Problemas de marcha na síndrome de Down

As crianças com síndrome de Down (SD) possuem um risco aumentado de redução da massa muscular devido à hipotonia e frouxidão ligamentar, causando dificuldades em relação às habilidades motoras grossas e luxação de articulações.

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O deslocamento (luxação) do quadril ocorre quando a cabeça do fêmur (osso da coxa) move-se para fora do encaixe (acetábulo) formado pela pélvis. Essa luxação pode ocorrer pela má formação do acetábulo, pela frouxidão do tecido conjuntivo e/ou pela fraqueza muscular. É mais comum entre as idades de 2 e 10 anos, causando dor, dificuldade para andar ou diminuição na amplitude dos movimentos. O tratamento pode envolver imobilização com gesso ou correção cirúrgica.

A fisioterapia é importante para a prevenção e tratamento das luxações. Além disso, a dieta saudável é fundamental, garantindo bom desenvolvimento ósseo, muscular e articular. Muitas pessoas com síndrome de Down apresentam deficiência de vitamina D devido a vários fatores, como exposição inadequada à luz solar, ingestão inadequada de vitamina D, má absorção secundária à doença celíaca, aumento da degradação por causa da terapia anticonvulsivante, entre outros fatores. A hipovitaminose D aumenta o risco de redução da massa óssea em crianças com síndrome de Down e também as predispõem a fraturas recorrentes (Akhtar, Rizwan, & Bokhari, 2018).

A alta prevalência de obesidade e as características da apneia obstrutiva do sono são importantes problemas de saúde em indivíduos com SD e suas atividades diárias. Quanto maior é o Índice de Massa Corporal e quanto mais graves são os sintomas da apneia, pior é o desempenho de pessoas com SD em testes de caminhada. A marcha fica mais lenta, há mais desequilíbrio e fadiga física. Intervenções multiprofissionais são fundamentais para a prevenção e tratamento da obesidade e da apneia, incluindo programa de exercícios, alimentação saudável e acompanhamento médico (Chen & Ringenbach, 2018).

Mecanismos epigenéticos

Estudos recentes sugerem que disfunções epigenéticas a nivel de metilação ou de quantidade de microRNA circulante desempenham um papel potencial na fisiopatologia da obesidade e da apneia, fatores que podem prejudicar a marcha. Pessoas obesas possuem pelo menos 55 miRNAs diferentes a mais em relação a pessoas não obesas. Esta expressão modificada pode aumentar também o risco de resistência à insulina e diabetes, câncer, hipoxia tecidual (falta de oxigenação) e mudanças cardiovasculares significativas. Da mesma forma, pacientes com apneia experimentam um estado de hipoxemia constante.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/