Uma dieta rica em fibras é considerada a principal estratégia no combate ao câncer de cólon. Uma das razões é que as fibras aumentam a velocidade de passagem das fezes pelo intestino, diminuindo o tempo de contato das toxinas com nossas células. Outra razão descoberta agora é que as fibras ativam receptores (GPR109A) com potencial de extermínio das células cancerígenas.
Na edição de abril de 2009 do Cancer Research os cientistas relatam que o butirato produzido pelas bactérias a partir das fibras, ativa estes receptores os quais por sua vez causam apoptose (morte celular) e reduzem a inflamação (uma das causas do câncer). Já o câncer silencia o receptor modificando quimicamente seu gene, em um processo conhecido como metilação do DNA.
Além do consumo adequado de fibras e da adequada colonização do intestino por bactérias benéficas, a niacina (uma vitamina do complexo B) é essencial para que o butirato consiga ativar os receptores GPR109A. Boas fontes de fibras incluem cereais integrais, frutas e verduras. Já a niacina é encontrada em carnes, leite, ovos, frutas secas, legumes, dentre outros alimentos, porém muitas vezes a suplementação é necessária, principalmente se o paciente já se encontra com câncer.
Já no caso do tratamento do câncer, ressecções (remocões de partes) do intestino podem ser necessárias. Pequenas ressecções aumentam levemente a motilidade intestinal sem prejuízo da absorção de nutrientes. Porém, grandes ressecções podem resultar em síndrome de má absorção de nutrientes, esteatorreia (perda de gordura nas fases), desequilíbrios de líquidos e eletrólitos, diarreia e desnutrição. Em geral, a realimentação após a cirurgia de intestino inicia-se com uma dieta líquida de prova, para teste da tolerância. Chá de camomila, água e água de coco são administrados em pequena quantidade a cada hora. Conforme a tolerância vai aumentando a dieta evolui para líquida completa, pastosa, branda (entre 15 e 30 dias após a cirurgia) e normal (de 3 a 6 meses após a cirurgia). A suplementação intramuscular de B12 e oral de vitamina D, cálcio, ferro e complexo B são recomendadas.
Nos primeiros 3 meses de cirurgia evita-se alimentos fonte de fibras insolúveis (verduras escuras, farelo de trigo, cereais e grãos integrais são fonte de fibras insolúveis), lactose, estimulantes do peristaltismo (café, pimenta, bebidas com gas), alimentos flatulentos e gordurosos (óleos, manteiga, embutidos, patês, carnes duras e fibrosas, mariscos, maionese, chocolate), doces, frutas secas e álcool.
Após este período, para a doença não voltar adota-se uma dieta rica em fibras, cálcio, folato, vitaminas antioxidantes, prebióticos, selênio e reduzida em carnes vermelhas, aminas heterocíclicas, hidrocarbonetos aromáticos, álcool, gordura saturada e trans e açúcar.