De acordo com estudo publicado na revista Nature Neuroscience a deficiência do ácido graxo ômega-3 durante a gestação pode causar consequências deletérias às funções cerebrais dos bebês. A proporção ideal de ômega-6:ômega-3 na dieta deveria ser de 2:1 até o máximo de 4:1, porém é comum na dieta dos que não consomem peixes uma proporção de 20:1 ou mais. Como o ômega-3 não pode ser sintetizado no organismo existe esta obrigatoriedade de que consumo visto que este nutriente é essencial para o cérebro, para a estrutura das células e por suas propriedades antiinflamatórias.
De acordo com os autores a má-nutrição ainda no útero pode desencadear depressão e ansiedade em fases posteriores da vida. Afim de comprovar o fato os pesquisadores alimentaram roedores com uma dieta pobre em ômega-3 durante o período gestacional. Foi observada a perda total da função dos receptores canabinóides, os quais desempenham papel fundamental na neurotransmissão. Tal disfunção é acompanhada de distúrbios depressivos entre os animais.
A plasticidade dos neurônios também é dependente de tais receptores e por isto pelo menos duas estruturas envolvidas nos processos de recompensa, motivação e regulação emocional são afetados: o córtex pré-frontal e o núcleo acumbente. Outros estudos são necessários afim de se verificar tais correlações em seres humanos porém vários outros estudos tem revelado a importância do consumo de ômega-3 por gestantes para um bom desenvolvimento cognitivo.
Por isto, minha dica é que as mulheres façam o consumo de um suplemento de ômega-3 rico em DHA durante toda a gestação e a lactação. Converse com seu nutricionista sobre marcas e quantidades adequadas a seu caso. Boas fontes dietéticas de ômega-3 incluem atum, salmão, bacalhau, sardinha, arenque, truta, tubarão, linhaça, nozes e castanhas.