15,3 mg por dia. Os participantes foram acompanhados por seis anos e testados anualmente quanto a sinais da doença de Alzheimer. Um total de 220 deles desenvolveu a doença. Aqueles cujas dietas continham mais flavonóis tinham 48% menos chances de serem afetados do que aqueles cuja ingestão de flavonol era menor (Holland et al., 2020).
Além de consumir mais frutas e verduras a prevenção das demências depende de um estilo de vida saudável que inclui atividade física, redução do estresse, sono de qualidade, aumento do consumo de ômega-3, vitaminas A, C e complexo B. Também é muito importante o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e homocisteína. Além disso, o cérebro deve permanecer ativo por toda a vida. Leia livros, toque instrumentos músicais, aprenda línguas e continue desenvolvendo-se por toda a vida.