Causas das alterações do ciclo hormonal feminino

As alterações do ciclo hormonal feminino ocorrem quando há desequilíbrios nos hormônios que regulam o ciclo menstrual, principalmente FSH, LH, estrogênio e progesterona. Esses desequilíbrios podem afetar a ovulação, a espessura do endométrio e a regularidade da menstruação. As causas podem ser divididas em fisiológicas, patológicas e externas:

1. Fatores fisiológicos

  • Puberdade: O eixo hipotálamo-hipófise-ovário ainda está se estabelecendo, causando ciclos irregulares.

  • Perimenopausa e menopausa: Diminuição gradual da função ovariana e dos níveis de estrogênio e progesterona.

  • Gravidez e lactação: Alterações hormonais inibem a ovulação temporariamente.

2. Distúrbios hormonais e patológicos

  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP): Excesso de andrógenos prejudica a ovulação e causa ciclos irregulares.

  • Disfunção da tireoide: Hipotireoidismo ou hipertireoidismo alteram os níveis de FSH/LH, afetando o ciclo menstrual.

  • Hiperprolactinemia: Excesso de prolactina inibe a ovulação.

  • Insuficiência ovariana prematura: Perda precoce da função ovariana leva a irregularidades menstruais.

  • Endometriose ou outras doenças inflamatórias: Podem interferir na receptividade endometrial e no ciclo hormonal.

3. Fatores externos e estilo de vida

  • Estresse físico ou emocional ou depressão: Aumenta cortisol, que pode suprimir GnRH, FSH e LH, causando atraso ou ausência da menstruação.

  • Dieta inadequada e deficiências nutricionais: Falta de minerais essenciais como vitamina D, cálcio, zinco, magnésio, ferro ou selênio prejudica a síntese hormonal.

  • Exercício físico excessivo: Pode reduzir níveis de estrogênio e inibir a ovulação, causando amenorreia.

  • Uso de medicamentos ou contraceptivos hormonais: Interfere diretamente nos níveis de estrogênio e progesterona.

  • Alterações de peso significativas: Obesidade ou baixo peso corporal afetam a produção de hormônios sexuais.

  • Contato excessivo com toxinas: muitas delas são disruptores endócrinos.

  • Disbiose intestinal: A microbiota intestinal participa da reciclagem de estrogênios por meio do chamado estroboloma. Em disbiose, há menor atividade de enzimas como β-glucuronidase, levando a níveis alterados de estrogênio circulante.

4. Fatores genéticos e hereditários

  • Mutação em genes envolvidos na função ovariana: Podem levar a disfunções hormonais ou ovulatórias.

  • Histórico familiar de menopausa precoce ou SOP: Aumenta risco de alterações no ciclo.

Alterações no ciclo hormonal feminino surgem quando há desequilíbrios nos hormônios reguladores da menstruação, seja por fatores fisiológicos naturais, doenças ou condições externas como estresse, dieta ou hábitos de vida.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Estresse oxidativo e dificuldade para engravidar

O estresse oxidativo resulta de um desequilíbrio entre radicais livres e sistemas antioxidantes, podendo afetar negativamente a função ovariana, a qualidade dos oócitos e a receptividade endometrial. Níveis elevados de radicais livres podem prejudicar a função endometrial, interferindo na implantação embrionária e na manutenção da gravidez.

As principais causas do estresse oxidativo incluem:

1. Fatores internos (endógenos)

  • Metabolismo celular: Produção natural de radicais livres durante a respiração celular e processos metabólicos.

  • Inflamação crônica: Resposta imunológica ativa gera ROS como subproduto, prejudicando células saudáveis. Pode ocorrer por infecção bacteriana, fúngica, disbiose intestinal, obesidade…

  • Desequilíbrios hormonais: Alterações nos hormônios sexuais podem aumentar a produção de radicais livres no sistema reprodutivo.

  • Idade: Com o envelhecimento, a eficiência dos sistemas antioxidantes diminui, favorecendo o estresse oxidativo.

2. Fatores externos (exógenos)

  • Exposição a poluentes: Fumaça, metais pesados e produtos químicos geram radicais livres.

  • Radiação: Raios UV e radiações ionizantes aumentam a formação de ROS.

  • Dieta inadequada: Baixa ingestão de antioxidantes (vitaminas C, E, selênio, zinco) e excesso de alimentos ultraprocessados ou gorduras saturadas.

  • Álcool e tabagismo: Aumentam a produção de radicais livres e diminuem a capacidade antioxidante.

  • Estresse físico ou emocional intenso: Pode alterar metabolismo celular e favorecer ROS.

  • Exercício físico extremo: Embora moderado seja benéfico, exercícios muito intensos aumentam a produção de radicais livres temporariamente.

3. Condições médicas associadas

  • Diabetes e obesidade: Alteram o metabolismo e geram excesso de radicais livres.

  • Infecções crônicas: Inflamação constante gera ROS.

  • Distúrbios reprodutivos: Condições como endometriose ou síndrome dos ovários policísticos estão associadas a aumento do estresse oxidativo endometrial e ovariano.

Minerais com Propriedades Antioxidantes

Diversos minerais desempenham papéis cruciais na defesa contra o estresse oxidativo:

  • Magnésio: Atua como cofator em mais de 600 reações enzimáticas, incluindo a função antioxidante. O magnésio apoia a ovulação saudável e a função endometrial ao longo do ciclo menstrual, mitigando o estresse oxidativo.

  • Selênio: Protege os tecidos reprodutivos contra danos oxidativos, promovendo ovulação estável e preservando a função ovariana. Níveis ideais de selênio estão associados a melhores resultados de fertilidade.

  • Cobre: Fundamental na defesa contra o estresse oxidativo, atuando como cofator da enzima superóxido dismutase. Na reprodução feminina, suas propriedades antioxidantes protegem os oócitos e garantem a integridade celular.

  • Manganês: Atua como um antioxidante eliminador de radicais livres para proteger as estruturas celulares do estresse oxidativo e potencialmente melhorar o bem-estar reprodutivo feminino.

A manutenção de um adequado status nutricional é fundamental para a saúde reprodutiva e o bem-estar da mulher. Está com dificuldades menstruais ou para engravidar? Marque aqui sua consulta de nutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Minerais importantes para a saúde menstrual

O artigo "Minerals and the Menstrual Cycle: Impacts on Ovulation and Endometrial Health", publicado na revista Nutrients em março de 2024, oferece uma análise abrangente sobre o papel dos minerais essenciais na saúde reprodutiva feminina, com foco na regulação hormonal, função ovariana, ovulação, saúde endometrial e estresse oxidativo ao longo do ciclo menstrual.

Visão Geral do Ciclo Menstrual e Função Reprodutiva

O ciclo menstrual é regulado por hormônios que guiam processos desde o início da menstruação até a ovulação e gestação. Durante a fase folicular, o hormônio folículo-estimulante (FSH) promove o crescimento dos folículos ovarianos, levando ao aumento dos níveis de estrogênio, que por sua vez suprimem a produção de FSH. Na fase luteínica, a progesterona prepara o endométrio para uma possível gravidez. Distúrbios nesses processos podem resultar em irregularidades menstruais, anovulação e dificuldades na concepção.

Minerais Essenciais e Seus Efeitos no Ciclo Menstrual

1. Zinco (Zn)

  • Função: Essencial para a síntese de hormônios esteroides, desenvolvimento folicular e ovulação.

  • Efeito: Níveis baixos de zinco podem alterar a produção de FSH e LH, levando a irregularidades menstruais.

2. Magnésio (Mg)

  • Função: Atua como cofator em mais de 600 reações enzimáticas, incluindo a função antioxidante.

  • Efeito: Níveis insuficientes podem aumentar o estresse oxidativo e prejudicar a função reprodutiva.

3. Cálcio (Ca)

  • Função: Contribui para a secreção do GnRH, desenvolvimento folicular e liberação do oócito durante a ovulação.

  • Efeito: Desequilíbrios nos níveis de cálcio podem comprometer a fertilidade e o sucesso da gravidez.

4. Iodo (I)

  • Função: Essencial para a função tireoidiana e equilíbrio hormonal.

  • Efeito: A deficiência pode levar a hipotiroidismo, afetando a ovulação e a fertilidade feminina.

5. Selênio (Se)

  • Função: Protege os tecidos reprodutivos contra danos oxidativos, promovendo ovulação estável e preservando a função ovariana.

  • Efeito: Níveis ideais de selênio estão associados a melhores resultados de fertilidade.

6. Ferro (Fe)

  • Função: Importante para a saúde endometrial e implantação embrionária.

  • Efeito: Desequilíbrios nos níveis de ferro podem afetar a fertilidade e o sucesso da gravidez.

7. Cobre (Cu)

  • Função: Cofator para a enzima superóxido dismutase (Cu,Zn-SOD), ajudando a proteger os oócitos contra o estresse oxidativo.

  • Efeito: Excessos de cobre podem induzir estresse oxidativo; portanto, o equilíbrio é crucial.

8. Manganês (Mn)

  • Função: Atua como cofator para a enzima manganês superóxido dismutase (Mn-SOD), protegendo as células contra o estresse oxidativo.

  • Efeito: Deficiências podem comprometer a qualidade dos oócitos e o equilíbrio hormonal.

Considerações Importantes

Embora a suplementação de minerais seja benéfica em casos de deficiência diagnosticada, o uso indiscriminado pode ser prejudicial. É fundamental que a suplementação seja orientada com base em sua individualidade. Quer se cuidar melhor para engravidar? Marque sua consulta de nutrição aqui.

Uma dieta equilibrada é fundamental para a manutenção da saúde reprodutiva feminina. A orientação profissional é crucial para garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas adequadamente, promovendo a fertilidade e o bem-estar geral.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/