Melhores formas de magnésio para quem sofre com enxaqueca

O magnésio é amplamente reconhecido como um mineral que pode ajudar a prevenir e aliviar as enxaquecas. Estudos mostram que certas formas de magnésio são mais eficazes devido à sua capacidade de serem melhor absorvidas pelo corpo e agirem diretamente nos mecanismos relacionados à enxaqueca. Aqui estão as melhores opções:

1. Magnésio Quelado (Bisglicinato de Magnésio)

  • Por que é bom? O bisglicinato de magnésio é uma forma altamente biodisponível e bem tolerada pelo trato gastrointestinal. É menos propenso a causar efeitos colaterais como diarreia, comuns em outras formas.

  • Benefício para enxaqueca: Contribui para o relaxamento muscular, reduzindo a tensão, além de estabilizar os níveis de neurotransmissores associados às dores de cabeça.

2. Magnésio Citrato

  • Por que é bom? O citrato de magnésio é bem absorvido e pode ajudar se você tiver constipação associada à enxaqueca.

  • Benefício para enxaqueca: Ajuda a corrigir a deficiência de magnésio, que é comum em pessoas que sofrem de enxaqueca.

3. Magnésio Treonato

  • Por que é bom? Essa forma de magnésio tem a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, o que significa que age diretamente no cérebro.

  • Benefício para enxaqueca: Auxilia na regulação da atividade cerebral e dos neurotransmissores, potencialmente reduzindo a frequência e a intensidade das crises. A melhor forma (e também para depressão) é o Magtein. Contudo, é bastante caro.

4. Magnésio Malato

  • Por que é bom? É uma forma associada ao ácido málico, que pode ser útil

  • Por que é bom? O magnésio malato é associado ao ácido málico, que ajuda no metabolismo energético e pode ser benéfico para pessoas que sofrem de fadiga crônica ou dores musculares.

  • Benefício para enxaqueca: Contribui para a produção de energia celular, aliviando sintomas relacionados à fadiga e dores, que muitas vezes estão associadas às crises de enxaqueca.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Genética das pessoas mais propensas a usarem canabis

O maior estudo de associação genômica realizado até hoje sobre o uso de cannabis foi conduzido pela equipe de cientistas do International Cannabis Consortium. Com base em mais de 180.000 participantes, a pesquisa revelou dados fascinantes sobre como nossos genes podem influenciar o comportamento relacionado ao uso da planta, e até mesmo como ele se conecta a condições psicológicas e psiquiátricas (Pasman et al., 2018).

Os pesquisadores descobriram que pessoas com maior risco genético para esquizofrenia também são mais propensas a usar cannabis. A análise genômica identificou 35 genes associados ao uso de cannabis, com destaque para o gene CADM2, já relacionado ao comportamento de risco, personalidade e uso de substâncias como álcool.

Jacqueline Vink, da Radboud University e principal autora do estudo, comentou: “O CADM2 já foi associado a comportamento de risco, personalidade e uso de álcool”, destacando a relevância deste gene na pesquisa sobre o uso de cannabis.

Outro achado importante do estudo foi a sobreposição genética entre o uso de cannabis e o risco de esquizofrenia. Os pesquisadores descobriram que pessoas com maior risco genético para esquizofrenia têm maior probabilidade de usar cannabis. Além disso, uma sobreposição também foi observada entre o uso de cannabis e tipos de personalidade propensos a comportamentos mais arriscados ou extrovertidos.

A Relação Genética Entre Cannabis e Esquizofrenia

Um dos principais achados do estudo é a relação causal entre o risco genético para esquizofrenia e o uso de cannabis, estabelecida por meio de uma técnica chamada randomização mendeliana. Esse resultado sugere que indivíduos predispostos a desenvolver esquizofrenia podem recorrer ao uso de cannabis como uma forma de automedicação. No entanto, os pesquisadores também consideram a possibilidade de que uma predisposição genética para o uso de cannabis possa, de alguma forma, contribuir para o aumento do risco de esquizofrenia.

A Metodologia: Uma Grande Amostra de Dados

Para este estudo, os cientistas utilizaram dados do UK Biobank e de clientes da 23andMe que consentiram em participar da pesquisa, além de dados de 16 outras coortes menores. O estudo incluiu uma vasta gama de participantes e teve a contribuição de pesquisadores da Radboud University, QIMR Berghofer Medical Research Institute (Austrália), Virginia Commonwealth University (EUA), e outros 17 grupos de pesquisa da Europa, América do Norte e Austrália.

Próximos Passos: Investigando o Uso e Vício em Cannabis

A pesquisa ainda está em andamento. A equipe já está explorando quais genes específicos influenciam a frequência do uso de cannabis e a quantidade consumida, aprofundando o entendimento sobre os mecanismos genéticos envolvidos no vício e na dependência dessa substância.

O estudo oferece uma nova perspectiva sobre como fatores genéticos podem interagir com comportamentos de risco e condições psiquiátricas, abrindo caminho para tratamentos mais direcionados e informados sobre o uso de cannabis.

Outro estudo, conduzido pela empresa 23andme, sobre o desejo por canábis utilizou dados de 180.000 pessoas para encontrar uma associação entre certas variantes genéticas e o risco de desejo. O estudo descobriu que as pessoas que são mais propensas a serem "utilizadores vitalícios" de canábis também eram mais propensas a desenvolver esquizofrenia e défice de atenção e hiperatividade (TDAH). O estudo afirma, no entanto, que estes fatores genéticos podem contribuir para apenas 11% de diferença no consumo de canábis entre as pessoas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Genes e evolução

O cérebro cresceu e três genes quase idênticos podem ajudar a explicar como 0,5 litro de matéria cinzenta nos primeiros ancestrais humanos se tornou o órgão de 1,4 litro que tornou nossa espécie tão bem-sucedida e distinta. Os genes recém-identificados também podem ajudar a explicar como o desenvolvimento do cérebro às vezes dá errado, levando a distúrbios neurológicos.

A Evolução dos Genes e Sua Relação com a Expansão do Cérebro Humano

A descoberta de novos genes, descendentes de um antigo gene de desenvolvimento, revelou mais sobre a complexa evolução do cérebro humano. Um exemplo disso são os genes NOTCH2NL, que desempenham um papel fundamental no aumento do número de células nervosas no cérebro. Esses genes são um reflexo de duplicações genéticas ocorridas ao longo de milhões de anos, com implicações diretas no desenvolvimento cerebral humano, especialmente durante a expansão do cérebro de nossos ancestrais.

O gene NOTCH2, que controla o desenvolvimento em diversas espécies, sofreu uma duplicação acidental em um ancestral de primatas, dando origem aos NOTCH2NL. Estudos recentes demonstraram que esses genes, presentes em humanos, desempenham um papel crucial na neurogênese (formação de novos neurônios), com a capacidade de gerar mais células-tronco e evitar que elas se especializem muito cedo. Isso resulta em uma maior produção de neurônios e pode explicar, em parte, a complexidade do cérebro humano.

O neurobiologista Pierre Vanderhaeghen e sua equipe, ao estudar a atividade desses genes, observaram um aumento significativo no número de células-tronco e, consequentemente, na formação de neurônios quando ativaram os NOTCH2NL em cultura de tecido cerebral. Essa descoberta complementa outra pesquisa, que mostrou que, ao inserir o gene NOTCH2NL humano em embriões de camundongos, o tecido cerebral produziu mais células-tronco, sugerindo que esse gene humano prolonga a capacidade dessas células se replicarem antes de se especializarem.

Esses achados são fundamentais, pois abrem portas para entender a neurobiologia da inteligência humana. Embora muitos fatores influenciem a inteligência, a genética tem um papel importante na formação das estruturas cerebrais responsáveis pelas capacidades cognitivas. Estudo após estudo tem revelado que a inteligência humana é poligênica, ou seja, controlada por múltiplos genes, sendo os NOTCH2NL um exemplo claro dessa complexidade.

Além disso, os genes NOTCH2NL estão localizados em regiões do DNA associadas a doenças neurológicas, como autismo e esquizofrenia. Isso destaca não apenas sua importância no desenvolvimento normal do cérebro, mas também como a desregulação desses genes pode estar ligada a distúrbios neurológicos.

A crescente compreensão desses genes e sua função celular pode levar a insights sobre a base biológica da inteligência, que está intimamente ligada à estrutura e função do cérebro. Estudos genéticos mais amplos e o mapeamento de regiões não codificantes do genoma humano estão desvendando como essas variações genéticas influenciam o desenvolvimento cerebral e, consequentemente, as capacidades cognitivas.

Essa pesquisa não apenas ajuda a explicar como os humanos se destacam em inteligência, mas também como as variações genéticas podem contribuir para a evolução do nosso cérebro. A partir dessas descobertas, é possível que surjam novas abordagens para tratar distúrbios cerebrais e melhorar a compreensão das capacidades cognitivas humanas.

A Inteligência Humana: Base Biológica e Desafios na Compreensão

A inteligência, uma habilidade fundamental para a adaptação ao ambiente e a tomada de decisões, é um traço amplamente estudado, mas ainda não completamente compreendido. A inteligência humana é influenciada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, sendo um traço poligênico, ou seja, controlado por vários genes com efeitos pequenos, mas cumulativos. O uso de estudos de associação do genoma (GWAS) tem sido uma das ferramentas mais importantes na busca pelos genes responsáveis pela inteligência.

Recentemente, a identificação de 206 loci genômicos relacionados à inteligência destacou como a variabilidade genética desempenha um papel crucial no desenvolvimento cerebral e nas funções cognitivas. Esses estudos demonstram que, embora a inteligência seja altamente herdada, com cerca de 50% a 80% de sua variação explicada geneticamente, ela é influenciada por muitos genes que interagem de maneiras complexas.

A maior parte das variações genéticas associadas à inteligência está em regiões não codificantes do genoma, que controlam a expressão dos genes, em vez de codificar diretamente proteínas. Estudos recentes identificaram que essas regiões regulatórias têm um papel fundamental na neurogênese e na expansão cortical em humanos, o que é crucial para o desenvolvimento das habilidades cognitivas.

Apesar dos avanços, ainda há desafios para entender completamente como a genética se traduz em função cerebral. Isso ocorre porque os efeitos de muitos genes são extremamente pequenos e os mecanismos exatos de como esses genes afetam as células cerebrais ainda estão sendo desvendados. No entanto, essas pesquisas fornecem uma base sólida para explorar os fatores biológicos que contribuem para a inteligência humana, além de apontar para possíveis novas formas de entender e tratar doenças cerebrais.

A busca pela base biológica da inteligência humana continua a evoluir, com descobertas sobre genes como os NOTCH2NL oferecendo pistas valiosas sobre como a expansão do cérebro humano ocorreu.

À medida que novas tecnologias e abordagens permitem uma compreensão mais detalhada dos mecanismos genéticos e moleculares, é provável que surjam novas possibilidades para melhorar nossa compreensão das capacidades cognitivas e o tratamento de distúrbios cerebrais. A jornada para desvendar os segredos da inteligência humana está apenas começando.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/