Viajei recentemente com uma colega para um congresso e ela se queixou de que fora de casa o intestino não funciona. O banheiro é diferente, a comida é diferente, são muitas horas sentada no avião e a atividade física geralmente não acontece. Além disso, muitas vezes não se bebe água na quantidade adequada e com isso o intestino sofre mais.
O intestino é órgão responsável pela digestão e absorção de nutrientes. Pra que funcione bem precisa de fibras, precisa de água e também de uma microbiota (flora intestinal) equilibrada (Possemiers et al., 2011).
As fibras alimentares aumentam o bolo fecal e o deixam mais macio. Além disso são nutrientes para as bactérias do intestino (Sonnenburg e Sonnenburg, 2014) que as utilizam para a produção de energia e de ácidos graxos de cadeia curta, que mantêm a microbiota saudável (Fechner, Fenske e Jahreis, 2013).
Ácidos graxos de cadeia curta também suprimem a inflamação e reduzem o risco de câncer de cólon (Louis, Hold e Flint, 2014). Por isso, antes de viagens cuide mais do seu intestino, consumindo mais fibras, bebendo mais água e, se necessário, suplementando bactérias probióticas. O consumo de alimentos de origem vegetal é importantíssimo. Sem eles nossos intestinos "desnutrem" (Sonnenburg e Sonnenburg, 2014) e funcionam pior. Leve com você frutas nas viagens, leve suas castanhas, sua garrafa de água. Se acha que não se alimentará bem, que terá um consumo baixo de fibras, coloque na mala também uma caixa de farelo de aveia para colocar nas frutas, no iogurte, no suco ou água durante o dia (ou duas vezes ao dia, se precisar).
Agora, se o seu intestino realmente trava nas viagens, converse com seu nutricionista sobre o uso de simbióticos (Kellow, Coughlan e Reid, 2014), suplementos que combinam probióticos (bactérias boas) e fibras prebióticas, para prevenir a disbiose e a inflamação (Tan et al., 2014).
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