Índice de adiposidade visceral

O Índice de Adiposidade Visceral (IAV) é um indicador matemático que estima a quantidade de gordura visceral (aquela que envolve órgãos internos, como fígado e pâncreas) e o risco metabólico associado a doenças como diabetes tipo 2, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.

O IAV é diferente para homens e mulheres e usa as seguintes variáveis:

Classificação visual da gordura corporal de acordo com sua distribuição (Marcadenti, Abreu-Silva, 2015).

📌 Circunferência da cintura (cm)
📌 Índice de Massa Corporal (IMC)
📌 Triglicerídeos (mg/dL ou mmol/L)
📌 Colesterol HDL (mg/dL ou mmol/L)

Fórmulas do IAV

Pontos de Corte do IAV

Os valores considerados de risco elevado para síndrome metabólica e doenças cardiovasculares variam de acordo com a população avaliada, mas em geral podemos dizer que são:

Homens: VAI ≥ 2.0
Mulheres: VAI ≥ 1.8

📌 Valores mais baixos indicam menor risco metabólico e melhor saúde metabólica.

Em crianças e adolescentes os pontos de corte mudam (Oliveira et al., 2017). Um estudo italiano sugere pontos de corte mais baixos e que variam de acordo com a idade (Amato et al., 2011).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrição no pênfigo vulgar

O pênfigo vulgar é uma doença autoimune que afeta a pele e as mucosas, resultando em bolhas frágeis e erosões dolorosas, especialmente na boca, garganta e outras áreas do corpo (você pode ver imagens aqui).

Por que o pênfigo vulgar dói?

Alguns pacientes chegam à consulta chorando de tanta dor. Não é brincadeira. Esta dor advém de:

  1. Lesões abertas: As bolhas se rompem facilmente, deixando áreas cruas e expostas, o que causa dor intensa, especialmente ao comer, beber ou falar.

  2. Inflamação constante: O ataque autoimune destrói as ligações entre as células da pele, causando inflamação e sensibilidade.

  3. Infecção secundária: As feridas podem ser portas de entrada para infecções, aumentando a dor e o desconforto.

Onde a dor é mais intensa?

  • Mucosa oral: Muitas vezes, a dor começa na boca e impede a alimentação adequada.

  • Couro cabeludo, rosto e tronco: As bolhas nessas áreas também podem ser dolorosas.

  • Região genital: Em alguns casos, lesões podem aparecer e causar desconforto significativo.

Disbiose intestinal no pênfigo vulgar

Pesquisas emergentes indicam uma associação significativa entre a disbiose da microbiota intestinal e o pênfigo vulgar, com redução de bactérias benéficas e um aumento de bactérias potencialmente patogênicas.

Por exemplo, um estudo publicado no Scandinavian Journal of Immunology descobriu que pacientes com PV apresentam uma diminuição de bactérias intestinais benéficas, o que pode contribuir para a desregulação imunológica e o desenvolvimento da doença (Huang et al., 2019).

Outro estudo destacou uma redução de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta, como Faecalibacterium prausnitzii, conhecidas por suas propriedades anti-inflamatórias, em pacientes com PV. Por outro lado, houve um aumento de bactérias pró-inflamatórias, como Escherichia coli e Bacteroides fragilis. Esses desequilíbrios microbianos podem perturbar a homeostase intestinal, levando a distúrbios imunológicos sistêmicos que podem influenciar o início e a progressão do PV (Amaut et al., 2024).

Os mecanismos exatos que ligam a disbiose da microbiota intestinal à patogênese do PV ainda estão sendo investigados. No entanto, esses achados sugerem que a modulação da microbiota intestinal por meio de intervenções dietéticas, probióticos ou outras estratégias terapêuticas pode influenciar as respostas imunológicas e oferecer novas abordagens para o manejo do PV.

Pesquisas adicionais são essenciais para elucidar as interações complexas entre o microbioma intestinal e o sistema imunológico em pacientes com PV, o que pode levar a tratamentos inovadores para essa desafiadora condição autoimune.

Como aliviar a dor?

Corticosteroides sistêmicos (prednisona) para reduzir a inflamação.
Imunossupressores (azatioprina, micofenolato de mofetila) para evitar novas lesões.
Anestésicos tópicos (pomadas) para pele ou específicos para mucosa oral, prescritos por dermatologista.
Higiene rigorosa para prevenir infecções.

Cuidados com a alimentação (evitar alimentos ácidos e picantes), adoção de dieta antiinflamatória com nutrientes que ajudem no reparo e cicatrização tecidual, além de suplementação adequada para modulação do sistema imune e da microbiota intestinal. Probióticos, prebióticos, vitamina D, ômega-3, Vitamina C, colágeno, zinco, curcumina, glutamina, coenzima Q10, magnésio, ashwagandha, rhodiola, aloe vera são alguns dos suplementos que podemos usar para melhorar a qualidade de vida do paciente. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Imitando os efeitos do ozempic de forma natural

O GLP-1 (glucagon-like peptide-1) é um hormônio intestinal que regula a glicose e o apetite. Ele age estimulando a secreção de insulina, retardando o esvaziamento gástrico e reduzindo a fome. Isso faz com que medicamentos que estimulam o GLP-1 sejam eficazes para o emagrecimento e o controle do diabetes tipo 2.

Medicamentos que Estimulam o GLP-1 (Análogos do GLP-1)

Os principais fármacos que imitam a ação do GLP-1 incluem:

  1. Semaglutida (Ozempic, Wegovy, Rybelsus)

    • Usado para diabetes tipo 2 e emagrecimento.

    • Wegovy tem indicação específica para obesidade.

    • Disponível em injeção semanal ou comprimido (Rybelsus).

  2. Liraglutida (Victoza, Saxenda)

    • Victoza para diabetes tipo 2; Saxenda para obesidade.

    • Aplicação diária via injeção subcutânea.

  3. Dulaglutida (Trulicity)

    • Uso semanal, mais comum para diabetes, mas auxilia no emagrecimento.

  4. Tirzepatida (Mounjaro)

    • Atua como agonista de GLP-1 e GIP (peptídeo inibidor gástrico).

    • Potencial maior de perda de peso comparado aos anteriores.

Efeitos Colaterais dos Análogos do GLP-1

Apesar dos benefícios no emagrecimento, esses medicamentos podem causar efeitos adversos, especialmente no início do tratamento. Os mais comuns são:

🔹 Gastrointestinais (mais frequentes):

  • Náuseas

  • Vômitos

  • Diarreia

  • Constipação

  • Refluxo e sensação de plenitude gástrica

🔹 Outros possíveis efeitos:

  • Hipoglicemia (quando usado com insulina ou sulfonilureias)

  • Fadiga e tontura

  • Dor abdominal

  • Perda de massa muscular (se não houver ajuste alimentar adequado)

  • Risco de pancreatite (raro, mas grave)

  • Possível aumento do risco de câncer medular de tireoide (em estudos com animais)

Quem Não Deve Usar?

Os análogos do GLP-1 devem ser evitados por:
❌ Pessoas com histórico de pancreatite grave
❌ Pacientes com histórico pessoal ou familiar de câncer medular de tireoide
❌ Pessoas com doenças gastrointestinais severas (ex.: gastroparesia)

Se você precisa emagrecer mas não quer, não tem indicação ou não pode usar análogos do GLP-1 não se aflija pois existem soluções naturais! Imitar os efeitos dos agonistas do receptor GLP-1, como o Ozempic, por meio de mudanças na dieta e no estilo de vida é uma abordagem promissora para o controle do apetite e da glicemia. A seguir, apresento uma análise das estratégias mencionadas, juntamente com referências científicas que as apoiam:

  • Sacha inchi (Plukenetia volubilis Linneo*): o amendoim dos incas, tem sido estudado por seus potenciais benefícios metabólicos. Alguns estudos sugerem que ele pode aumentar os níveis de GLP-1 e GIP, hormônios que estimulam a liberação de insulina, inibem a secreção de glucagon e retardam o esvaziamento gástrico, melhorando assim os níveis de glicose pós-prandial (Rahman et al., 2023).

🥜 Como usar o sacha inchi para emagrecer?

  • Psyllium e aumento do GLP-1: esta fibra solúvel retarda a digestão, o que pode levar a um aumento na secreção de GLP-1, promovendo a saciedade. No entanto, é importante notar que o consumo de psyllium pode causar desconforto gastrointestinal, como dor abdominal, especialmente se não for acompanhado de ingestão adequada de água.

  • Dieta rica em proteína: estimula a liberação do peptídeo YY, um hormônio que promove a saciedade e pode ser mais eficaz nesse aspecto do que o GLP-1 isoladamente.

    • Proteína em pó com fibras e probióticos: Suplementos de proteína que incluem fibras e probióticos podem aumentar a sensação de saciedade. A combinação de proteínas com fibras retarda o esvaziamento gástrico, enquanto os probióticos podem influenciar positivamente a saúde intestinal, ambos contribuindo para o controle do apetite.

    • Proteínas do soro de leite (whey) e caseína: As proteínas whey e caseína afetam o GLP-1 de maneiras diferentes. A whey é digerida rapidamente, levando a um aumento rápido, mas de curta duração, nos níveis de GLP-1, enquanto a caseína é digerida mais lentamente, resultando em uma liberação mais prolongada. A escolha entre elas pode depender dos objetivos individuais de controle do apetite.

  • Chá verde e café: estas bebidas contêm compostos bioativos que podem aumentar os níveis de GLP-1 e reduzir o apetite. A cafeína e os polifenóis presentes nessas bebidas estão associados a efeitos supressores do apetite.

    • Capsaicina e chá verde: A combinação de capsaicina, o composto ativo das pimentas, e chá verde tem sido associada a uma redução significativa do apetite, especialmente em contextos de déficit calórico.

  • Ômega-3 e supressão do apetite: Os ácidos graxos encontrados em peixes gordurosos, podem influenciar a supressão do apetite e melhorar marcadores metabólicos, como a resistência à leptina, um hormônio envolvido na regulação da saciedade.

  • Óleo de triglicerídeos de cadeia média (TCM): O óleo TCM, derivado do coco, é rapidamente absorvido e pode proporcionar uma supressão temporária do apetite, possivelmente devido à produção de corpos cetônicos que promovem a saciedade.

  • Caminhada após as refeições: Realizar caminhadas leves após as refeições ajuda a reduzir os níveis de glicose no sangue e pode diminuir os desejos por alimentos posteriormente, contribuindo para o controle do apetite.

  • Exposição à luz solar matinal: A exposição à luz natural pela manhã pode ajudar a regular os ritmos circadianos, diminuir o apetite e aumentar os níveis de leptina, especialmente em indivíduos com privação de sono.

  • Consumo de sal e desejos por doces: O consumo de sal pode suprimir os desejos por alimentos doces, possivelmente influenciando os neurônios do núcleo do trato solitário (NST), uma região do cérebro envolvida na regulação do apetite.

  • Probióticos contendo Akkermansia muciniphila: A presença da bactéria Akkermansia muciniphila no intestino tem sido associada a uma melhor resposta ao GLP-1 e à supressão do apetite. Suplementos probióticos que promovem o crescimento dessa bactéria podem ser benéficos.

  • Óleo de sacha inchi

    • Use 1 colher de chá por dia (em saladas, sucos ou pratos frios).

    • Evite fritar, pois altas temperaturas podem degradar os nutrientes.

  • Sementes torradas

    • Consuma 15 a 20g por dia como lanche ou adicionadas a iogurtes e saladas.

  • Cápsulas de óleo de sacha inchi

    • Geralmente, recomenda-se 1 a 2 cápsulas por dia, conforme indicação médica.

    • Allulose e liberação de GLP-1: Este adoçante natural que não impacta significativamente os níveis de glicose no sangue. Estudos indicam que o consumo de allulose pode aumentar os níveis de GLP-1, auxiliando no controle do apetite e na regulação da glicemia. (Cayabyab et al., 2024).

Implementar essas estratégias pode ajudar a emular os efeitos dos agonistas do receptor GLP-1 por meio de abordagens naturais. Precisa de ajuda no seu processo de emagrecimento? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Suas emoções fazem você comer demais? Faça terapia!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/