A crença de que vacinas causam autismo vem principalmente de um estudo falso e desmentido que ganhou muita atenção na década de 1990.
Em 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou um artigo na revista médica The Lancet, sugerindo uma ligação entre a vacina tríplice viral (MMR: sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo. O estudo era baseado em apenas 12 crianças e usava métodos científicos muito falhos. Depois, descobriu-se que Wakefield tinha conflitos de interesse financeiros e havia manipulado dados. O artigo foi desmentido oficialmente pela revista em 2010, e Wakefield teve sua licença médica cassada.
Mas, como o autismo geralmente é diagnosticado na mesma idade em que as crianças recebem vacinas, muitas pessoas ainda associam uma coisa à outra. Seria ótimo se a tese estivesse certa e esta fosse a causa. O problema teria sido resolvido. Contudo, Mais de 20 estudos grandes e confiáveis com centenas de milhares de crianças não encontraram nenhuma ligação entre vacinas e autismo.
Na verdade, muitos argumentam que na verdade as vacinas seriam protetoras. Que ao prevenirem doenças infecciosas, as vacinas infantis poderiam atuar como fatores protetores indiretos contra problemas de saúde mental no futuro.
Essa proteção ocorre por meio da redução de inflamações crônicas, prevenção de internações traumáticas e melhoria no funcionamento imunológico, fatores que, segundo evidências, estão ligados ao risco de desenvolvimento de condições como ansiedade, depressão e TDAH.
Estudos longitudinais revisados sugerem que crianças com esquemas vacinais completos tendem a apresentar menores taxas de transtornos comportamentais e emocionais. O trabalho de Kim e colaboradores (2020) também destaca que campanhas antivacina podem ter implicações não apenas físicas, mas também psicológicas no desenvolvimento infantil.