O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é o transtorno mental mais comumente diagnosticado na infância. Os sintomas da doença são frequentemente graves e interferem nas habilidades sociais e no comportamento da criança. Os sintomas permanentes incluem desatenção, impulsividade e hiperatividade. Em aproximadamente 60% das crianças com TDAH, os sintomas continuam na adolescência e podem persistir até a idade adulta. Esse transtorno pode prejudicar gravemente o desempenho escolar, a vida familiar e os comportamentos sociais.
A prevalência de TDAH entre crianças em idade escolar globalmente é de 3% a 7%. As razões para a manifestação do TDAH não são completamente compreendidas. Fatores multifatoriais estão envolvidos, incluindo os genéticos, familiares, ambientais, nutricionais, de estilo de vida e psicossociais. O fato é que as alterações comportamentais no TDAH manifestam-se antes dos 7 anos.
Evidências sugerem que fatores alimentares estão associados a transtornos comportamentais, como TDAH, autismo e depressão. Estudos mostram que o TDAH está correlacionado a fatores alimentares, como densidade energética, açúcar, corantes comestíveis, aditivos alimentares e proporção de ômega-6 para ômega-3 em crianças. A esse respeito, alguns estudos relataram que hábitos e escolhas alimentares saudáveis podem ter efeitos de longo prazo na prevenção ou controle do TDAH.
Além disso, a qualidade da dieta materna durante a gravidez tem um papel importante e está relacionada a melhores resultados cognitivos e comportamentais em crianças. Em um estudo realizado no Irã, foi feita a avaliação dos padrões de crianças e correlação com os sintomas de TDAH (Abbasi et al., 2019).
Foram identificados dois padrões alimentares principais: “Ocidental” (rico em carne processada, carne vermelha, manteiga, ovos, pizza, salgadinhos, gordura animal e gordura hidrogenada) e “saudável” (rico em frutas, vegetais, óleos vegetais, grãos integrais, leguminosas e laticínios), que foram significativamente associados ao TDAH.
Foi observado que o padrão ocidental estava positivamente relacionado a mais sintomas de TDAH. Estes alimentos associam-se a pior diversidade microbiana intestinal, mais inflamação, estresse oxidativo, disfunção mitocondrial, intolerâncias e alergias.
O padrão alimentar ocidental também relaciona-se a maior prevalência de carências de nutrientes como antioxidantes (vitamina E, vitamina A [b-caroteno], selênio), fitoquímicos, zinco, magnésio, vitamina D, denre outros.
Estudos indicaram que uma deficiência de ferro na dieta resulta em períodos de atenção mais curtos e níveis de concentração mais baixos. O ferro é necessário como um cofator para as enzimas tirosina hidroxilase e triptofano hidroxilase, que são vitais para a síntese de dopamina, norepinefrina e serotonina. Semelhante ao ferro, a vitamina C pode estar envolvida dessa forma, bem como na prevenção da oxidação da serotonina.
A dieta inadequada também associa-se à menor produção de melatonina e mais dificuldades relacionadas ao sono. A produção de serotonina e de melatonina são dependentes de uma série de nutrientes:
Crianças com TDAH também frequentemente possuem metabolismo de ácidos graxos prejudicado, e baixas ingestões alimentares desses ácidos graxos, especialmente ômega-3, agravam os sintomas do TDAH.
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