O pênfigo vulgar é uma doença autoimune que afeta a pele e as mucosas, resultando em bolhas frágeis e erosões dolorosas, especialmente na boca, garganta e outras áreas do corpo (você pode ver imagens aqui).
Por que o pênfigo vulgar dói?
Alguns pacientes chegam à consulta chorando de tanta dor. Não é brincadeira. Esta dor advém de:
Lesões abertas: As bolhas se rompem facilmente, deixando áreas cruas e expostas, o que causa dor intensa, especialmente ao comer, beber ou falar.
Inflamação constante: O ataque autoimune destrói as ligações entre as células da pele, causando inflamação e sensibilidade.
Infecção secundária: As feridas podem ser portas de entrada para infecções, aumentando a dor e o desconforto.
Onde a dor é mais intensa?
Mucosa oral: Muitas vezes, a dor começa na boca e impede a alimentação adequada.
Couro cabeludo, rosto e tronco: As bolhas nessas áreas também podem ser dolorosas.
Região genital: Em alguns casos, lesões podem aparecer e causar desconforto significativo.
Disbiose intestinal no pênfigo vulgar
Pesquisas emergentes indicam uma associação significativa entre a disbiose da microbiota intestinal e o pênfigo vulgar, com redução de bactérias benéficas e um aumento de bactérias potencialmente patogênicas.
Por exemplo, um estudo publicado no Scandinavian Journal of Immunology descobriu que pacientes com PV apresentam uma diminuição de bactérias intestinais benéficas, o que pode contribuir para a desregulação imunológica e o desenvolvimento da doença (Huang et al., 2019).
Outro estudo destacou uma redução de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta, como Faecalibacterium prausnitzii, conhecidas por suas propriedades anti-inflamatórias, em pacientes com PV. Por outro lado, houve um aumento de bactérias pró-inflamatórias, como Escherichia coli e Bacteroides fragilis. Esses desequilíbrios microbianos podem perturbar a homeostase intestinal, levando a distúrbios imunológicos sistêmicos que podem influenciar o início e a progressão do PV (Amaut et al., 2024).
Os mecanismos exatos que ligam a disbiose da microbiota intestinal à patogênese do PV ainda estão sendo investigados. No entanto, esses achados sugerem que a modulação da microbiota intestinal por meio de intervenções dietéticas, probióticos ou outras estratégias terapêuticas pode influenciar as respostas imunológicas e oferecer novas abordagens para o manejo do PV.
Pesquisas adicionais são essenciais para elucidar as interações complexas entre o microbioma intestinal e o sistema imunológico em pacientes com PV, o que pode levar a tratamentos inovadores para essa desafiadora condição autoimune.
Como aliviar a dor?
✅ Corticosteroides sistêmicos (prednisona) para reduzir a inflamação.
✅ Imunossupressores (azatioprina, micofenolato de mofetila) para evitar novas lesões.
✅ Anestésicos tópicos (pomadas) para pele ou específicos para mucosa oral, prescritos por dermatologista.
✅ Higiene rigorosa para prevenir infecções.
✅ Cuidados com a alimentação (evitar alimentos ácidos e picantes), adoção de dieta antiinflamatória com nutrientes que ajudem no reparo e cicatrização tecidual, além de suplementação adequada para modulação do sistema imune e da microbiota intestinal. Probióticos, prebióticos, vitamina D, ômega-3, Vitamina C, colágeno, zinco, curcumina, glutamina, coenzima Q10, magnésio, ashwagandha, rhodiola, aloe vera são alguns dos suplementos que podemos usar para melhorar a qualidade de vida do paciente. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.