A malária ou paludismo é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pela picada do mosquito Anopheles fêmea. É importante causa de óbito e danos cerebrais em crianças de países tropicais.
Os sintomas iniciais da doença incluem dores de cabeça, fadiga, febre e náuseas, podendo durar vários dias. Mais tarde evoluem para calafrios, febre intensa, destruição de hemácias, descarga de substâncias tóxicas na corrente sanguínea. Se não diagnosticada e tratada, a malária maligna causada pelo Plasmodium falciparum pode evoluir rapidamente, resultando em morte. A malária "benigna" das outras espécies pode resultar em debilitação crónica, mas raramente leva à óbito.
O tratamento farmacológico da malária baseia-se na susceptibilidade do parasita aos radicais livres e substâncias oxidantes produzidas por medicamentos como quinacrina, cloroquina, artemisina e primaquina usadas isoladamente ou em conjunto. Estes fármacos aumentam as concentrações de radicais livres dentro das células onde se localizam o parasita.
A infestação das células vermelhas pelo Plasmódio pode levar a obstrução de capilares no cérebro, com consequente redução no fluxo sanguíneo, má oxigenação do tecido e liberação de moléculas e citocinas inflamatórias. Estudos com drogas (deferoxamina) e suplementos (como a N-acetilcisteína - NAC) mostraram diminuição da produção dessas substâncias inflamatórias, aumento da sobreviva e diminuição das sequelas neurológicas em ratos, porém não em seres humanos. Já estudo inglês publicado em 2011, mostrou que a suplementação de curcumina [1,7-bis(4-hydroxy 3-methoxy phenyl)-1,6-heptadiene-3,5-dione], um composto fenólico extraído da planta Curcuma longa L. (também chamada Açafrão da terra) e que possui, interessantemente, tanto habilidade antioxidante como pró-oxidante, aumentou a produção de radicais livres pelo parasita levando-o à sua morte. Ao mesmo tempo aumentou a atividade fagocítica de macrófagos.
A exposição das células infestadas à curcumina pode induzir ao aumento momentâneo da produção de radicais livres, o que leva à ativação de uma cascata que envolve a ativação do receptor do PPARy e indução do fator Nrf-2. PPARy e Nrf-2 digigem-se ao núcleo ligando-se a genes aumentando a expressão do linfócito CD36 e de sua atividade protetora. Em células endoteliais, o Nrf-2 e o PPARy aumentam a expressão de enzimas protetoras como a HO-1 (heme-oxigenase), NQO-1 (quinina oxidoredutase-1) e gama-glutatamato cisteína ligase (y-GCL), as quais diminuem os danos causados por espécies reativas de oxigênio e exercem efeitos neuroprotetores. Além disso, Nrf-2 e PPAR-y tem efeito antiinflamatório por diminuírem a ativação do NFKb e outras citocinas pró-inflamatórias implicadas na patologia da malária cerebral. As limitações para o uso da curcumina são sua limitada biodisponibilidade com o consumo oral, rápido metabolismo e eliminação. Estudos vem sendo realizados com a finalidade de aumentar sua disponibilidade. Uma das estratégias é a associação à piperina, substância presente na pimenta do reino.
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