Disruptores endócrinos e SIBO

Os disruptores endócrinos (DEs) são substâncias químicas que interferem no funcionamento do sistema hormonal. Eles podem mimetizar, bloquear ou alterar a produção, transporte e eliminação de hormônios, causando efeitos adversos na saúde, especialmente no desenvolvimento fetal, crescimento, metabolismo e reprodução.

Esses compostos estão presentes em plásticos, pesticidas, cosméticos, alimentos e até na água que bebemos. A persistência dos disruptores endócrinos no organismo depende da estrutura química da substância e da capacidade do corpo de metabolizá-la e eliminá-la. Estudos mostravam que substâncias dos plásticos eram eliminadas em dias, mas estudos recentes mostram acúmulo no intestino e até no cérebro.

Disruptores endócrinos e SIBO

Toxinas ambientais com efeitos estrogênicos (xenoestrógenos) podem influenciar o crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado (SIBO) e a proliferação de microfilárias por meio de vários mecanismos:

  1. Desregulação da Microbiota Intestinal:

    • Toxinas estrogênicas, como bisfenol A (BPA), ftalatos e pesticidas, podem alterar a composição da microbiota intestinal, levando à disbiose.

    • Mudanças na flora intestinal podem favorecer o crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado, contribuindo para o SIBO.

  2. Redução da Motilidade Intestinal:

    • Os estrogênios influenciam a motilidade gastrointestinal, afetando vias de serotonina e o sistema nervoso entérico.

    • Xenoestrógenos podem reduzir o trânsito intestinal, criando um ambiente propício para o crescimento excessivo de bactérias.

  3. Modulação do Sistema Imunológico:

    • Toxinas estrogênicas podem alterar as respostas imunológicas, enfraquecendo as defesas contra patógenos, incluindo bactérias e infecções parasitárias, como microfilárias.

    • Elas podem suprimir a função imunológica, permitindo a proliferação de infecções oportunistas e vermes parasitas.

  4. Aumento da Permeabilidade Intestinal ("Leaky Gut"):

    • Alguns disruptores endócrinos (EDCs) comprometem a integridade da barreira intestinal, aumentando sua permeabilidade.

    • Isso pode facilitar a translocação de bactérias e agravar os sintomas do SIBO.

  5. Influência Hormonal nas Infecções Parasitárias:

    • As microfilárias (fase larval dos vermes filariais) podem prosperar em condições onde a sinalização estrogênica afeta a regulação imunológica.

    • Alguns parasitas filariais demonstram respostas específicas aos hormônios do hospedeiro, potencialmente impactando sua sobrevivência e reprodução.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta para reduzir os gases

Gases? Tente reduzir os alimentos fermentáveis. Exemplo de cardápio de 1 dia:

Café da manhã: Crepioca (1 ovo+ 2 colheres de sopa de tapioca) + 100g mamão papaia ou 2 kiwis médios ou 5 morangos

Lanche: 30g de nozes + 60g mirtilos

Almoço: Espinafres salteados + Bife de frango grelhado + Arroz de cenoura + 130g laranja

Nota: para saltear os espinafres cozinhe-os em água e depois passe-os na frigideira. Deixar o bife com sumo de limão pelo menos 30 min antes de grelhar.

Lanche da tarde: Panqueca de aveia (1 ovo + 3 colheres de sopa de flocos de aveia + 90g banana não muito madura + canela)

Jantar: Vegetais no forno (65g chuchu + 65g abobrinha + 1 cenoura + 65g beringela) + Peixe assado com batatas +

Este dia é apenas um exemplo e contém alimentos que mesmo sendo baixos em FODMAP podem não ser adequados para todas as pessoas com SIBO ou intestino irritável. Se você tem outras questões como gastrite pode precisar de adaptação, assim como se estiver sofrendo muito com gases ou diarreia. Marque uma consulta se precisar de ajuda - www.andreiatorres.com/consultoria

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bacteriófagos e SIBO: Uma Nova Abordagem Terapêutica?

O Supercrescimento Bacteriano do Intestino Delgado (SIBO) é uma condição caracterizada pelo excesso de bactérias no intestino delgado, resultando em sintomas como inchaço, dor abdominal, diarreia e má absorção de nutrientes. O tratamento convencional inclui antibióticos como a rifaximina, mas alternativas naturais e seletivas estão sendo exploradas. Entre elas, os bacteriófagos surgem como uma opção promissora.

O Que São Bacteriófagos?

Os bacteriófagos (ou fágos) são vírus que infectam e destroem bactérias específicas. Ao contrário dos antibióticos, que podem eliminar tanto bactérias benéficas quanto patogênicas, os fágos têm a capacidade de atacar apenas determinadas espécies bacterianas, preservando a microbiota intestinal saudável.

Microorganisms 2023, 11(5), 1181; https://doi.org/10.3390/microorganisms11051181

Como os Bacteriófagos Podem Ajudar no SIBO?

  1. Seletividade Bacteriana: Estudos indicam que os bacteriófagos podem ser utilizados para reduzir seletivamente o crescimento excessivo de certas bactérias associadas ao SIBO, como Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae, sem afetar a diversidade microbiana intestinal ("The impact of bacteriophages on probiotic bacteria and gut microbiota diversity").

  2. Menos Efeitos Colaterais: Enquanto antibióticos como a rifaximina podem causar disbiose e efeitos adversos gastrointestinais, os fágos minimizam esses impactos ao focar apenas nas bactérias problemáticas.

  3. Modulação da Microbiota: Fágos podem ajudar a restaurar o equilíbrio microbiano ao reduzir populações de bactérias nocivas e permitir que os microrganismos benéficos prosperem, melhorando a saúde intestinal a longo prazo.

  4. Uso em Suplementos Alimentares: Segundo o estudo "Bacteriophages in food supplements obtained from natural sources", fágos estão sendo incorporados a suplementos para melhorar a saúde intestinal, sugerindo seu potencial como parte do tratamento de condições como o SIBO.

Desafios e Perspectivas Futuras

Apesar dos benefícios potenciais, alguns desafios ainda precisam ser superados para o uso amplo dos fágos no tratamento do SIBO:

  • Identificação precisa das bactérias-alvo para que o tratamento seja eficaz.

  • Regulação e segurança no uso de fágos em seres humanos.

  • Estudos clínicos em larga escala para validar a eficácia terapêutica.

Com os avanços na ciência dos fágos, é possível que, no futuro, esses vírus sejam parte integrante de estratégias terapêuticas personalizadas para tratar distúrbios intestinais como o SIBO, oferecendo uma alternativa segura e eficaz aos antibióticos tradicionais.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/