Os primeiros 1.000 dias de vida do bebê são fundamentais e muitos nutrientes não podem faltar:
- Vitamina D: nutriente fundamental para a absorção intestinal de cálcio e fortalecimento dos ossos. Porém, há tempos se sabe que estas não são as únicas funções desta vitamina durante a gestação. De acordo com pesquisas importantes na área, o consumo adequado deste nutriente durante o período gestacional está inversamente relacionado ao aparecimento de autismo, doenças autoimunes, asma e rinite alérgica em crianças acompanhadas até os 5 anos de vida. Os níveis adequados de vitamina D plasmáticos maternos também são importantes para reduzir o risco de diabetes mellitus tipo 1 na criança e na mãe o de diabetes gestacional, infecções urinárias esclerose múltipla.
Fora da gestação a vitamina D também é importante para prevenir doenças neurológicas como mal de Parkinson e Alzheimer. A vitamina D parece influenciar na expressão de mais de 3.000 genes. Seu papel da vitamina D na expressão genica vem sendo bastante estudado também na oncologia. Baixos níveis desta vitamina já foram associados a vários tipos de câncer.
Indivíduos negros estão em maior risco uma vez que, quando expostos ao sol, produzem menores quantidades desta importante vitamina. Mesmo assim, todas as gravidas, independentemente da cor da pele, deveriam dosar a vitamina D plasmática no início da gestação.
- Ômega 3: este ácido graxo influencia o desenvolvimento neurológico do bebê, por isto gestantes e lactantes devem ficar atenta ao seu consumo. As principais fontes são a linhaça, as castanhas e os peixes de água fria e profunda. Pesquisas sugerem que gestantes com maiores concentrações plasmáticas de ômega-3 tiveram bebês mais "sabidos", com melhor aprendizado e capacidade de fixação e concentração. Nos 6 primeiros meses de vida, alguns estudos mostraram que os bebês amamentados com leite materno rico em ômega 6 estavam dois meses a frente em termos de ganhos de habilidades, como sentar, ficar em pé, segurar objetos etc.
- Ácido fólico: vitamina essencial para a síntese de DNA. Sua necessidade está aumentada na gestação uma vez que tem um papel importante no aumento de células de defesa, na formação da placenta, no crescimento do útero e também do feto. A deficiência de folato (vitamina B9) pode causar defeitos no desenvolvimento do tubo neural do bebê.
O tubo neural é a estrutura embrionária que dará origem ao cérebro e à medula espinhal. O mesmo fecha-se completamente por volta da 4a semana de vida embrionária, por isto o consumo de ácido fólico deve ser ótimo mesmo antes do início da gestação. Nos demais meses, durante a gravidez, a vitamina B9 confere outros benefícios como a metilação do DNA. Esta metilação protege o material genético e impede que características indesejáveis se manifestem na criança.
A maioria dos alimentos contém ácido fólico porém o ideal é que 3 meses antes do início da gravidez se inicie a suplementação da vitamina com dose de 2mg ao dia.
- Vitamina B12: pesquisa de cientistas da Universidade de Nottingham sugere que muitos problemas de saúde dos adultos podem ter sido originados ainda no momento da concepção e por isto as mulheres em idade reprodutivo deveriam consumir quantidades adequadas de B12 e B9 mesmo antes de engravidarem. Isto ocorre porque estas vitaminas são essenciais ao desenvolvimento do feto e a deficiência das mesmas pode causar modificações no material genético do bebê. Pesquisas em animais como as ovelhas evidenciaram que a falta destas vitaminas do complexo B antes da concepção gerou animais 25% mais gordos, com resistência à insulina e pressão mais alta do que os animais nascidos de ovelhas com dieta adequada. O ácido fólico é encontrado em vegetais verdes escuros e carnes magras e a vitamina B12 é encontrada em qualquer alimento de origem animal. Gestantes vegetarianas devem suplementar a vitamina B12 durante toda a gravidez e também durante o período em que estiverem amamentando.
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