Eletroforese de proteínas - como interpretar o exame?

A eletroforese de proteínas séricas é um exame laboratorial que separa e quantifica as proteínas presentes no sangue em frações específicas, baseando-se na sua carga elétrica e tamanho. A interpretação do resultado auxilia no diagnóstico e monitoramento de diversas condições, como doenças inflamatórias, hepáticas, renais e imunológicas.

Fases e Frações da Eletroforese:

A eletroforese divide as proteínas séricas em cinco principais frações:

  1. Albumina:

    • A proteína mais abundante no sangue, produzida pelo fígado.

    • Responsável pelo transporte de substâncias e pela manutenção da pressão oncótica.

      • Alta:

        • Desidratação.

      • Baixa:

        • Doenças hepáticas (cirrose, hepatite).

        • Síndrome nefrótica (perda urinária de proteínas).

        • Desnutrição.

  2. Globulinas Alfa-1 (ou Alfa-1 globulinas):

    • Incluem proteínas como a alfa-1-antitripsina.

    • Elevadas em processos inflamatórios agudos.

      • Alta:

        • Inflamação aguda.

        • Doenças pulmonares, como enfisema (deficiência de alfa-1-antitripsina).

      • Baixa:

        • Deficiência congênita de alfa-1-antitripsina.

  3. Globulinas Alfa-2 (ou Alfa-2 globulinas):

    • Incluem haptoglobina, ceruloplasmina e alfa-2-macroglobulina.

    • Aumentam em inflamações e condições como síndrome nefrótica.

      • Alta:

        • Inflamação crônica.

        • Síndrome nefrótica.

        • Trauma ou estresse fisiológico.

      • Baixa:

        • Hemólise (destruição de glóbulos vermelhos).

        • Doenças hepáticas severas.

  4. Globulinas Beta (ou beta globulinas):

    • Incluem transferrina e componentes do complemento.

    • Associadas ao transporte de ferro e imunidade.

      • Alta:

        • Hiperlipidemia.

        • Doenças autoimunes.

        • Mieloma múltiplo (em alguns casos).

      • Baixa:

        • Doenças hepáticas.

        • Síndrome nefrótica.

  5. Globulinas Gama (ou gama globulinas):

    • Constituídas principalmente por imunoglobulinas (anticorpos).

    • Aumentam em doenças imunológicas e infecciosas crônicas.

      • Alta:

        • Infecções crônicas (ex.: tuberculose).

        • Doenças autoimunes (ex.: lúpus, artrite reumatoide).

        • Gamopatias monoclonais (ex.: mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström).

      • Baixa:

        • Imunodeficiências (ex.: AIDS, hipogamaglobulinemia).

        • Tratamento com imunossupressores.

Exemplo de exame de paciente com problema hepático, dificuldades digestivas e redução de imunidade

Padrões da eletroforese para apoio ao diagnóstico de doenças específicas

  1. Hipoalbuminemia com aumento de globulinas:

    • Sinal de doenças hepáticas ou inflamatórias crônicas.

  2. Pico monoclonal em Gama Globulina:

    • Mieloma múltiplo ou gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI).

  3. Policlonal em Gama Globulina:

    • Infecções crônicas, doenças autoimunes.

  4. Diminuição global de proteínas:

    • Desnutrição, insuficiência hepática grave ou síndrome nefrótica.

Interpretação Geral:

A análise dos resultados deve ser feita em conjunto com outros exames laboratoriais, história clínica e sintomas do paciente. Alterações em uma ou mais frações podem sugerir condições específicas e orientar a investigação diagnóstica.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Para que serve o exame de exame de alfa-fetoproteína?

O exame de alfa-fetoproteína (AFP) serve para medir os níveis dessa proteína no sangue. A AFP é produzida principalmente pelo fígado do feto durante a gravidez. A AFP tem diversas utilidades clínicas, dependendo do contexto:

1. Detecção de anomalias fetais: Durante a gravidez, o exame é usado para ajudar a detectar problemas no feto, como:

- Defeitos do tubo neural (como a espinha bífida).

- Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) e outras alterações cromossômicas (quando combinado com outros exames, como o ultrassom e os testes de triagem).

2. Detecção de câncer: Em adultos, níveis elevados de AFP podem indicar a presença de certos tipos de câncer, como:

- Câncer de fígado (carcinoma hepatocelular).

- Câncer de testículo ou ovário (tipos germinativos, como o seminoma).

- Câncer de pâncreas ou pulmão em alguns casos.

3. Monitoramento de doenças hepáticas: O exame também é utilizado no acompanhamento de doenças do fígado, como cirrose hepática ou hepatite, para avaliar a possível evolução de complicações.

É importante lembrar que os níveis de AFP podem ser influenciados por diversos fatores como gravidez múltipla, tabagismo, uso de medicamentos, idade avançada, infecções virais, inflamação aguda ou crônica. Assim, um resultado anormal não necessariamente indica um problema grave. Normalmente, outros exames complementares são realizados para confirmar o diagnóstico.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Melhoria da saúde mental com a dieta cetogênica

Depois de testemunhar uma melhora acentuada nas convulsões e comportamentos de autismo em um membro da família várias semanas após a adoção de uma dieta cetogênica, o Dr. Danan se interessou pelo potencial da dieta para melhorar o estado psiquiátrico e metabólico de seus pacientes mais resistentes ao tratamento convencional, independentemente de diagnóstico.

O psiquiatra da Universidade de Toulouse, Dr. Albert Danan, descobriu que uma dieta cetogênica é segura, viável e associada a melhorias sem precedentes na saúde mental e física em pacientes hospitalizados com transtornos mentais graves.

Os pacientes do Dr. Danan eram principalmente descendentes de franceses e norte-africanos com transtornos mentais graves e persistentes, todos os quais também sofrem de doenças metabólicas como obesidade, hipertensão e diabetes tipo dois.

Ele criou um programa de tratamento psiquiátrico metabólico em seu hospital local, onde pacientes com transtornos mentais crônicas que haviam esgotado as terapias psiquiátricas padrão podiam tentar uma dieta cetogênica em um ambiente de apoio e supervisionado por médicos.

O Dr. Danan admitiu 31 de seus pacientes com depressão maior, transtorno bipolar ou esquizofrenia na Clinique du Castelviel em Toulouse, onde receberam uma dieta cetogênica em vez da tarifa hospitalar padrão. O programa que ele implementou limita a ingestão total de carboidratos a um máximo de 20 gramas por dia e foi baseado no protocolo de dieta cetogênica usado pelo Dr. Eric Westman em sua pesquisa metabólica na Duke University.

Com a dieta, os sintomas de depressão e psicose melhoraram em todos os 28 pacientes que seguiram a dieta por mais de duas semanas, com melhorias visíveis em três semanas ou menos. Quase metade (43%) dos pacientes alcançaram remissão clínica de acordo com a Escala de Impressões Clínicas Globais (CGI-S), que mede a gravidade da doença, e 64% receberam alta do hospital com menos medicação psiquiátrica. O Dr. Danan nunca havia testemunhado esse grau de melhora antes em nenhum desses pacientes - a maioria dos quais ele trabalhou por anos ou mesmo décadas, e todos já haviam sido hospitalizados sob seus cuidados uma ou mais vezes.

Os pacientes também experimentaram melhorias significativas nos marcadores de saúde metabólica, incluindo pressão arterial, glicose no sangue, triglicerídeos e peso:

Todos, exceto um paciente, perderam peso, incluindo 96% daqueles que estavam tomando antipsicóticos, e quase metade alcançou perda de peso clinicamente significativa [definida como redução ≥5% no peso corporal]. Esse resultado bem-vindo por si só é um argumento convincente para a implementação da dieta cetogênica em pessoas que estão tomando medicamentos antipsicóticos, pois neutralizar o ganho de peso induzido por antipsicóticos é extremamente difícil.

A introdução de medidas nutricionais, principalmente a dieta cetogênica, ajudam muito o estado metabólico do paciente, com redução de peso, melhoria da pressão e, claro, melhorias reais em seus sintomas psiquiátricos, como alucinações, delírios e instabilidade de humor. Esta é a direção mais promissora na psiquiatria nutricional.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/