A cada dois meses surge uma nova dieta que parece funcionar para todo mundo, menos para você. Mas não é verdade, você não é um caso isolado. Na verdade, muitas pessoas passam a vida toda lutando contra uma grande lista de problemas, incluindo hipoglicemia, anemia, alergias, problemas intestinais, alterações na pele, dores nas articulações ou nas costas, TPM, dificuldade de engravidar, tristeza inexplicável, dificuldade de emagrecer. E todos estes problemas possuem um fator comum: a inflamação crônica.
Uma substância a aumentar em todas estas condições é a interleucina-6 (IL-6), um mensageiro, que tem tanto propriedades antiinflamatórias quanto pró-inflamatórias. A IL-6 regula o sistema imunológico e desempenha um papel na função cognitiva. Aumenta quando você está doente e após o exercício, especialmente o aeróbico. A liberação muscular, pós-exercício moderado tem ação anti-inflamatória. No entanto, quando suas células imunológicas (macrófagos) a liberam, no caso de uma doença, a ação passa a ser pró-inflamatória. O excesso de IL-6 está envolvido nas doenças da sociedade moderna, como a obesidade.
Alguns fatores aumentam a IL-6: consumo excessivo de açúcar e alimentos refinados, estresse crônico, sono insuficiente, tabagismo, alto consumo de álcool, atividade física em excesso. O aumento da IL-6 reduz as células Treg, que, por sua vez, bloqueiam nossa capacidade de tolerar as proteínas que ingerimos. Como resultado, aparecem as alergias alimentares. O excesso de IL-6 também acelera o declínio cognitivo na meia idade. Também correlaciona-se com comportamentos impulsivos, tristeza, depressão e aumento das taxas de suicídio.
Os níveis de IL-6 também aumentam em pessoas com doenças inflamatórias intestinais e esta agrava os efeitos dos hormônios do estresse na mucosa intestinal. O excesso de IL-6 pode altera o peristaltismo, aumenta a permeabilidade intestinal, gera fadiga, estimula o eixo HPA, além de diminuir o BDNF, um fator de crescimento cerebral.
Também é comum que pessoas mais inflamadas produzam menos testosterona, o que impacta a composição corporal e a libido. Além disso, atrapalha a conversão de T4 em T3 (hormônios da tireóide), aumentando o risco de hipotireoidismo. Por fim, a IL-6 aumentada associa-se a maior estresse oxidativo e redução nos níveis de glutationa, um importante antioxidante.
Modulando os níveis de IL-6 conseguimos evitar o desencadeamento e progressão de muitas doenças e condições associadas à inflamação, incluindo doenças cardíacas, vários tipos de câncer, diabetes, artrite reumatóide, fibromialgia, esclerose múltipla, asma, depressão, doença de Crohn, Alzheimer, obesidade.
Dentre as principais formas de controlar a inflamação destacam-se: parar de fumar, reduzir o álcool, meditar, praticar yoga, adotar uma dieta antiinflamatória.