Declínio Cognitivo Subjetivo

Você está enfrentando algum desses sintomas?

  • Névoa mental (Brain fog), ou incapacidade de focar

  • Esquecimento de rostos e nomes de pessoas

  • Dificuldade em lembrar a palavra certa ao falar

  • Problemas com cálculos simples

  • Dificuldade de memória

  • Perda de objetos

Se você respondeu sim a algum desses sintomas, isso é um sinal de alerta! Seu cérebro está tentando comunicar que algo não está certo. Reconhecer isso ajuda na tomada de decisões para prevenir o comprometimento cognitivo.

Declínio Cognitivo Subjetivo, Um Problema Crescente

No mundo ocidental 1 em cada 9 adultos lidam com declínio cognitivo subjetivo (DCS). Essa experiência autorrelatada de piora, confusão mais frequente e perda de memória pode levar a problemas à medida que envelhecemos. O assustador é que isto tem começado cedo. Muitas pessoas relatam estas dificuldades aos 30, 40 ou 50 anos. Se nada for feito podem desenvolver perdas cognitivas maiores dentre 7 a 18 anos.

Fatores responsáveis pelo declínio cognitivo subjetivo

Uma árvore precisa de solo, luz, água. Precisa estar forte para resistir ao frio, ao calor, às pragas. Se algo faltar pode perder folhas, parar de crescer ou morrer e entrar em decomposição. Nós também somos assim e o cérebro pode ser afetado por vários fatores:

  • Falta de nutrientes

  • Sono insuficiente

  • Inflamação

  • Dieta ultraprocessada

  • Pressão arterial aumentada

  • Contato com toxinas

  • Resistência insulínica

  • Sedentarismo

  • Isolamento social

  • Falta de estímulos cognitivos

Você precisa então olhar para cada uma dessas áreas com carinho tomando medidas de melhoria constante no seu estilo de vida. Eu estimulo muito meu cérebro, leio todo dia, tenho uma boa dieta, faço atividade física e meus exames estão muito bons. Contudo, falta reduzir o estresse, a ansiedade, socializar mais, sair mais na natureza. Para outras pessoas talvez o importante seja reduzir o consumo de álcool, parar de fumar… Sou nutricionista especializada em cuidados com o cérebro e ficarei feliz em te ajudar. Quanto antes começar seus cuidados mais fácil será reverter o declínio cognitivo subjetivo e prevenir a doença de Alzheimer.

Enquanto não chega a data da sua consulta de análise genética adote algumas medidas que ajudam na memória:

  • Alimentação com características antiinflamatórias

  • Atividade física - aumenta endorfinas que reduzem o estresse, estimula BDNF protegendo a memória, melhora a circulação para todo o corpo e cérebro

  • Treinamento cognitivo - aprender algo novo estimula atenção, concentração, lógica, tomada de decisões…

  • Dormir bem - o sono profunda auxilia no reparo celular e reduz a neuroinflamação

  • Cuidar do intestino - reduz neuroinflamação e o risco de Alzheimer. Adote uma dieta rica em fibras e polifenóis.

  • Leia. Quanto mais você aprende mais aumenta sua reserva cognitiva.

  • Converse, socialize. A socialização é importante para a memória, pois as interações estimulam o cérebro, fortalecendo conexões neurais e promovendo a saúde cognitiva. Já me inscrevi no curso de pintura em grupo. Meu foco é desestressar, socializar, rir… E o seu?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

🍷 Álcool e fígado: qual o papel do gene GSTM1?

A ingestão de álcool leva à entrada de etanol nos hepatócitos (células do fígado). O etanol em si já tem efeito tóxico, mas no fígado ele é metabolizado principalmente por duas enzimas e gera compostos ainda mais nocivos:

1) Álcool desidrogenase (ADH): Converte etanol em acetaldeído, que é altamente tóxico, mutagênico e cancerígeno. Ele causa dano oxidativo, liga-se a proteínas e DNA formando adutos e estimula inflamação e fibrose.

2) Aldeído desidrogenase (ALDH): converte acetaldeído em acetato, menos tóxico e que pode ser usado como fonte de energia. Se essa etapa é lenta (como em pessoas com polimorfismos de ALDH2, comuns em populações asiáticas), o acetaldeído se acumula → maior risco de câncer.

3) Sistema do citocromo P450 (CYP2E1): também metaboliza etanol, principalmente em consumo crônico. Produz espécies reativas de oxigênio (ROS), que aumentam ainda mais o estresse oxidativo no fígado.

A proteção do fígado depende da enzima #antioxidante GSTM1. Só que o álcool inibe a GSTM1. Como?

1️⃣ O etanol aumenta os níveis do microRNA miR-743a-3p.

2️⃣ Esse microRNA reduz a produção de GSTM1.

3️⃣ Com menos GSTM1, uma proteína chamada ASK1 fica ativada, disparando sinais inflamatórios (p38 e JNK).

4️⃣ Resultado: acúmulo de gordura (esteatose), dano oxidativo, inflamação e até fibrose hepática.

⚠️ E se a pessoa tiver deleção genética de GSTM1 (forma “nula” do gene, comum em parte da população), como mostrado na imagem (DEL)?

➡️ Nesse caso, a enzima nem é produzida.

➡️ Isso significa ainda menor defesa antioxidante e maior risco de progressão da doença hepática alcoólica, além de outras complicações ligadas ao álcool e toxinas ambientais.

✅ Ter GSTM1 funcional ajuda a proteger o fígado. Mas não faz mágica: modere o consumo de álcool.

❌ Ter deleção de GSTM1 deixa o fígado ainda mais vulnerável a estresse oxidativo, inflamação e fibrose. Evite álcool ao máximo!

Já fez seu exame de nutrigenética? Marque sua consulta:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Saúde mental e saúde cerebral

Saúde mental e saúde cerebral estão intimamente interconectadas, mas não são a mesma coisa. Saúde mental inclui capacidades emocionais, afetivas, cognitivas, sociais; aspectos como estado psicológico, bem-estar, regulação emocional, lidar com estresse etc. Envolve o funcionamento do indivíduo em contextos psicológicos e sociais; mais ligado aos transtornos psiquiátricos, ao sofrimento, à qualidade de vida mental.

Obviamente, a saúde mental depende da saúde de um órgão: o cérebro, de sua integridade, conectividade. A estrutura e função do cérebro é influenciada pela genética, envelhecimento, fatores biológicos, neuroinflamação, reserva cerebral, etc. Aqui, o foco são as bases biológicas, disfunções neurológicas, o declínio cognitivo, os efeitos de fatores ambientais ou genéticos sobre o tecido cerebral e mecanismos cerebrais.

Saúde mental e saúde cerebral têm muito em comum:

Cérebro e mente são influenciados por genética, ambiente, estilo de vida, determinantes sociais. Por exemplo, déficits cognitivos podem estar presentes tanto em transtornos mentais quanto em condições neurológicas; disfunção emocional ou social pode colocar pressão sobre circuitos cerebrais; estresse crônico pode provocar alterações biológicas cerebrais.

Problemas de saúde mental podem afetar a saúde cerebral (ex: depressão crônica, ansiedade severa, trauma prolongado) e vice-versa (deterioração cerebral ou lesão pode provocar sintomas mentais). Alguém com perda de volume cerebral (ex: em envelhecimento ou neurodegeneração) pode ter prejuízo cognitivo ou risco para demência, mesmo sem sintomas psiquiátricos óbvios. Porém, situações misturadas ocorrem: depressão pode acelerar declínio cognitivo; envelhecimento cerebral pode aumentar risco de ansiedades ou sintomas emocionais.

O exemplo do autismo

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é definido como uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por um conjunto de manifestações que variam em intensidade e forma (daí o termo espectro).

  • Bases neurobiológicas: alterações no desenvolvimento cerebral, conectividade funcional e estrutural, processamento sensorial, plasticidade sináptica.

  • Aspectos genéticos e epigenéticos: grande peso hereditário, interações gene-ambiente.

  • Heterogeneidade neural: diferentes trajetórias de desenvolvimento cerebral explicam a diversidade de perfis no espectro.

Ou seja, o autismo envolve diferenças na saúde cerebral, mesmo em pessoas sem comorbidades psiquiátricas. Por outro lado, sabemos que pessoas autistas têm risco elevado para transtornos mentais associados, como ansiedade, depressão, TDAH, burnout autista.

Alterações cerebrais (ex.: na conectividade de redes sociais ou emocionais) podem contribuir para dificuldades de interação, mas o sofrimento psíquico vem muitas vezes de fatores sociais (exclusão, bullying).

A saúde mental pode ser afetada por fatores externos: barreiras sociais, discriminação, sobrecarga sensorial, falta de suporte adequado. Quando as coisas vão melhor (há apoio, ambiente inclusivo, aprendizado de estratégias de autorregulação, boa nutrição, sono adequado, estimulação cognitiva), o cérebro atípico é acompanhado de boa saúde mental.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/