Batismo bacteriano do bebê nascido por cesariana

Dentro da barriga da mãe o bebê tem um trato digestório estéril, livre de bactérias e outros microorganismos. Ao nascer, o tipo de parto influencia esta colonização. Bebês que nascem de parto normal tem uma colonização mais parecida com a da mãe.

A passagem do bebê pelo canal vaginal é fundamental para que haja contato com as bactérias da microbiota vaginal (principalmente Lactobacillus) da mãe, que vão iniciar a colonização intestinal do bebê, preparando-o para receber seu primeiro alimento: o leite materno. Mães com problemas intestinais precisam ser acompanhadas por nutricionista ao longo da gestação, fazendo um rodízio de suplementos contendo bactérias boas (probióticas).

Já bebês que nascem de parto cesariano possuem maior colonização por bactérias patogênicas, adquiridas do meio ambiente (como a sala de parto). Por isso, tendem a ter mais infecções, alergias, ganhar peso excessivamente ao longo da vida e desenvolver hipertensão.

É possível simular a colonização vaginal em bebês nascidos de césarea? Sim, podemos fazer um batismo bacteriano!

Não importa o motivo da cesariana, podemos simular uma colonização vaginal do bebê. Rob Knight, conta em uma palestra do TED Talks que, quando sua mulher precisou passar por uma cesária de emergência, pegou uma gaze estéril e passou na região vaginal dela. Guardou a gaze em um frasco estéril e, após o nascimento do bebê, passou essa gaze na boca, rosto e por todo o corpo do recém nascido.

Publicações científicas confirmam que um procedimento rápido e simples como esse pode permitir a correta colonização do bebê e minimizar os efeitos da cesárea (Dominguez-Bello et al., 2016; Stinson et al., 2018). Alguns hospitais no Brasil já realizam esse procedimento, mas ainda de forma tímida. Você teria coragem?

Bebês amamentados também possuem melhor colonização do que bebês que não recebem leite materno. Por isso, possuem menos alergias e a imunidade costuma também ser melhor. Os primeiros encontros do bebê também influenciam sua colonização (Khoruts, 2016). Mãe, pai e outros cuidadores precisam estar com a microbiota equilibrada. Consulte um  nutricionista e module o microbioma de todos (pai, mãe, avós, babá...) que cuidarão da criança no início da vida. Afinal, uma microbiota saudável reduz ainda cólicas, dor e refluxo.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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