Estudos mostram uma associação entre o consumo de alimentos processados, incluindo carnes, no risco de síndrome metabólica. O maior consumo de proteínas de origem animal e o baixo consumo de proteínas de origem vegetais tem sido associado, em vários estudos, a maior risco de diabetes tipo 2 (Umpierrez & Pasquel, 2017).
Muita gente é defensora ferrenha do alto consumo de proteínas. Mas olhe o leite materno, o melhor alimento para o bebê. Se a proteína fosse assim o nutriente dos nutrientes, o leite materno teria uma concentração muito maior. Mas não é o que acontece. A quantidade de proteína no leite materno (cerca de 6% das calorias) é muito menor do que a do leite de outros animais. Não precisamos de tanta proteína!
É comum vermos no consultório pessoas consumindo quantidades gigantes de proteína - entre 2 a 4 gramas por quilo por dia. Mas estudos mostram que não há necessidade de quantidades superiores a 1 a 2 gramas ao dia, mesmo para marombeiros. Produtos de uma dieta rica em proteínas, como L-carnitina e fosfatidilcolina, podem ser metabolizados em colina, que é convertida em trimetilamina (TMA) pela microbiota intestinal. A TMA pode ser oxidada no fígado para formar TMA-N-óxido (TMAO), que aumenta o risco de aterosclerose. O consumo proteico excessivo também vem sendo associado a maior risco de câncer, problemas no fígado, diabetes e agravamento da doença arterial coronariana (Serino et al., 2014).