Os principais objetivos da terapia nutricional são manter o peso e as funções corporais, recuperar o estado nutricional e melhorar a qualidade de vida. Pacientes que não podem, não conseguem ou não desejam se alimentar pela via oral podem receber a dieta pela via enteral (estômago ou intestino), por meio de uma sonda, ou pela via parenteral, via cateter instalado em um vaso sanguíneo. A nutrição parenteral e a nutrição enteral também podem ser combinadas para que pacientes críticos atinjam seu aporte energético e de nutrientes.
De acordo com o Ministério da Saúde (2011) são pacientes críticos aqueles em risco iminente de perder a vida ou a função de um órgão ou sistema; bem como aqueles em frágil condição clínica decorrente de trauma ou problemas relacionados a processos que requeiram cuidado imediato clínico, cirúrgico, gineco-obstétrico ou de saúde mental.
Caso a terapia nutricional agressiva precise ser iniciada, a via a ser privilegiada é a enteral. Se as necessidades energéticas e de nutrientes não puderem ser atendidas apenas via enteral a via parenteral pode ser considerada. Contudo, ainda não está claro a partir de quantos dias após o início da enteral, a parenteral deva ser indicada. O que se tem como protocolo é o adiamento da parenteral até que todas as estratégias possíveis para evolução da terapia enteral tenham sido tentadas, como redução do calibre de sondas, instalação de ostomias, uso de agentes de motilidade ou reposicionamento da sonda.
Médicos e nutricionistas devem obviamente avaliar os riscos e benefícios da combinação de ambas as terapias para cada caso e doença associada. Até porque, apesar da associação poder reduzir o risco de infecções, a mesma não costuma se traduzir em redução da mortalidade (Abrishami et al., 2010; Harvey et al., 2014; Heidegger et al., 2012). Ademais, há um aumento dos custos monetários da terapia com a associação das duas vias de administração.
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