7 erros que atrapalham seu processo de emagrecimento

Práticas equivocadas podem estar atrapalhando seu emagrecimento. Confira:

1) Foco na contagem de calorias

O primeiro erro é focar apenas na contagem de calorias. O corpo humano não é um "calorímetro", mas sim um sistema bioquímico complexo. O que realmente importa é o impacto metabólico dos alimentos em seu corpo, não apenas seu valor calórico.

Por exemplo, um donut pequeno e meio abacate podem ter o mesmo número de calorias (190 kcal), mas o donut pode bloquear as vias de utilização de gordura do seu corpo, causar inflamação e criar mais dependência devido a açúcares e ingredientes refinados. Em contraste, o abacate proporciona saciedade, regula os hormônios, reduz a inflamação e nutre o intestino. Enfatize qualidade, o momento e a frequência dos alimentos.

2) Alto consumo de alimentos ultraprocessados e dietéticos

O segundo erro é consumir produtos comercializados como "alimentos" ou "dietéticos", mas que são substâncias industriais altamente processadas. Muitas vezes, estes não têm valor nutricional e podem até mesmo esgotar sua energia. Adoçantes artificiais, mesmo sem calorias, estimulam a liberação de insulina, o que promove o armazenamento de energia. Além disso, a maioria dos adoçantes artificiais é altamente prejudicial à microbiota intestinal, que desempenha um papel crucial na perda de peso saudável. Esses produtos também perpetuam o vício em açúcar, estimulando constantemente os receptores do sabor doce, dificultando a apreciação de alimentos naturais e menos doces.

3) Beliscar, mesmo que alimentos saudáveis

A crença de que se deve comer a cada três horas é um mito difundido, frequentemente propagado pela indústria alimentícia. Mas, quando feito corretamente, o jejum intermitente pode ser "transformador", levando ao aumento dos níveis de energia, pois o corpo aprende a funcionar de forma eficiente sem a ingestão constante de alimentos, usando corpos cetônicos. Evite as máquinas de salgadinhos, as padarias no meio do expediente, alimentos industrializados em casa.

4) Comer tarde

O período noturno é o momento de reparo de nosso organismo. Comer tarde da noite é prejudicial à saúde, atrapalha o sono e cria um ciclo vicioso de padrões alimentares pouco saudáveis. Isso leva a desequilíbrios hormonais, fadiga matinal e aumento da vontade de comer alimentos não saudáveis ao longo do dia.

5) Sobrecarregar o corpo com farináceos

Salgados, massas, pães, tortas são ricas em glúten, proteína de difícil digestão, associada ao aumento da permeabilidade intestinal e inflamação.

6) Atividade física intensa com corpo inflamado

Muitas pessoas acreditam que basta "comer menos e treinar mais" para perder peso. No entanto, para indivíduos com excesso de peso que normalmente apresentam inflamação isso é um merro. A atividade física intensa em um corpo inflamado e metabolicamente desequilibrado pode levar a mais lesões e prejudicar o progresso. Se estiver destreinado, inicie com atividades leves, como caminhadas, natação, pilates, musculação leve. Foque na desinflamação.

7) Jejum em um corpo carente de nutrientes

Embora o jejum intermitente seja uma técnica ancestral e transformadora, deve ser feito corretamente. O jejum ajuda na renovação e reciclagem interna (autofagia), que envolve a limpeza de células e proteínas disfuncionais pelo corpo. Esse processo foi reconhecido com o Prêmio Nobel em 2016 por Yoshinori Ohsumi. No entanto, se o corpo não estiver equilibrado e carecer de nutrientes adequados, forçar jejuns longos pode ser prejudicial, semelhante a colocar um "carro com areia no motor" na estrada.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplementação de NMN ajuda a resgatar níveis energéticos

Conforme vamos envelhecendo nossas células vão acumulando danos. Enzimas PARPs estão envolvidas na detecção e reparo destes danos. O problema é que usam NAD+ como substrato.

NAD⁺ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) é uma coenzima essencial para a produção de energia celular. Ele atua como transportador de elétrons em reações metabólicas que transformam nutrientes (glicose, ácidos graxos, aminoácidos) em ATP — a principal “moeda energética” das células.

NMN (nicotinamida mononucleotide) é um intermediário chave que restaura os níveis de NAD⁺ quando administrado externamente, resgatando, assim, os níveis de energia.

O artigo “Nicotinamide Mononucleotide: A Promising Molecule for Therapy of Diverse Diseases by Targeting NAD⁺ Metabolism”, publicado na Frontiers in Cell and Developmental Biology mostra que a via de salvamento, onde a enzima NAMPT converte nicotinamida em NMN, constitui a principal rota de reposição do NAD⁺ em mamíferos.

A biodisponibilidade oral de NMN pode ser limitada pela degradação no trato GI e ação microbiota intestinal; parte do NMN pode ser convertida em nicotinamida ribosídeo (NR) ou nicotinamida (NAM), forma não ácida da vitamina B3, antes de entrar nas células.

NR é um precursor de NAD+ pertencente à família da vitamina B3. É encontrado naturalmente em pequenas quantidades no leite, levedura e outros alimentos. Quando ingerido, é convertido em NAD+ de forma eficiente e rápida, especialmente no fígado, cérebro e músculo. Também tem ação antioxidante, antiinflamatória e neuroprotetora

Existem mais estudos clínicos em humanos com a suplementação de NR do que NMN, mas NMN parece ter potencial superior no combate ao envelhecimento acelerado e dano mitocôndrial. Há preocupações potenciais, como efeitos ao longo de longo prazo de NMN, acúmulo de metabólitos tóxicos, risco de tumorigenicidade, senescência celular ou metabolismo alterado. Por isso, antes de usar qualquer suplemento avalie sua genética com seu nutricionista.

Tanto NR quanto NMN ativam sirtuínas indiretamente, pelo aumento dos níveis de NAD+. Sirtuínas são desacetilases dependente de NAD+. Removem grupos acetil de histonas e outras proteínas. Isso muda a estrutura e altera a expressão gênica, silenciando genes inflamatórios, regulando o ritmo circadiano, reparando o DNA.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Obesidade e dor nas costas: um ciclo vicioso

A revisão The Vicious Cycle of Obesity and Low Back Pain: A Comprehensive Review explorou a relação bidirecional entre obesidade e lombalgia (LBP), com foco em como cada condição pode agravar a outra. A obesidade aumenta o risco de degeneração dos discos intervertebrais (IDD) e dor lombar — enquanto a dor leva ao sedentarismo, agravando o ganho de peso e aprofundando o ciclo de desconforto e deterioração física.

A obesidade está associada a um risco 1,4 a 1,7 vezes maior de dor lombar crónica. Em indivíduos com IMC acima de 30, o risco pode chegar a 2,5 vezes maior.

Em pessoas acima de 50 anos, o ganho de ≥6 kg no último ano aumenta o risco de lombalgia em até 42 % (OR ~1,42), comparado com estáveis de peso. Se você está ganhando peso marque uma consulta.

Causas das dores nas costas em indivíduos obesos

A primeira causa é a sobrecarga mecânica. O excesso de peso aumenta a compressão nos discos, nas facetas articulares e nos músculos paravertebrais, alterando padrões posturais e acelerando o desgaste espinhal. Essa sobrecarga também pode causar lipomatose epidural, agravando dores e limitações

Também são comuns as alterações na musculatura. A obesidade está associada a diminuição da qualidade dos músculos paravertebrais, reduzindo a estabilidade vertebral e contribuindo para dor e incapacitação.

Existem também mecanismos biológicos e sistêmicos, como a inflamação crônica de baixo grau. Pessoas obesas apresentam níveis elevados de citocinas (como TNF‑α e IL‑6) e proteína C‑reativa — mediadores inflamatórios que sensibilizam nociceptores e contribuem para a dor crônica.

Adipocinas, como leptina, adiponectina e outras substâncias liberadas pelo tecido gorduroso interferem na matriz extracelular do disco, estimulando estresse oxidativo e processos degenerativos. A inflamação sistêmica e local potencializa a sensibilização das vias nervosas periféricas e centrais, perpetuando a dor lombar.

Intervenções terapêuticas

O emagrecimento é a estratégia central, pois alivia a sobrecarga mecânica e reduz marcadores inflamatórios associados à dor lombar. Combinando nutrição, fisioterapia, psicologia e educação postural quebra-se o ciclo, tratamento da dor e criação de hábitos saudáveis sustentáveis.

Exercícios moderados a intensos demonstram melhorar padrões inflamatórios e prevenir lombalgia, embora a adesão possa ser limitada pela dor preexistente.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/