A jararaca (Bothrops jararaca) é uma serpente encontrada no Brasil (do Rio Grande do Sul até à Bahia). Mede até 1,6m e seu veneno pode causar hemorragia e necrose no local da mordida e, em casos graves, gerar a amputação dos membros afetados.
O tratamento envolve o uso do soro antiofídico (antiveneno), antibióticos para combater bactérias que são passadas da serpente para a pessoa mordida (Morganella morganii, Providencia rettgeri, Enterobacter sp., Escherichia coli, Streptococcus, Bacteroides sp. etc), antiinflamatórios para combate à inflamação, plaquetopenia e neutrofilia.
A rutina diminui a resposta inflamatória, normalizando leucócitos e impedindo a diminuição dos níveis de fibrinogênios, embora não aumente os fatores plaquetários, representando um importante complemento terapêutico. Isto é importante pois assim podemos reduzir a dose de soro antiofídico necessária, até porque este não trata modificações no estado de oxi-redução. Assim, espera-se mais estudos em humanos neste sentido (Sachetto, 2018).
O que é a rutina?
A Rutina é um bioflavonóide obtido de plantas, especialmente a parte branca das frutas cítricas, como limão, laranja, grapefruit. Também é encontrada no trigo sarraceno, amoras, cereja, damasco. Apresenta ação protetora do endotélio vascular, ação antiinflamatória, antiedematosa.
Seu mecanismo de ação se dá através da inibição da COMT (Catecol-Oxi-Metil-Transferase) permitindo um aumento na duração da ação catecolaminérgica (aumento da resistência vascular que se soma ao efeito inibitório sobre a elastase e hialuronidase), o qual se conhece como efeito vitamínico P. A elastina e o ácido hialurônico são um dos componentes naturais do tecido conjuntivo, pelo que a inibição dessas enzimas aumenta a resistência das paredes vasculares (ação antifragilidade capilar).