Importância do selênio no combate a infecções

Estima-se que mundialmente mais de 2 bilhões de pessoas tenham alguma carência de vitaminas e/ou minerais (Johnston, Fanzo e Cogill, 2014). O selênio é um mineral importante para a produção do hormônio T3, para cognição, imunidade, fertilidade e prevenção do câncer (Fairweather-Tait et al., 2011). Disfunções imunes e câncer vem sendo associadas com deficiências modestas de selênio e alteração na experessão de enzimas antioxidantes dependentes de selênio como a glutationa peroxidase.

A quantidade de selênio nos alimentos depende da quantidade do solo e do acúmulo de selênio nos tecidos animais. A recomendação diária para adultos fica entre 25 e 100 mcg (Hurst et al., 2013), com uma média de 60 mcg/dia para homens e  53 mcg/dia para mulheres. Para crianças até os 6 meses de vida recomenda-se 15 mcg de selênio/dia; entre 7 meses a 3 anos a recomendação é de 20 mcg/dia; 30 mcg entre os 4 e 8 anos e 40 mcg entre 9 e 13 anos. A dose máxima recomendada a partir dos 14 anos é de  400 mcg/dia. Para bebês a dose máxima é de 45 mcg. Para crianças a dosagem máxima fica entre 60 e 150 mcg/dia dependendo da faixa etária.

Durante invecções virais há aumento na produção de radicais livres por fagócitos e síntese de oxido nítrico indutível  (Molteni et al., 2014). O estresse oxidativo aumenta a severidade das infecções quando há carência de selênio pois há uma menor produção de antioxidantes (Huang, Rose e Hoffmann, 2012; (Steinbrenner et al., 2015). A suplementação de 200 mcg/dia vem sendo recomendada por alguns autores para a redução da virulência e aumento da imunidade, inclusive no tratamento do Ebola, da tuberculose e HIV (Joy et al, 2014). Apesar de nesta quantidade o consumo de selênio parecer seguro, o acompanhamento médico e nutricional durante a suplementação é fundamental já que doses aumentadas de selênio podem surtir efeitos pró-inflamatórios (Rosenberg, 2012).

Em pacientes críticos a suplementação de selênio via enteral ou parenteral não tem conseguido reduzir a mortalidade (Woth, 2014). Mesmo assim, como pode reduzir infecções a suplementação sozinha ou acompanhada de outros antioxidantes é recomendada por alguns pesquisadores (Andrews, 2011; Manzanares, 2011; Valenta, 2011; Heyland, 2013).

O alimento mais rico em selênio é a castanha do Brasil: 95 mcg de selênio por castanha. Seu consumo excessivo poder ocasionar selenose (toxicidade por selênio). Os sintomas da selenose incluem queda de cabelos, fadiga e fraqueza das unhas. O excesso de selênio também parece promover resistência à insulina aumentando o risco de diabetes tipo 2 (Steinbrenner et al., 2011). 

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/