EGCG melhora a qualidade da microbiota no autismo

Sabia que a epigalocatequina-3-galato (EGCG), um polifenol presente no chá verde, é muito interessante no tratamento da disbiose intestinal em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Crianças com TEA frequentemente apresentam alterações na microbiota intestinal, caracterizadas por um aumento de bactérias patogênicas como Clostridium perfringens e Clostridium difficile, e uma redução de bactérias benéficas como Bifidobacterium spp. e Akkermansia muciniphila. Essas alterações estão associadas a sintomas gastrointestinais e podem influenciar o funcionamento do sistema nervoso.

A EGCG demonstrou capacidade de inibir o crescimento de bactérias patogênicas e promover o aumento de bactérias benéficas. Além disso, ela influencia positivamente a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que são essenciais para a integridade da mucosa intestinal e têm efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. ​

Devido à baixa biodisponibilidade oral da EGCG, a formulação lipossomal é proposta como uma estratégia para melhorar sua absorção e eficácia terapêutica. Essa abordagem visa proteger a EGCG da degradação no trato gastrointestinal e facilitar sua passagem pelas membranas intestinais (de la Rubia et al. 2023). ​

A modulação da microbiota intestinal pela EGCG pode contribuir para a redução da inflamação e do estresse oxidativo, fatores associados à fisiopatologia do TEA. Assim, a EGCG, especialmente em sua forma lipossomal, é considerada uma terapia complementar promissora para melhorar a qualidade de vida de crianças com TEA. ​

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Via paracelular e via leaky gut

As expressões "via do poro" e "via do leak intestinal" são geralmente usadas em contextos relacionados à barreira intestinal e à permeabilidade intestinal, especialmente na área de saúde intestinal, imunologia e doenças inflamatórias. Vamos explorar as duas:

🔹 Via do Poro (Paracelular)

Refere-se à via paracelular, ou seja, o transporte de substâncias entre as células epiteliais do intestino, através de "poros" formados pelas junções de oclusão (tight junctions).

  • Normalmente regulada para permitir passagem de íons, água e pequenas moléculas.

  • Disfunção dessa via pode levar à entrada de substâncias não desejadas, como antígenos e toxinas.

  • Essa alteração está relacionada a condições como:

    • Síndrome do intestino irritável (SII)

    • Doença celíaca

    • Doença inflamatória intestinal (DII)

🔹 Via do Leak (Vazamento)

Essa via refere-se a um aumento anormal da permeabilidade intestinal, permitindo que moléculas maiores (ex: proteínas, lipopolissacarídeos) passem pela mucosa intestinal.

  • Está associada a um "leaky gut" (intestino permeável).

  • Pode ocorrer por:

    • Inflamação crônica

    • Disbiose intestinal

    • Estresse, má alimentação

    • Uso prolongado de AINEs ou antibióticos

  • Contribui para:

    • Ativação imune sistêmica

    • Reações alérgicas e autoimunes

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Vacinas e autismo

A crença de que vacinas causam autismo vem principalmente de um estudo falso e desmentido que ganhou muita atenção na década de 1990.

Em 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou um artigo na revista médica The Lancet, sugerindo uma ligação entre a vacina tríplice viral (MMR: sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo. O estudo era baseado em apenas 12 crianças e usava métodos científicos muito falhos. Depois, descobriu-se que Wakefield tinha conflitos de interesse financeiros e havia manipulado dados. O artigo foi desmentido oficialmente pela revista em 2010, e Wakefield teve sua licença médica cassada.

Mas, como o autismo geralmente é diagnosticado na mesma idade em que as crianças recebem vacinas, muitas pessoas ainda associam uma coisa à outra. Seria ótimo se a tese estivesse certa e esta fosse a causa. O problema teria sido resolvido. Contudo, Mais de 20 estudos grandes e confiáveis com centenas de milhares de crianças não encontraram nenhuma ligação entre vacinas e autismo.

Na verdade, muitos argumentam que na verdade as vacinas seriam protetoras. Que ao prevenirem doenças infecciosas, as vacinas infantis poderiam atuar como fatores protetores indiretos contra problemas de saúde mental no futuro.

Essa proteção ocorre por meio da redução de inflamações crônicas, prevenção de internações traumáticas e melhoria no funcionamento imunológico, fatores que, segundo evidências, estão ligados ao risco de desenvolvimento de condições como ansiedade, depressão e TDAH.

Estudos longitudinais revisados sugerem que crianças com esquemas vacinais completos tendem a apresentar menores taxas de transtornos comportamentais e emocionais. O trabalho de Kim e colaboradores (2020) também destaca que campanhas antivacina podem ter implicações não apenas físicas, mas também psicológicas no desenvolvimento infantil.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/