As plantas queridinhas no tratamento do TDAH

TDAH, ou transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, é um transtorno neurodesenvolvimental comum que afeta crianças, adolescentes e adultos. Embora medicamentos convencionais sejam frequentemente prescritos para controlar os sintomas do TDAH, eles podem vir com potenciais efeitos colaterais. Veja post anterior sobre alternativas para a Ritalina.

Como resultado, muitas pessoas estão recorrendo à fitoterapia como uma opção de tratamento alternativa ou complementar. No entanto, é importante observar que mais pesquisas são necessárias para estabelecer sua eficácia e segurança.

Explorando o uso de fitoterápicos no TDAH

A fitoterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza plantas e extratos de plantas para fins medicinais. É uma prática antiga que tem sido usada há séculos em diferentes culturas para tratar várias condições de saúde.

Historicamente, a fitoterapia tem desempenhado um papel significativo em sistemas de cura tradicionais, como a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), Ayurveda e medicina indígena. Esses sistemas reconhecem o potencial de cura das plantas e sua capacidade de restaurar o equilíbrio e a harmonia dentro do corpo. Os remédios fitoterápicos têm sido usados ​​para tratar uma ampla gama de doenças, incluindo distúrbios digestivos, condições respiratórias e até mesmo problemas de saúde mental. Por outro lado, os fitoterápicos costumam ter efeitos colaterais mínimos, tornando-os mais toleráveis ​​e potencialmente mais bem-vindos como um tratamento alternativo ou complementar.

Além disso, a nutrição funcional adota uma abordagem abrangente para a saúde. Ela reconhece que o TDAH não é apenas um distúrbio baseado no cérebro, mas pode ser influenciado por vários fatores, incluindo dieta, estilo de vida e bem-estar geral. Os 4 fitoterápicos, a seguir, visam tratar os desequilíbrios subjacentes no corpo e promover a saúde e o bem-estar geral, em vez de simplesmente mirar nos sintomas.

1) Ginseng (200 a 400mg): especialmente quando combinado ginkgo biloba (120 a 240 mg) melhora os sintomas de TDAH de adultos. Essa combinação demonstrou o potencial de melhorar a função cognitiva e a atenção. No Brasil estas duas plantas podem ser prescritas por médicos..

2) Picnogenol, derivado da casca do pinheiro (Pinus pinaster), também se mostrou promissor no tratamento dos sintomas do TDAH. Estudos sugeriram que a suplementação com picnogenol pode melhorar o comportamento hiperativo, a atenção, a coordenação visual-motora e a concentração em indivíduos com TDAH.

  • Adultos: A dose recomendada de picnogenol varia de 100 a 200 mg por dia.

  • Crianças: Estudos indicam doses em torno de 1 mg por kg de peso corporal por dia. Um estudo específico em crianças com TDAH utilizou 1 mg/kg de picnogenol durante 1 mês, com resultados positivos.

3) Crocus sativus (safrin) é uma alternativa potencial ao metilfenidato, um medicamento comumente prescrito para TDAH. Algumas evidências sugerem que o açafrão pode ter eficácia semelhante no tratamento dos sintomas do TDAH.

  • Adultos: As doses de açafrão para o tratamento do TDAH variam de 20 a 30 mg por dia. Estudos clínicos com açafrão demonstraram efeitos semelhantes ao metilfenidato com essa dosagem.

  • Crianças: Há estudos limitados, mas uma dose segura pode ser ajustada em torno de 20 mg por dia, sempre sob orientação médica.

4) Bacopa monnieri, também conhecido como Brahmi, mostrou resultados promissores na redução dos sintomas de inquietação, falta de autocontrole, sintomas de déficit de atenção, problemas de aprendizagem, impulsividade e problemas psiquiátricos em pessoas com TDAH.

  • Adultos: A dose terapêutica típica de Bacopa monnieri é de 300 a 450 mg por dia de extrato padronizado (geralmente com 50% de bacosídeos, os compostos ativos).

  • Crianças: Doses entre 100 a 200 mg por dia têm sido usadas em estudos, mas sempre com supervisão de um profissional de saúde.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bacopa Monnieri no tratamento do TDAH

A Bacopa monnieri, também conhecida como Brahmi, é uma planta medicinal usada na medicina ayurvédica para melhorar a função cognitiva, memória e concentração. Ela tem ganhado popularidade no tratamento de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) devido a seus potenciais efeitos benéficos no desempenho cognitivo e no comportamento. Estudos sugerem que a Bacopa pode melhorar a atenção, reduzir a impulsividade e ajudar no controle emocional, o que pode ser útil no tratamento do TDAH.

Efeitos da Bacopa monnieri no TDAH

- Memória e atenção: A Bacopa é conhecida por seus efeitos neuroprotetores e por melhorar a retenção de informações.

- Redução da hiperatividade e impulsividade: Estudos sugerem que pode ajudar a regular os níveis de neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, que estão envolvidos na atenção e no controle de impulsos.

- Calmante natural: Ela possui propriedades ansiolíticas, que podem ajudar a reduzir a ansiedade e a agitação, frequentemente presentes em crianças com TDAH.

Doses recomendadas

A dosagem de Bacopa monnieri pode variar de acordo com a idade, o peso e a condição específica do paciente. No entanto, existem algumas diretrizes gerais baseadas em estudos e práticas tradicionais:

1. Crianças

Para crianças com TDAH, as doses de Bacopa monnieri geralmente variam entre 225 mg a 300 mg por dia de extrato padronizado (bacosídeos A e B). É comum dividir a dose em duas administrações diárias (por exemplo, de manhã e à noite).

Deve-se começar com uma dose mais baixa para observar os efeitos e aumentar gradualmente conforme necessário, sob orientação de um profissional de saúde.

Em estudo de 8 meses com a população infantil, Dave e colaboradores (2014), observaram que a suplementação de 225 mg de Bacopa ao dia gerou:

  • Redução da inquietação em 93% das crianças

  • Diminuição de problemas de aprendizagem em 79%

  • Aumento do autocontrole em 89%

  • Redução da impulsividade em 87%

2. Adultos

Para adultos, a dose recomendada é de 300 mg a 450 mg por dia de Bacopa monnieri padronizada, dependendo da concentração do extrato. Novamente, essa dose pode ser dividida em duas partes (manhã e noite) para melhor absorção e eficácia.

Considerações importantes

- Início dos efeitos: Os efeitos da Bacopa podem demorar a aparecer, geralmente após 4 a 12 semanas de uso contínuo.

- Padronização do extrato: É essencial usar extratos padronizados, que contenham uma concentração garantida de bacosídeos (os compostos ativos).

- Orientação nutricional: O uso de Bacopa deve ser feito sob supervisão de um médico ou especialista, especialmente em TDAH, para monitorar os efeitos e ajustar a dose conforme necessário.

- Efeitos colaterais: Embora geralmente seja considerada segura, a Bacopa pode causar efeitos colaterais leves, como náusea, cólicas gastrointestinais ou aumento das secreções intestinais. Pessoas com problemas gastrointestinais devem ter cautela.

Em resumo, a Bacopa monnieri pode ser uma opção complementar promissora no manejo do TDAH, mas o uso deve ser cuidadosamente monitorado para garantir segurança e eficácia.

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Dieta ultraprocessada e sintomas de TDAH

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é o transtorno mental mais comumente diagnosticado na infância. Os sintomas da doença são frequentemente graves e interferem nas habilidades sociais e no comportamento da criança. Os sintomas permanentes incluem desatenção, impulsividade e hiperatividade. Em aproximadamente 60% das crianças com TDAH, os sintomas continuam na adolescência e podem persistir até a idade adulta. Esse transtorno pode prejudicar gravemente o desempenho escolar, a vida familiar e os comportamentos sociais.

A prevalência de TDAH entre crianças em idade escolar globalmente é de 3% a 7%. As razões para a manifestação do TDAH não são completamente compreendidas. Fatores multifatoriais estão envolvidos, incluindo os genéticos, familiares, ambientais, nutricionais, de estilo de vida e psicossociais. O fato é que as alterações comportamentais no TDAH manifestam-se antes dos 7 anos.

Evidências sugerem que fatores alimentares estão associados a transtornos comportamentais, como TDAH, autismo e depressão. Estudos mostram que o TDAH está correlacionado a fatores alimentares, como densidade energética, açúcar, corantes comestíveis, aditivos alimentares e proporção de ômega-6 para ômega-3 em crianças. A esse respeito, alguns estudos relataram que hábitos e escolhas alimentares saudáveis ​​podem ter efeitos de longo prazo na prevenção ou controle do TDAH.

Além disso, a qualidade da dieta materna durante a gravidez tem um papel importante e está relacionada a melhores resultados cognitivos e comportamentais em crianças. Em um estudo realizado no Irã, foi feita a avaliação dos padrões de crianças e correlação com os sintomas de TDAH (Abbasi et al., 2019).

Foram identificados dois padrões alimentares principais: “Ocidental” (rico em carne processada, carne vermelha, manteiga, ovos, pizza, salgadinhos, gordura animal e gordura hidrogenada) e “saudável” (rico em frutas, vegetais, óleos vegetais, grãos integrais, leguminosas e laticínios), que foram significativamente associados ao TDAH.

Foi observado que o padrão ocidental estava positivamente relacionado a mais sintomas de TDAH. Estes alimentos associam-se a pior diversidade microbiana intestinal, mais inflamação, estresse oxidativo, disfunção mitocondrial, intolerâncias e alergias.

O padrão alimentar ocidental também relaciona-se a maior prevalência de carências de nutrientes como antioxidantes (vitamina E, vitamina A [b-caroteno], selênio), fitoquímicos, zinco, magnésio, vitamina D, denre outros.

Estudos indicaram que uma deficiência de ferro na dieta resulta em períodos de atenção mais curtos e níveis de concentração mais baixos. O ferro é necessário como um cofator para as enzimas tirosina hidroxilase e triptofano hidroxilase, que são vitais para a síntese de dopamina, norepinefrina e serotonina. Semelhante ao ferro, a vitamina C pode estar envolvida dessa forma, bem como na prevenção da oxidação da serotonina.

A dieta inadequada também associa-se à menor produção de melatonina e mais dificuldades relacionadas ao sono. A produção de serotonina e de melatonina são dependentes de uma série de nutrientes:

Crianças com TDAH também frequentemente possuem metabolismo de ácidos graxos prejudicado, e baixas ingestões alimentares desses ácidos graxos, especialmente ômega-3, agravam os sintomas do TDAH.

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